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Tyler Brûlè: entrevista

RG bateu papo com Tyler Brûlé, editor da revista inglesa Monocle

Canadense de Winnipeg, Tyler Brule pode voltar para casa dizendo que conquistou o mundo. Aos 42 anos, o jornalista tem no curriculo um feito e tanto: criou a Wallpaper, a mais importante revista de lifestyle dos anos 90. So assim ja estaria bom… mas Mr. Brule inquietou-se. Em maio de 2002, deixou o projeto, abriu uma agencia de publicidade, virou reporter especial dos maiores veiculos que se pode ler. Em 2007, mais um golpe de mestre: lancou a Monocle, a mais interessante revista do planeta, apanhado de relevancias de todos os tropicos do planeta. Com profundidade e uma nocao mais exata do que e cool, a revista virou um tem-que-ter entre os providos de sinapses.


Depois de uma passagem relampago pelo Brasil, onde veio arar o terreno para uma edicao especial sobre Sao Paulo (nas bancas em outubro), Mr. Brule respondeu, por e-mail, as perguntas de RG. Ei-las:


RG – E muito interessante perceber esse interesse estrangeiro no Brasil, especialmente porque fomos sempre vistos como um bando de pelados e lascivos. Agora dizem que somos uma nacao incrivel de gente talentosa, lifestyle forte, energia… Quando essa imagem mudou? Ou ainda nao mudou?

Tyler Brule –  E triste, mas nao acho que uma nova imagem do pais se formou na mente da maioria. A questao da violencia (junto a da pobreza) precisa ser resolvida. E as oportunidades estao ainda muito diluidas. Mais importante: eu nao acho que o mundo entende o quao sofisticado o mercado brasileiro e.


RG – Voce considera nossos players maduros o suficiente para expandir seus trabalhos no exterior? O que precisamos melhorar para conquistar o planeta?

TB – Acho que os players brasileiros precisam ter confianca na marca “made in Brazil”. Funcionou para Embraer e Havaianas. Agora voces precisam de uma marca de automoveis, uma marca de roupas… feitas em casa.


RG – Em sua ultima visita, se surpreendeu com alguma marca/servico/produto?

TB –Fiquei muito impressionado com o (shopping) Cidade Jardim, em especial com a qualidade da execucao. E tambem gostei do bar Numero.


RG – O que ha de pior em viajar ao Brasil?

TB – O aeroporto em Sao Paulo deveria ser melhorado. Tambem acho que o Brasil, com seu calor humano e hospitalidade, deveria ter uma companhia aerea que rivalizasse com a Ana ou a Singapore Airlines.


RG – Como Lula da Silva te convenceu que era o tal (o presidente brasileiro liderou uma lista da revista, que elencou os mais influentes lideres mundiais). O senhor e o feliz ganhador de uma propriedade na Amazonia?

TB – Apesar de Lula ter tido seus problemas (algumas associacoes dubias), ele e uma face fresca no cenario mundial e a forca certa para esses tempos.


RG – Voce conhece as revistas brasileiras? Alguma preferencia? Alguma critica? As entendeu?

TB – Em geral, achei muito comerciais e massificadas. Gostei da Piaui, porem.


RG – Como o Brasil pode ajudar a Monocle? E vice-versa? Voce tem planos para nos?

TB – Fique de olho. Estamos pensando em abrir um bureau de noticias. E talvez uma loja (eles tem uma loja com produtos criados em parceria com grandes marcas).

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