Cultura

MAM-RJ recebe o filme “The Face of Ball” e atividades do Ballroom

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Foto: Charles Pereira

Abordando a cultura Ballroom/Vogue sob a perspectiva do Cinema Novo com uma estética afrofuturista, o documentário ficcional “The Face Of Ball” foi realizado sob a direção de Blackyva em 2021, dentro de um contexto pandêmico. Na ocasião, a obra teve sua exibição apenas em formato online.

Nos dias 06 e 07 de maio no MAM (Museu de Arte Moderna) acontece “The Face of Ball – Circulação”, um evento homônimo que marcará a estreia presencial do filme além de ocupar outros espaços do museu com o intuito de expandir o universo retratado no média-metragem.

Com atividades totalmente gratuitas, incluindo uma oficina e a realização de uma batalha de vogue (vogue ball) com premiação em R$ 300 para quem vencer cada uma das cinco categorias.

A programação foi construída coletivamente, privilegiando profissionais e atrações da cena ballroom, em especial jovens que fizeram parte do elenco do filme. No evento, estarão presentes ministrando oficinas, compondo o painel de júri, atuando como chants (mestre de cerimônia), atrações em performances e ainda como parte da equipe de produção.

Foto: Charles Pereira

No sábado, dia 06, às 14h, acontece a Oficina Commentator x Performance comandada por Legendary Father Luky & Legendary Camylla. No domingo, 07, a programação começa às 10h, com a exibição do filme “The Face Of Ball”, que tem a atriz Julia Lemmertz como narradora, seguido por um bate papo e tendo na sequência um baile de vogue que, além das batalhas, terá atrações especiais, como apresentação da cantora Diameyka Odara.

“A proposta é que o evento seja uma grande celebração desse momento de ascensão da visibilidade da comunidade ballroom do Rio de Janeiro e do Brasil e, principalmente, de exaltação da potência e excelência das corpas que compõe a ballroom, composta majoritariamente por pessoas pretas, periféricas e LGBTQIAPN+”, diz Rafael Fernandes, idealizador e diretor-geral do evento.

Desenvolvido por dez artistas LGBTQIAPN+ da periferia carioca e dirigido por Blackyva, o filme teve seu processo de criação quando o grupo foi selecionado pelo projeto “Entrando na Dança Queer” para criar uma performance com foco nas questões de gênero, sexualidade e raça.

“A ocupação do espaço por estes corpos marginalizados, que agora estão em evidência e conseguindo oportunidades, é resultado de um processo histórico de resistência de nossas ações artísticas e funções políticas como pessoas LGBTQIAPN+ e racializadas. Estar no MAM Rio é uma oportunidade de ocupar um espaço inacessível para pessoas como nós e simboliza um retorno a todo um processo de resistência e uma insatisfação com a negação de oportunidades”, resume Wallandra, produtora artística do evento e uma das participantes do documentário.

Embora o projeto de “The Face of Ball – Circulação” tenha surgido com o desejo de exibir o filme em diferentes espaços e contextos, estrear o filme na capital fluminense, polo de difusão da cultura Ballroom, tem seus motivos.

“O Rio de Janeiro se tornou este polo de difusão exatamente porque a cultura ballroom reúne um conjunto de corpos políticos resistindo numa cultura de invisibilização e de falta de oportunidade. O Rio parece uma cidade que tem muitas oportunidades maravilhosas, mas tem pontos velados. E a gente resistindo nesse espaço que parece do glamour, da riqueza… Mas o vogue e a cultura ballroom trazem uma ressignificação, e vem juntando pessoas de várias comunidades e lugares de marginalização que se organizam num movimento político de transformação social através da arte”, pondera Wallandra.

Foto: Charles Pereira

Foi através do filme, inclusive, que pela primeira vez Blackyva trabalhou com seus semelhantes – pessoas periféricas, negras e LGBTQIAPN+. Para ela, o documentário que dirigiu conta uma história, mas imagina outras possíveis. “O filme é uma celebração, é sobre beleza, bem-estar, sobre batalhar também nos dias difíceis da vida. É sobre lutar e mostrar sua força, é sobre sonhos. É sobre construir uma comunidade, um quilombo. O filme não tem a ousadia de mostrar a Ballroom, apenas circunda e permeia este universo grandioso. O filme mostra o talento e expressividade desses artistas periféricos e a história que estão construindo coletivamente. É um lugar de acolhimento, de resistência e da valorização destes corpos marginalizados. Todas que ali estiveram já são lendárias e estão marcadas na história”, finaliza a diretora.

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