Nascida em Jerusalém, a atriz Natalie Portman se recusou a voltar ao país natal para receber o Genesis Prize, conhecido como o “Nobel Judaico”, em protesto às políticas do Estado.
Comparecer à cerimônia em Israel no dia 28 de junho renderia à Natalie, além da honraria, um cheque de 2 milhões de dólares que acompanharia o troféu. Fontes ouvidas pelo jornal local Haaretz, contudo, apontam que a atriz não tem a intenção de devolver o prêmio em dinheiro.
De acordo com a organização do Genesis, a atriz citou a forte tensão religiosa no país ao “desconfirmar” sua presença. “Os recentes acontecimentos em Israel foram extremamente angustiantes e não me sinto confortável em participar de eventos públicos em Israel”, disse.
A decisão da atriz se tornou pública poucas semanas depois que nove pessoas morreram na Faixa de Gaza, enquanto manifestantes palestinos foram queimados vivos pelas Forças de Defesa de Israel.
Quando foi anunciada como vencedora do prêmio deste ano, Natalie Portman se comprometeu a doar metade do valor para fundos de assistência a igualdade de gênero.
Quando a atriz desmarcou a viagem, no entanto, a organização decidiu cancelar toda a cerimônia e publicou um anúncio em apoio ao protesto dela.
“Senhora Portman é uma atriz talentosa e uma ativista social comprometida. Passamos os últimos meses ansiosos para conhecê-la, mas respeita seu direito de discordar publicamente da política de Israel”, lê-se a declaração do evento.
Cidadania
Na contramão do Genesis, no entanto, o político israelense Oren Hazan criticou a decisão de Natalie e disse que dar o prêmio a ela foi uma completa loucura, já que ela “deu sinais claros de não ter orgulho do próprio país” ao se posicionar contrária ao governo.
Em um anúncio público, Hazan pediu que o Ministério do Interior cassasse a cidadania israelense da atriz, uma vez que ela “não tem verdadeiras conexões com Israel”, mas até agora nenhum órgão oficial do governo se manifestou sobre essa possibilidade.