Nessa terça-feira (28.06), a organização do SWU anunciou que o festival de música mudará de cidade; deixa Itú e fará sua segunda edição em Paulínia, também no interior de São Paulo – com direito a contrato de cinco anos, para selar a história. Paulínia é o novo preto. Quer ser a nova meca da cultura, o Eldorado dos culturetes. E está caminhando pra isso.
Localizada a 110 quilômetros de São Paulo, a cidade é uma joia petroquímica que há 8 anos começou a aparecer nos jornais por conta de seus subsídios culturais. A alta produção de barris da Replan, uma refinaria da Petrobrás instalada há mais de 40 anos na cidade, garante um volume de impostos gigantesco para a cidade. Em 2005, o então prefeito Edson Moura (PMDB) inventou de reverter benefícios e transformar a cidade num pólo cultural, mais exatamente cinematográfico. Criou um complexo que compreende quatro estúdios de cinema, um espaço para formação de profissionais, um estúdio de animação e um teatro de colunas gregas, o Municipal de Paulínia. Com convidativos custos para a produção nacional – estúdios com aluguel 10% inferior ao mercado, mão de obra qualificada e mais barata, editais que patrocinam produções rodadas ali. Em 2008, o peemedebista inventou o Paulínia Festival de Cinema, vitrine para a exibição dos filmes ali feitos – e já são quase 50 desde 2006.
Sob a égide do atual prefeito, José Pavan Junior (DEM), Paulínia segue firme no seu ambicioso projeto de mecenato. Desta vez, a cartada é musical. A cidade seduziu ($) a organização do festival indie de cote sustentável SWU. “A vinda do festival vai mostrar para o país e para o mundo que nossa cidade é diferenciada e que queremos trabalhar a favor da sustentabilidade”, pontuou o prefeito boa praça, num papo com RG. E ele entende do gingado, viu? Contou que ficou muito satisfeito com o line up do festival, mas tem lá suas ressalvas de connoisseur: queria mesmo era assistir ao Bob Dylan ao vivo – o nome do papa folk foi bastante especulado pela organização, mas acabou não rolando… Das atrações confirmadas, Junior gosta de Peter Gabriel e Damien Marley. E se ressente em não ter visto um show do Marley mais famoso. “Adoro reggae! Queria mesmo é ter visto um show do Bob.”
Se os sonhos de grandeza para Paulínia param por aí? Se dependesse do prefeito, Paulínia seria até cidade-sede da Copa. “Um sonho! Sei que não dá mais tempo mas, se ainda desse, abraçaríamos a causa!”.