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A festa de Jep Gambardella

RG no evento que reuniu uma turma boa em São Paulo

Por Matheus Evangelista e Clarissa Wagner

A tão aguardada festa de Jep Gambardella, personagem do filme “A Grande Beleza”, aconteceu nesse sábado (10.05), em São Paulo. Durante todo dia não se falava em outra coisa: quem é Jep? Onde será a festa? Qual seu look? E tanta curiosidade por conta de uma festa misteriosa gerou frustrações para uma sociedade “acostumada” com listas “vip”, camarotes e qualquer outro truque para driblar a fila e o que der para encarar. O grande privilégio…

O drama da festa começou na entrada. Seguranças grosseiros e escassos, hostess desconhecida, que fazia seu trabalho muito bem feito – procurava o nome das pessoas em milhares de folhas de papel, não deu a mínima para a presença da consulesa da Itália no Brasil – que foi barrada e ganhou um ‘para o fim da fila’ – e exigia que todos mostrassem o RG. Coisas de praxe… Até tudo desandar e espertinhos do high começarem a cortar a fila, causando tumulto entre os convidados que chegaram a passar mais de uma hora nela. “Você sabe quem eu sou? Como você não acha meu nome? Não olhou direito. Vou acabar com essa festa se não entrar”, gritava a jornalista de uma revista de moda feminina. Um ‘flower designer’, famoso por festas e decorações de cair o queixo, também resolveu causar: balançava o convite na cara da hostess e no auge do desespero chegou a dar tapas nas costas da bella. Ânimos exaltados.

E lá dentro, entre o aperto da pista de dança improvisada em uma sala e o concorrido gramado ao ar livre, era possível tomar um ar – não um drink, o que só foi possível quando o único bar ficou mais vazio. Isso lá pelas 3 horas da manhã. Vodka, gin, cerveja e um mix de acompanhamentos, como sucos e energéticos, fizeram a alegria da galera. No mezanino, pães e patês diversos enganavam a fome dos convidados. Nada demais.

Na pista, hits de casas noturnas do Baixo Augusta e o equívoco de uma DJ convidada, que por alguns instantes achou que estivesse comandando uma pista no D-Edge e apertou play em um set eletrônico. Não decolou, claro! Muita gente escorregou no dress code e era possível ver pessoas de t-shirts e jeans, mas algumas mulheres como Alessandra Campiglia, Silviane Neno, Caroline Bittencourt, Esther Giobbi e Silvana Tinelli estavam impecáveis, assim como muitos homens, todos de paletó, camisa e sapato social. Coisa fina! “Quem é o Jep?”, era a pergunta que não parava de ser feita, e um carrinho de sorvetes da Diletto, instalado no jardim, entregava: Fabio Meneghini é – pelo menos é o que parece – o nome por traz da coisa toda.

Com apenas dois banheiros para os homens e dois para as mulheres, a situação ficou tensa quando a festa atingiu o ápice. A casa não era o esperado e talvez ela fosse do tamanho ideal, só a sociedade paulistana é que está acostumada com superlativos. Copos de plástico para os drinks – onde está a Belezza? – e uma infraestrutura de staff que deixou a desejar: um dos DJs quase foi expulso por conta da grosseria e abuso de poder (!) de um segurança.

No resumo da ópera, deve-se dizer que a intenção foi boa e chacoalhou o society, que há muito tempo precisa de um sacode para acordar de vez e aposentar o já datado carão. Se o Jep é essa pessoa ou aquela, pouco importa. Na noite do sábado, um personagem fictício fez com que a esperança de uma festa ‘pra se divertir’, que passou longe do impecável, desse certo, mesmo que minimamente. Pelo menos já sabemos que as pessoas ainda acreditam que seja possível aproveitar – de verdade! – uma festa. Basta vontade e animação, duas coisas que vimos demais lá naquela misteriosa casa no Jardim Guedala.

Será que ano que vem tem mais? A ver.

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