A Galeria Luciana Caravello inaugurou o calendário de exposições de 2020 com as individuais de “Black and Gold”, de Élle de Bernardini, e “Aqui estou, estamos”, de Ivan Grilo, nessa quinta-feira (05.03).
Os trabalhos de Ivan têm como núcleo central de pesquisa a relevância de arquivos históricos e orais, com as diferentes possibilidades de leitura sobre um mesmo fato. Tomando como ponto de partida a fotografia principalmente como forma de documentação e registro de tempo, o artista busca dissecar os papéis representativos, políticos, narrativos, conceituais e estéticos da imagem, às vezes questionando ou mesmo reescrevendo de outro ângulo o material original, sutilmente embaçando a memória e a ação do tempo.
Em sua terceira individual na galeria, há uma busca pela intersecção entre amor e política — “Uma busca utópica de encontrar esse pequeno conjunto no frágil momento presente”, diz o artista.
Por sua vez, a primeira individual de Élle no Rio de Janeiro leva o título de “Black and Gold”. Na exposição, a artista traça uma relação com a civilização egípcia, mais precisamente o modo como eles registravam a história. O uso dos símbolos na constituição de sua linguagem. Os famosos hieróglifos foram a referência crucial que levou a artista no começo de seu processo com a série das “Formas Contrassexuais”, em 2018, a desenvolver uma legenda própria que representa graficamente as cinco principais zonas erógenas do corpo humano, e que caracterizam os gêneros, são elas: pênis, vagina, seios, escroto e ânus.
Combinando e (re)combinando o alfabeto simbólico criado por ela mesma, a artista propõem escrever a história de uma civilização futura, baseada no conceito da contrassexualidade. Veja galeria do evento.