Por Matheus Evangelista
Bares abrem e fecham todos os dias em São Paulo. Uns por falta de estrutura, outros por ilegalidade, alguns por esquecimento e outros por desinteresse mesmo. Toda novidade é celebrada com posts nas redes sociais, soft openings e um ti-ti-ti que é exatamente o que espera o restaurateur ou equivalente. Mídia, casa fervendo, pedidos mil, dinheiro. Ver e ser visto, filas, espera sem fim. Um dia cool, outro dia brega. “Vamos jantar em tal lugar?”, pergunta um amigo. A resposta? “Ai, não aguento mais. Está caro, o chef mudou e não quero encontrar pessoas com quem não estou disposto a fingir uma conversa”. É assim, não tem mais jeito. Refém das nossas próprias novidades, parece que não há saída.
Parece… Mas encontramos uma. Amém!
Na última terça-feira (14.07), abriu – para poucos, muito poucos –, um novo bar no centro de São Paulo, downtown mesmo. Para entrar não é fácil – um labirinto de portas, com placas e uma luz baixa que te desafia. Nenhum segurança, nada tradicional. No subsolo e atrás de uma cortina de veludo está o novo, digamos, clube, para curtir um drink e ouvir música boa sem falir ou ter que enfrentar carão. Ali só entra convidado, todos com identificação – não mais que 35 por vez. Segunda, quinta, sexta e sábado, das 20 horas até o último cliente, no caso, amigo.
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Não vale fotos, nem selfies. Marcar a localização então, nem pensar. A ideia é estar entre amigos, relaxar e pronto. Um subsolo com cara de sala, com bons drinks e zero carão. Quem comanda a música são os amigos, que plugam o iPhone ou um iPod na melhor das setlist. Cansou, mudou. Luz baixa, clima show. Cartão verde para a liberdade. Depois de tantas horas, por que não tirar o sapato e dançar no tapete persa até não aguentar mais? Decoração nada, com espelhos e cimento queimado… o atrativo ali não é o décor, e sim o público.
No passado, não tão distante, tivemos um exemplo parecido. O atual Bar Secreto já honrou o nome. Ninguém conhecia e, para entrar, só com um amigo e olha lá… Era um drama! E criou um case. A coisa expandiu, a reforma chegou e a proposta ficou para depois.
O tal bar lá do centro quer seguir às escondidas. Poucos saberão o endereço e cada convidado tem direito a levar apenas um guest por vez como acompanhante. Lotou não entra; não tem nome, não entra. Não adianta. A gente testou. De boca cheia: foi tão bom! A gente se vê na pista. Ou não…