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Novo filme de Cacá Diegues enfrenta abaixo-assinado em defesa dos animais

Ativista pede que animais não sejam utilizados nas filmagens de “O Grande Circo Místico”

por Jeff Ares

São mais de 13 mil as adesões a um abaixo assinado criado pela carioca Cibele Clark, via ONG Change.Org (https://www.change.org/pt-BR/peti%C3%A7%C3%B5es/diretor-carlos-diegues-n%C3%B3s-n%C3%A3o-queremos-animais-no-filme-grande-circo-m%C3%ADstico-we-say-no-to-the-use-of-animals-in-the-movie-grande-circo-m%C3%ADstico). Ela pede que o veterano cineasta brasileiro Cacá Diegues faça algo, digamos, complexo: que não use animais nas filmagens de “O Grande Circo Místico”, seu novo longa, cuja produção começa em setembro. Complexo porque a história, adaptada de um poema de Jorge de Lima por Chico Buarque e Edu Lobo, se passa em um circo, em 1910, quando animais eram parte crucial da mágica circense.

Parêntesis: eu sou contra rodeios, e não gosto da ideia de um animal de circo, adestrado, colocado em uma situação avessa à sua natureza para o aplauso idiota, que o pobre do bicho mal compreende… tudo por comida?

Mas é ficção, e não dá pra crer que uma produção tão gabaritada poderia causar danos aos animais.

Fato é que, para pressionar o diretor e demovê-lo da ideia de filmar com animais, a ativista Clark escreve: “Animais em circos são privados de seu direito inerente de viver em liberdade e de acordo com a sua natureza e peculiaridades. Animais não são entretenimento. Retirados de seu habitat, são açoitados diariamente, humilhados, privados de qualquer vestígio de dignidade. Para que um filme sobre um circo seja produzido ele não deve jamais utilizar animais em seu elenco, isto é um desserviço em tempos de luta por ativistas da causa animal para que o circo com animais seja finalmente banido em todo o mundo.”

Em carta aberta, o cineasta se defende:

“Caras Senhoras e caros Senhores,
A ação do filme “O grande circo místico” começa em 1910. Seria portanto inverossímel, um ato de enganar e mentir ao espectador, se não mostrássemos animais no circo, como era comum naquela época em todos os continentes. Mas não só trataremos bem os animais, como também não deixaremos de mostrar como eles eram humilhados e privados de liberdade naqueles espetáculos. É mais ou menos como se estivéssemos fazendo um filme sobre o nazismo e a crueldade dos campos de concentração na primeira metade do século XX: não poderíamos deixar de mostrar as vítimas daquela brutalidade, privadas de liberdade, mal tratadas e humilhadas por seus algozes. Estaríamos, como estaremos, colaborando em defesa de comportamentos mais humanos em relação às pessoas e aos animais. Centenas de filmes sobre circo, antigos e recentes, já foram feitos em todos os países do mundo, muitos deles defendiam calorosamente os animais e os tratavam com respeito, como pretendemos fazer também. Com toda a minha atenção,
Carlos Diegues”

É… a história de amor entre o aristocrata Frederico e a bailarina de circo Beatriz deve render mais do que resenhas…

Em tempo: devem atuar no longa Vincent Cassel, Jesuíta Barbosa e Lázaro Ramos. Estreia prevista para meados de 2015.

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