Top

Mostra coletiva traz grandes nomes das artes plásticas

Foto: Divulgação

A Fortes D’Aloia & Gabriel e a Gomide&Co abrem a mostra coletiva “Para-raios para energias confusas”, com curadoria de Luisa Duarte e Marilia Loureiro no Galpão, em São Paulo. A abertura acontece neste sábado (06.05), no Galpão, rua James Holland, 71, Barra Funda, SP, das 15h às 18h. A exposição fica em cartaz até 10 de junho de 2023.

A partir de uma reflexão sobre as novas tecnologias de inteligência artificial, as curadoras propõem um diálogo intergeracional entre 16 artistas que põem em debate a alienação contemporânea e convidam o público a especular sobre a produção de subjetividades pela costura de diferenças.

Nas palavras de Luisa e Marilia, trata-se de “Um caminho em que a energia simultaneamente confusa e difusa da contemporaneidade não nos faça sucumbir, nem aderir ao medo, ou nos enrijecer diante da desestabilização. Que esse desequilíbrio, assim, possa ser elaborado com fins que incluem a conjugação de emaranhados vitais capazes de manter aceso um não fechamento de sentido”.

Foto: Divulgação

Os trabalhos de Adriana Varejão reconfiguram técnicas científicas do censo populacional, submetendo-as a táticas de organização plástica que apontam a subjetividade e a flutuação incessante dos significantes de raça no contexto pós-colonial do Brasil. Esse procedimento assemelha-se ao de Luiza Crosman, que emula em seus desenhos a cultura visual dos gráficos científicos para, ao fim, frustrar a sua vocação utilitária. Negalê Jones e Rebeca Carapiá colocam em jogo dimensões invisíveis da obra de arte, amplificando em ondas sonoras as propriedades energéticas das plantas, no primeiro caso, e instalando um campo de reverberações elétricas entre o corpo humano e o cobre no segundo. A videoinstalação de Tiago Mestre projeta sombras na galeria, simultaneamente obscurecendo e iluminando a arquitetura circundante, como a escultura site-specific de Lydia Okumura, que aproveita as cores e as arestas das paredes para projetar um polígono impossível no espaço. Cristiano Lenhardt, Juliana dos Santos e Renata Haar empregam o desenho para dar contorno pictórico ao intercâmbio entre contornos irreconhecíveis e formas familiares.

Artistas históricos como León Ferrari e Mira Schendel também participam da exposição com duas esculturas, “Sem título” (1978/1982) e “Droguinha” (1965/1966) que recompõem o espaço por meio de linhas, volumes esvaziados e torções de material. O trabalho em vídeo de Cinthia Marcelle, “Verdade ou desafio” (2018) e a instalação “Elo” (2023) de Sara Ramo, produzem conexões entre as obras da mostra, com um triângulo giratório que aponta ao seu redor, no caso de Cinthia, ou com um imenso cordão de materiais heterogêneos, no caso de Sara.

Anderson Borba e Maria Lira Marques apresentam trabalhos que partem de elementos orgânicos como a madeira e o pigmento natural para produzir objetos compostos com uma manufatura hábil e eloquente, enquanto as esculturas de Sonia Gomes empregam a costura como método compositivo para volumes que fazem da concatenação de texturas díspares um princípio plástico.

Mais de Cultura