Lea T é um fenômeno. A transex brasileira que ganhou o mundo ao protagonizar a campanha da Givenchy chegou ao São Paulo Fashion Week, neste sábado (29.01), com status de Gisele. Ou pelo menos com número semelhante de paparazzi à sua espera. RG foi ter um papo com a moça, estrela do desfile de Alexandre Herchcovitch, numa salinha particular no backstage da sala 2.
O fotógrafo pediu uma foto. “Pode ser sentada?”, pergunta ela. “É que eu estou exausta.” Justificável, já que a musa de Herchcovitch encarou uma maratona de quatro horas de entrevistas, quase todas de pé. “A pergunta mais estranha? “São todas iguais”, responde. O mais curioso foi “aquela da comparação com a Gisele.” Mas há uma diferença crucial: ao contrário da über model, Lea fala de vida pessoal. “Acho que curiosidade é sinônimo de inteligência.” E haja curiosidade na história dela. A modelo confessa que acha todo esse assédio meio bizarro. “Não acompanho muito o que sai sobre mim, sou tímida”, continua.
RG quer saber sobre o tema transex, a parte mais delicada e forte da sua história. Você entende que a sua trajetória é exemplo pra muita gente? “Não quero que ninguem se espelhe em mim, não. Mas acho que provo que é possível trabalhar, ter uma carreira”, aponta. Muita gente deve querer falar com você, compartilhar uma história… “É verdade, tem sim”. E o que você fala, qual o conselho? “Seja forte”. E baixa os olhos.
Começam a chamar a Lea. Ela precisa se aprontar para o desfile. A gente se despede, pergunta do look (uma ótima camiseta de brechó da Hard Rock Cafe que ela comprou por dois dólares em Chicago, mais legging Givenchy – lógico! – e sapatos Herch). E lá se vai Lea T., pronta para mais um capítulo do seu conto de fadas.