A atriz Meryl Streep, reconhecida pelo ativismo na igualdade de gêneros, deu uma bola fora com o movimento racial nesta quinta (11.02). Ao ser questionada sobre diversidade durante a divulgação do Festival Internacional de Cinema de Berlim, Meryl respondeu: “somos todos africanos, na verdade”.
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A questão da diversidade está em evidência desde os boicotes e protestos ligados à falta de indicados negros ao Oscar. Tanto que foi levantada por três vezes durante a entrevista de Meryl, conta a Associated Press. E por um motivo em especial: Meryl é a presidente do juri do festival, formado exclusivamente por brancos – completam o time o ator alemão Lars Eidinger, o crítico britânico Nick James, a fotógrafa francesa Brigitte Lacombe, o ator britânico Clive Owen, a atriz italiana Alba Rohrwacher e a diretora polonesa Malgorzata Szumowska.
Apesar de dizer que está comprometida com a igualdade de todos os gêneros, raças, etnias e religiões, o que contribuiu para desagradar ainda mais os ativistas foi a comparação que veio em seguida à declaração incial: “Esse juri é uma evidência de que pelo menos as mulheres estão sendo incluídas e, na verdade, dominam esse juri, o que é uma situação pouco usual em corpos de jurados que tomam decisões. Então acredito que a Berlinale está à frente do jogo”, completou.
Essa não é a primeira vez que a atriz causa indignação nos movimentos raciais. Em setembro do ano passado, ela posou para a revista Time Out London usando uma camiseta com a famosa frase da sufragista Emmeline Pankhurst “Eu prefiro ser uma rebelde que uma escrava” (I’d rather be a rebel than a slave.” Streep’s support of this phrase offended many). Sabe-se, no entanto, que esse movimento (ele até virou filme, em 2015) era dominado por mulheres brancas declaradamente racistas.