Alok estreia documentário e se prepara para show no Tomorrowland | Foto: Reprodução / Instagram @isthisreal
Alok segue sendo um dos nomes mais cotados para os principais festivais do país. Após se apresentar no The Town, o DJ se prepara para fechar com chave de ouro o festival Tomorrowland, que acontece do dia 12 até 14 de outubro no Parque Maeda, em Itu. Como esquenta para o evento, o festival e a Amazon Music acabam de lançar um documentário sobre o maior festival de música eletrônica do mundo, que celebrou sua 17ª edição épica na Bélgica, com 400 mil pessoas de mais de 200 países reunidas durante dois finais de semana mágicos.
A produção “We Are Tomorrow” retrata sobre as jornadas únicas de quatro pessoas de diferentes nacionalidades, unidas pela edição do festival na Bélgica, realizado neste ano. Entre os personagens, está justamente o produtor musical brasileiro. Em entrevista exclusiva para RG, o DJ revela como foi ver a sua história nas telonas e como está os preparativos para sua participação no festival. Ao papo!
RG: Como foi rever a sua trajetória através das telas? Mudaria algo?
A: É a primeira vez que participo de um documentário em que mostro um lado mais familiar, em que conto a minha história. A obra fala também sobre as influências dos meus pais na minha trajetória artística e de como as coisas mudaram quando me tornei pai. Então, tem um lado emocional que me pega revendo tudo isso nas telas. É uma forma de perceber como o Tomorrowland e a minha carreira se misturam, amadurecem e se conectam. O Alok que tocou no primeiro festival certamente não é o mesmo que tocou neste ano na Bélgica e nem será o mesmo a tocar no mês que vem no Brasil. Não mudaria nada, gosto dessa sensação de estar fluindo com a música, de não me sentir estagnado, de ficar em movimento me abrindo ao novo e não me restringindo a um estilo musical. Me sinto um espírito livre para ir onde a música me chamar.
RG: Agora que você apareceu nas telas, podemos esperar outro tipo de participação sua através de filmes e séries?
A: Isso de aparecer de uma forma documental é algo novo para mim. Estou acostumado a ver minhas performances na televisão e nas plataformas de streamings, mas em um formato tão íntimo como é o “We Are Tomorrow”, é inédito. Esse é sem dúvidas um dos conteúdos que mais me emocionaram. Ver a minha família fazendo parte disso, dando sentido à minha história me deixa extremamente feliz. Nada disso aconteceria sem eles. Eles me motivam, me incentivam. Cada demonstração de afeto que recebo da minha família, dos fãs e da equipe que trabalha comigo, eu levo como um escudo de energia positiva comigo. Sou abençoado por isso! No ano que vem, sai o documentário que faço junto a algumas etnias indígenas brasileiras. Será um projeto bastante importante não apenas como artista, mas como cidadão também.
RG: Como você se sente popularizando a música eletrônica atual no Brasil?
A: Acredito que a cada ano o público interessado em música eletrônica cresce no Brasil. O Tomorrowland mesmo sem anunciar as atrações já estava com os ingressos esgotados. Hoje, vemos uma diversidade de ritmos, artistas, linguagens e sonoridades dentro da música eletrônica produzida no Brasil. Costumo dizer que para um brasileiro ter destaque fora do país, é preciso trabalhar quatro vezes mais do que os gringos, e o que observo é um aumento de latinos-americanos nos line-ups pelo mundo, o que demonstra nossa relevância também na cena internacional. Assim como também existe a vontade dos artistas internacionais em tocar no Brasil.
RG: O que esperar desta edição e do seu show no Tomorrowland? Podemos esperar participações representativas por conta de seu projeto com algumas etnias indígenas brasileiras?
A: É um set eletrônico, mas com a percepção que tenho sobre o que funciona melhor para o público brasileiro. Quer dizer, não será o mesmo set que toquei agora na Bélgica. Algumas músicas performam melhor no Brasil e não pegam na Europa e vice e versa. “Alive” e “Vale Vale” são exemplos disso. Tenho a responsabilidade de encerrar o Tomorrowland que é um momento especial para os “people of tomorrowland”, é quase um rito de finalização, de conclusão de toda aquela experiência que as pessoas vivenciaram ao longo do festival. Quero entregar algo a altura.
Sobre ter participações representativas, acredito que desde quando iniciei o projeto “O Futuro é Ancestral” não tenho mais como dissociar isso das minhas performances artísticas, claro que com a devida contextualização. Na ONU, a presença dos indígenas era fundamental para alertar o mundo sobre a importância de ouvirmos as vozes das florestas, a sabedoria ancestral e entender que eles podem ser a chave para muitas questões sobre sustentabilidade. Eu aprendi com eles que a música cura, que a música transforma, é isso que quero levar ao Tomorrowland, que as pessoas saiam de lá diferentes de quando chegaram.