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Os highlights da festa de abertura da exposição “Feito por Brasileiros”

Festa reuniu mais de duas mil pessoas no antigo Hospital Matarazzo, em São Paulo

Por Matheus Evangelista

Para entrar na festa, uma fila enorme dava as boas vindas. Ninguém entendia nada, nem encontrava nenhum RP da noite. Uma vez lá dentro, foi preciso pegar uma pulseira, conferir o nome na lista e entrar. Bem abaixo da instalação gigantesca de Arne Qinze, convidados ganhavam taça de Perrier Jouët e shots de Absolut Elyx.

Com capacidade para duas mil pessoas, a segurança fechou os portões de entrada quando o número de convidados atingiu 2.5 mil pessoas, o que causou desconforto para quem tentava entrar. “Por motivos de segurança, não podemos liberar a entrada de mais ninguém”, explicava representantes do Corpo de Bombeiros. Frustração geral – teve muita gente bacana que nem chegou a entrar…

No auge da festa, por volta da 1 da manhã, era quase impossível andar pelos corredores do antigo Hospital Matarazzo tamanha a lotação, e as áreas externas foram as mais procuradas. O Perrier Jouët da entrada não foi mais visto, e os bares espalhados pelo lugar se mostravam insuficientes, e para conseguir um drink era preciso fazer praticamente uma instalação. Garrafas de vodka eram furtadas por convidados, que escondiam uma unidade ou outra no meio das pernas. O mesmo acontecia com as taças de cristais, que foram utilizadas no começo da festa, e nunca mais foram vistas. Drama artsy!

“Estou adorando tudo, mas não imaginava nada assim. Realmente, é muita gente”, comentou Alexandre Allard, presidente do Groupe Allard, o responsável por toda essa noite inesquecível. Em quartos transformados em galerias aconteciam os shows. Seu Jorge, por exemplo, tocou em uma sala minúscula, e quem não conseguiu entrar tentava ouvir do lado de fora. La dentro, cervejas foram distribuídas. Já na festa…

Em outro ambiente Carlinhos Brown soltava a voz e comemorava os 20 anos do Axé Music. Transformou a sala da artista Janaina Tschäpe em um trio elétrico, fez com que todo mundo dançasse como se estivesse em Salvador, bom demais. Logo em seguida foi a vez de Preta Gil assumir o palco. Cantou, dançou e deixou a madrugada ainda mais animada.

Era comum ouvir que o prédio do antigo Hospital Matarazzo era assustador. E conforme a manhã foi chegando, e os corredores cada vez mais vazios, isso ficava ainda mais perceptível. Casais se beijavam nas janelas, grupos fumavam despreocupados dentro – e fora! – das galerias, e comparações com a novela “O Rebu” também foram feitas. O feeling de destruição e ruína do lugar deixou tudo mais extravagante, e enquanto Preta Gil tocava logo ali, na sala ao lado  estava acontecendo outra festa, com DJ e música das boas.

“Pense que nada disso vai existir, essa noite é única e estou sentindo que todos estão adorando”, finalizou Allard, antes de se jogar com amigos franceses em alguma pista de dança. A estrela da noite, Queen Latifah, não apareceu. Alexandre não quis comentar, soltando um ‘prefiro não dizer nada’, e a assessoria de imprensa confirmou a ausência. Uma pena!

A surpresa? Uma visita guiada pelo necrotério do antigo hospital. Com fila de curiosos, o tour mórbido consistia em um passeio pelo subsolo do lugar. Acompanhado por um bombeiro e dois seguranças, o grupo de seis pessoas se emaranhava pelas salas e corredores. O labirinto era iluminado durante o trajeto apenas por uma vela – celulares e lanternas foram proibidos. Uma mulher desmaiou lá dentro, e um dos guias chegou a fazer mais de 50 escoltas na noite. No mínimo inusitado…

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