Por Rinaldo Zirrah
Meados de janeiro, poucos meses para o começo da Copa do Mundo, que será realizada em nosso país, você sabe. Para muitos, uma alegria sem fim. Mas para outros, uma preocupação constante – e uma enxurrada de vergonha alheia. Aqui no Rio de Janeiro, por exemplo, que sempre foi uma cidade cara, os preços endoidaram de vez. Não é de hoje que a cidade vivência um caos: moradores sendo retirados de comunidades para deixar tudo “bonito” pra gringo ver, tevês internacionais desistindo até mesmo da cobertura do evento esportivo – por conta da alta de diárias e alugueis em terras cariocas – e, claro, aquele jeitinho ridículo e impertinente do brasileiro, de tentar se aproveitar de tudo.
Exemplos? Para quem vive na cidade, basta dar uma “rolezinho” pela orla carioca. Água de coco por mais de R$6 em alguns casos. Tá com fome? Melhor abrir – bem – a carteira: por menos de R$30 não se pede mais um petisco beira-mar. E os donos de quiosques são categóricos: aumentaram tudo pensando em novas…oportunidades.
E os moradores de comunidades carentes? Todos sendo removidos como lixo. Politicagem pra gringo ver, sabe como é. A cidade nunca esteve tão caótica. E junta tudo: é arrastão na praia, pequenos delitos em vias de grande circulação, locais onde UPPs já estão instaladas passando por problemas…. Polícia? Esqueça. Talvez ainda estejam preocupados demais com “manifestantes” pré-Copa do Mundo.
Vejam vocês mesmo. Pesquisem na internet. Os jornais gringos estão malhando a gente. Acabando com a pouca reputação que ainda temos. O The Telegraph, por exemplo, fez uma matéria contando que segurança, hospedagem e infraestrutura estão no alvo de preocupações generalizadas. E não é que é verdade?
A maior frustração é pensar que muitos desejaram a Copa do Mundo no Brasil querendo um retorno. Só que o dinheiro está indo, melhorias não chegam e todos ficamos apenas no quesito imaginário de “como seria se”. Tirando das máximas “imagina na Copa” e “Copa para quem?”, tá mais do que na hora de reorganizarmos nossas prioridades.