Rennan da Penha quer gravar um afrobeat ou afrohouse com IZA – Foto: Divulgação
Prestes a completar quinze anos de carreira, Rennan da Penha ocupa um lugar de honra quando falamos sobre o funk carioca. Ele foi responsável por impulsionar o ritmo com o funk 150BPM, durante um momento que o ritmo urbano carioca estava enfraquecido, e tornou-se uma voz potente contra a criminalização do funk. Ele revelou que considera uma pessoa realidade e hoje o seu desejo profissional é impulsionar novos artistas na indústria, por meio de sua gravadora, Hitzada, que conta com casting majoritariamente oriundo de comunidades do Rio.
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“Eu sou muito feliz e realizado por tudo que fiz no funk, papo reto. Hoje, quando me pergunto sobre os meus planos para o futuro, digo que é a Hitzada, minha produtora. Quero ajudar os meus novos artistas a trilharem a sua carreira e ser para eles o que gostaria que alguém tivesse sido no meu início. Minha missão é essa hoje na música, impulsionar novos nomes. Tem muita gente boa precisando apenas de oportunidade”, afirma o produtor musical, que já foi indicado ao Grammy Latino.
Rennan já gravou com nomes do mercado fonográfico como Anitta, Ludmilla, Luísa Sonsa, Pabllo Vittar, Rebecca, Pocah e Lexa. Ele revela que também já conversou com IZA sobre uma parceira e adianta que espera que o projeto seja um afrobeat ou afrohouse.
“A IZA entrou em contato comigo para a gente fazer um feat, conversamos, mas estávamos na pandemia e acabou rolando um desencontro. Ela é uma artista sensacional, e vejo como certo apostar em um afrohouse ou afrobeat. Espero que tenhamos a oportunidade de trabalhar juntos, porque ela é uma representatividade muito grande para o nosso povo. A IZA tem um grande nome no mercado da música e está sempre se renovando. Ela é braba!”, diz.
Rennan, que é um dos maiores produtores de música urbana do Brasil, também comenta sua opinião sobre o uso da inteligência artificial na música, discussão que tem ganhado força nos últimos meses. Um estudo da Ditto Music, empresa glocal de distribuição de música, aponta que o uso da IA na criação de novas canções já é uma realidade. Analisando mais de 1.200 usuários da Ditto, os dados da pesquisa mostram que 59,5% dos artistas já estão fazendo uso de ferramenta em seus projetos.
“Eu acho sem cultura, sem raciocínio e sem inteligência. Não há lógica deixar uma ferramenta o nosso trabalho como produtor, que é nos reinventar, fazer arte. Por isso, afirmo que nunca vou apoiar isso. Ferramentas para fazer a produção crescer, desenvolvimento de produção é compreensível, mas o uso de IA para fazer uma música pronta para você não tem como, você só tá ocupando o espaço de quem deveria está fazendo algo certo que é pegando os sentimentos, entrando no estúdio e fazendo música do coração para fora, não por views ou luxúria.”