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Fabrício Licursi está na segunda temporada de “De Volta aos 15” 

Foto: Caio Oviedo

Fabrício Licursi está em um momento muito importante de sua carreira. O ator está de volta ao streaming na 2ª temporada de “De Volta aos 15”, série da Netflix que chega no dia 5 de julho na plataforma, onde dá vida à versão adulta do personagem Eduardo, vivido por Gabriel Wiedeman na versão mais jovem, que é um dos antagonistas da história, protagonizada por Maisa Silva e Camila Queiroz, que interpretam Anita, aos 15 e aos 30 anos, respectivamente.

Na primeira temporada ele é casado com Carol (feita por Yana Sardenberg (30 anos) e Klara Kastanho (15 anos), prima de Anita, o que causa extrema repulsa da protagonista. Em sua juventude ele conta com repetência em seus anos escolares e uma tendência ao alcoolismo que se confirma em sua vida adulta. Seu trilho é a ambição e o desejo de nunca perder, ou de não deixar transparecer, a sua vulnerabilidade. Sua atitude é sempre sobrepor-se e expor-se através de exageros e não ter escrúpulos nenhum em seduzir mais de uma mulher ao mesmo tempo”, diz Licursi.

O ator ainda fala sobre a troca com Wiedeman para manter traços característicos de Eduardo nas duas fases da história.

Foto: Caio Oviedo

“Gabriel é uma cara incrível e é a ele quem devo minha construção adulta do Eduardo. Quando li o roteiro da primeira temporada tive o entendimento que o que desenhava o Eduardo era a trajetória dele jovem. Pois é onde se encontra a maioria das cenas. Pedi para produção para ir um dia no set ver ele atuar e observar o modo como se comportava. O grande presente do Gabriel foi a risada que ele criou para o personagem. Um traço que o acompanha e que faz ser identificado na história tanto pelas personagens quanto para o espectador. A partir desta risada, como estávamos na pandemia e não ensaiamos com o elenco dos 15, pedi que Gabriel a gravasse por áudio de Whatsapp. Peguei a risada para reproduzir tonalidade, tempo e fui encaixando no meu texto e na minha partitura física. Penso nela muito como o resquício da juventude, ou da criança. Pensando que estes adultos de “De Volta aos 15” têm que ser adultos, desempenhar suas funções e atitudes da vida adulta, mas podem carregar resquícios de sua juventude. Nessa temporada tivemos a oportunidade de nos encontrar e fazer improvisos juntos, alinhando pensamentos sobre a personagem com o preparador da série, Hugo Possolo, e a diretora Maria de Médicis”, explica.

O paraibano de 39 anos, nascido em João Pessoa, mas que vive em São Paulo quase sua vida inteira, ainda fala sobre a troca com a atriz Camila Queiroz nos bastidores da produção.

“A Camila é dessas atrizes que ficam aficionadas e envolvidas com a trajetória da personagem: concentrada, aberta ao jogo e muito atenta às intensidades da personagem. Muita atenta ao set também, percebendo câmera e equipe que jogam o tempo todo com a gente. Nossa primeira temporada foi gravada em meio à pandemia, com isso, os trabalhos sofreram muitas alterações de data. No dia da gravação do embate entre Eduardo e Anita, ela vinha das gravações de ‘Verdades Secretas 2’, feitas no dia anterior, ou seja, ela é uma ninja (risos), pois as personagens têm operações completamente diferentes. Nessa segunda temporada tivemos a alegria de nos encontrar pela primeira vez, o elenco todo: os 15 e os 30! Nestes dias, pudemos conversar mais e sentar lado a lado e entender o embate que Eduardo e Anita têm na idade adulta, foi um momento bem legal.”

Ele adianta um pouco do que o seu personagem fará nessa temporada da série “De volta aos 15”.”Não posso falar muito, pois o futuro de Eduardo (30) depende da trajetória que ele realiza nos 15. Mas posso dizer que diante da rejeição que ele tem da turma, ele se alia a novos personagens e infelizmente continua com o seu machismo e a prática de bullying”, conta.

Foto: Caio Oviedo

Licursi, que também é bailarino e diretor de movimento, destaca outros trabalhos no audiovisual. “Participei da 3ª temporada da série “PSI” da HBO, de Contardo Calligaris com direção de Bel Valiante, onde interpretei Faruq Al Brasilis – um brasileiro radicado em Marrocos que aliciava meninas para serem escravizadas lá. Destaco também meu primeiro longa, “Música para Morrer de Amor”, com roteiro e direção do meu parceiro no teatro Rafael Gomes. Além de preparar o elenco, eu interpreto Licursi, um professor de dança na escola onde os dois, dos três, protagonistas se conhecem. Fiz também a série “Rota 66 – A Polícia Que Mata”, dirigida por Philippe Barcinski e o Diego Martins, onde interpreto um escrivão que representa o péssimo comportamento do atendimento da polícia em relação às pessoas em estado de emergência e desespero. Uma coincidência engraçada aqui é que Gabriel Wiedeman também faz a produção.”

Além dos trabalhos no streaming, Licursi está nos palcos, ao lado de Marisa Orth, com o espetáculo “Bárbara”, que faz turnê por todo o Brasil.

Foto: Caio Oviedo

“’Bárbara’ é um espetáculo escrito pela Michelle Ferreira, a partir do livro “A Saideira” de Barbara Gancia”. Uma história sobre a superação da Bárbara em relação a dependência do álcool. A Marisa vive a trajetória de uma dependente, desde o seu momento de constatação da dependência até sua superação. Michele, que escreveu a peça, criou um personagem que é um contrarregra que acompanha a personagem de Marisa durante toda sua trajetória. Eu fui chamado para o trabalho para fazer a direção de movimento dela. Tinham duas cenas em que a autora Michele e o diretor Bruno Guida queriam que fosse mais coreografada, junto com isso eles falaram da possibilidade de eu ser esse contrarregra que o tempo todo fizesse o suporte cênico para que Marisa, dentro de um monólogo, não se sentisse sozinha em cena. Essa figura do contrarregra, de forma sutil e presente, ganhou força compondo essa trajetória silenciosa”, explica.

Licursi fala da relação com Marisa. Eles estão juntos em cena desde outubro de 2021 com a peça que fez duas temporadas em São Paulo e em 2023 iniciou uma miniturnê que já passou por Goiânia, Belo Horizonte, Vitória, Porto Alegre e Curitiba. Em julho passará por Brasília e em agosto e setembro fará temporada de 5 semanas no Rio de Janeiro, para depois finalizar com Florianópolis.

Foto: Caio Oviedo

“Minha relação com a Marisa é de muito carinho, cuidado e admiração. E como todo trabalho isso vem sendo construído a cada ano e a cada encontro. Para mim, ela é uma, senão a melhor atriz de sua geração. Vai da comédia ao drama construindo sempre percursos em cena em que o trilho da verdade é o que conduz as ações físicas construídas por ela em cena. Para mim é muito lindo ver como a Marisa enxerga o teatro e o nosso ofício e respeita cada função presente no time do espetáculo”, finaliza.

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