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Com a alta do dólar, Felipe Diniz pede ajuda para as pesquisas da cura da AIDS: “Vamos tirar o escorpião do bolso!”

Por Jeff Ares

Ao lado da cantora Cher e do estilista Jean Paul Gaultier, o arquiteto paulistano Felipe Diniz é um dos homenageados do Inspiration Gala São Paulo de 2015, promovido pela amfAR, fundação que financia estudos para que se alcance a cura da AIDS.

Em 2011, Felipe abriu sua casa para o primeiro gala brasileiro, e desde então engaja sua família e sua rede de relacionamentos em torno da causa. E a rede cresceu: hoje, o gala brasileiro é o terceiro em faturamento, perdendo apenas para os galas de Cannes e Hong Kong. Apesar da alta do dólar, a expectativa é otimista; espera-se  arrecadar algo em torno de US$ 1,5 milhão.

Nessa sexta-feira (10.04), RG vai acompanhar mais uma edição do gala, na espetacular casa de Dinho Diniz, no Jardim América. Com direito a shows de Kilye Minogue e Alcione, presenças de Naomi Campbell, Kate Moss e Riccardo Tisci, mais uma penca de celebridades brasileiras, o high society e o who is who da pauliceia.

Para RG, Felipe falou sobre arrecadações, preconceito, alta do dólar e os brincos de Alexandra Farah.

RG: Como homenageado da noite, você já preparou seu discurso? Pode adiantar algo?

Felipe Diniz: Ainda não, mas estou preparando algo contra o preconceito, já que tudo sobre a amfAR e HIV será dito pelo Kevin Foster, head of amfAR, que vai falar depois de mim.

RG: Como começou sua história com a amfAR?

FD: Há 5 anos, o Hélio Campos, meu amigo, me apresentou essa instituição e a intenção de fazer uma festa para arrecadar fundos. Quando pesquisei e vi o que era amFAR, resolvi abraçar com tudo esse projeto, devido à sua seriedade e importância.

RG: A busca pela cura da AIDS não deveria ser um investimento global, dos governos? Por que é uma iniciativa privada?

FD: Acredito que não existe nenhum instrumento governamental que cresça e se desenvolva sem uma parceria privada. E, quanto se trata de um assunto onde um grande preconceito está em jogo, a coisa fica muito mais difícil de ser apenas governamental.

RG: Você concorda com a política do governo em relação à AIDS?

FD: Sim, é uma das melhores do mundo. Aqui, todo HIV positivo recebe seu remédio gratuito do governo. 

RG: Qual o valor arrecadado pelos galas brasileiros? Eles são relevantes frente aos valores arrecadados pelos galas em outros países?

FD: Arrecadamos em torno de 7 milhões de dólares. Sim, é muito dinheiro, perdemos apenas para Cannes e Hong Kong. 

RG: Qual impacto da receita arrecadada na vida dos milhões de brasileiros que vivem com a doença?

FD: O impacto vem na descoberta dos remédios e vacinas contra HIV. A amFAR sustenta cientistas e laboratórios de pesquisa da AIDS pelo mundo inteiro. Senão me engano, 60% do que se foi descoberto sobre HIV veio de fundos arrecadados pela amfAR. E, neste ano, o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI) será um dos beneficiaries do gala. 

RG: Qual seu maior argumento para convencer as pessoas e empresas a doar?

FD: Difícil. Tento explicar o quão importante essa doença é. Que todos estão sujeitos à contaminação. Que a informação é o canal mais importante para a prevenção. E que a amfAR tem vários projetos de prevenção da doença…

RG: Você já se viu em situações incômodas ao receber negativas?

FD: Não, nunca… Sempre foram muito educados ao dizer não.

RG: Na sua visão, a elite brasileira contribui em boa medida para causas sociais? Ou ainda falta engajamento e informação?

FD: A elite brasileira com a qual convivo, sim, contribui bastante para filantropia… São pessoas engajadas, inteligentes, que sabem o potencial de ajuda. Mas estou falando de uma pequena parte da elite, e essa elite é a que convivo. Acho que filantropia deveria ser feita por todos. Não apenas financeiramente falando. Por exemplo, você poderia doar algumas horas do teu dia para ajudar uma creche ou um hospital…

RG: Até aqui, que momento dos galas te causou a maior emoção?

FD: Hummm…..Não sei…. Acho que, no primeiro ano, o show da Jennifer Hudson no meu jardim entre as árvores foi maravilhoso. E, no ano passado, quando tivemos a maior arrecadação….foi lindo. (O gala do ano passado arrecadou aproximadamente US$ 2 milhões).

RG: Qual a sua lembrança mais engraçada dos galas?

FD: A mais engraçada foi a Alexandra Farah perdendo os brincos na chegada do gala… e no ano passado, o look da Alexandra, meio praia meio gala (risos). Ela é maravilhosa.

RG: Qual a maior estripulia de uma celebridade nos galas? 

FD: Putz, não sei de estripulias das celebridades…Mas com certeza o beijo da Kate Moss com o (Luiz Osvaldo) Pastore causou… (No gala de 2013, a modelo leiloou um beijo, arrematado pelo empresário).

RG: Te incomoda o fato de algumas pessoas não prestarem atenção aos discursos do gala? Tem gente que fica de pé, gente que fica conversando…

FD: Sim, me incomoda… Por isso sempre pedimos discursos mais objetivos. 

RG: Já foram vendidas todas as mesas do evento? Se não, quer fazer uma propaganda?

FD: Não vendemos todas ainda, o dólar está muito caro. Então, você que está lendo essa entrevista… vamos tirar o escorpião do bolso! (risos) e ajudar uma causa humanitária maravilhosa. E, além de ajudar, você terá uma noite incrível, com shows da Kyle Minogue e Alcione… Além da presença de Cher, Naomi Campbell, Kate Moss,  entre outras celebridades que apoiam a causa.

RG: Quais são os prognósticos da amfAR para o alcance da cura da AIDS? E você, pessoalmente, acredita que alcançaremos a cura para a AIDS? 

FD: Acreditamos que, num futuro, não tão longe, a AIDS terá cura e vacina. Já temos casos de pessoas que não têm mais o vírus.

RG: Você perdeu amigos para a doença?

FD: Perdi conhecidos sim para a doença… e tenho amigos que vivem hoje com HIV. 

RG: Como uma pessoa que não tem dinheiro para contribuir no gala pode ajudar a amfAR e a causa?

FD: A melhor maneira de ajudar é passar informação adiante: de como se pega; como se previne; de que não existe a cura da AIDS, ainda; que pode-se viver bem com HIV – porém com algumas restrições e efeitos colaterais desagradáveis. Enfim, passar informação sobre AIDS é uma grande ajuda, talvez a melhor.

RG: A Cher vai cantar? Você sabe que música?

FD: Não, a Cher não vai cantar…..pena…mas quem sabe uma palinha…

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