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Mateus Carrilho dá guinada na carreira e volta com tudo

Foto: Fernando Mendes

Ele é conhecido por suas canções pop recheadas de conteúdo eletrônico. Bomba entre o público jovem e alcança diferentes faixas etárias com seu som. Mateus Carrilho agora dá uma guinada na carreira e aparece com um clipe lindo e música igualmente envolvente: “Menino”, se não viu, tem que ver.

Afora o novo clipe, ele está finalizando o seu primeiro álbum de estúdio. O que vem pela frente? Uma mistura de pop, com samba, MPB, bossa nova com funk e até orquestra nas músicas, mas mantém sintetizadores e computadores.

Animado, e muito, com o resultado do novo trabalho, Carrilho deve sair para temporada de shows em dois meses, antes disso solta mais uma ou duas músicas para o público. “Vai vir outra música solo, e logo depois eu já quero trazer o disco. Minha ideia não é ficar trabalhando muito picado. O disco está praticamente pronto, está indo para mixagem agora, depois é só o granuladinho final para a gente fechar e entregar para as pessoas”, diz o artista.

Leia o papo que RG teve com Carrilho via Zoom.

Foto: Fernando Mendes

Como surgiu a ideia de gravar “Menino”, que tem uma sonoridade totalmente diferente?

Foi uma descoberta artística mesmo. Durante a pandemia eu já estava querendo muito me reinventar, estava querendo me orgulhar novamente do meu trabalho musical. Desde que me tornei solo, experimentei muitas coisas e nem tive muito tempo de pensar, eu só me joguei. Então, quando eu fiquei isolado e tive esse tempo maior, comecei a raciocinar sobre os lugares que queria ir e comecei a estudar grandes compositores. E pensar em um lugar sólido na música para mim, saber para onde eu deveria ir. Eu usei muito a estratégia de pensar o que os meus ídolos fariam, o que os cantores que eu gosto fariam. Comecei a estudar música brasileira e seus grandes compositores. Também revisitei o passado, quando tive contato maior com a MPB, porque depois eu parti para o pop e a música eletrônica. Mas se teve uma coisa que sempre esteve ali embalada, e embrulhada no meu trabalho artístico, foi o Brasil. Desde os tempos da Banda Uó, a gente tinha muita brasilidade, a estética brasileira e tal. O pop da minha banda era muito brasileiro, mas agora eu busco algo mais elegante, mais refinado, que tem a ver com a fase da maturidade que estou vivendo agora.

Podemos dizer que vem uma nova fase em sua carreira?

Sim, totalmente, é uma nova fase, eu deixei comigo apenas o que eu achava que valia a pena, o resto ficou para trás. Acho que é um rebranding da minha carreira, uma virada de chave, onde desta vez eu me posiciono com muito mais consciência e maturidade sobre o lugar que quero estar e para onde quero ir. Eu encontrei um caminho no qual eu quero ficar, seguir nele e só melhorar.

Cena do clipe de “Menino”- Foto: Fernando Mendes

Quais foram os compositores que você estudou?

Caetano Veloso, que é um dos principais, que eu escutava desde novinho, mas desta vez analisando as composições, explorando meu lado compositor. Jorge Ben Jor, que eu escutei muito e foi uma influência até gringa. Pensei: “Como os gringos conhecem e admiram tanto o trabalho de Jorge Ben e eu aqui? Comecei a estudar muito o trabalho dele. Cartola, que era uma música que eu ouvia muito quando eu tinha meus 16, 17 anos, pirava, porque o meu início na música foi na MPB, mas depois eu me encaminhei para outras direções. Como eu sou de Goiânia, acabei ouvindo de tudo, samba, rock, pop… Djavan, que foi um cara que cantei muito na minha adolescência e que resgatei agora.

Seus próximos singles devem seguir a linha de “Menino”?

O disco vai para lugares diferentes, então não digo que ele fica no mesmo lugar, ele não é só um disco de samba ou de MPB. É um disco de pop e eu administrei isso de maneira contemporânea. A primeira faixa que abre o disco, por exemplo, é uma bossa nova com funk. E a gente tem “Menino” que é um sambão, tem outra música que é “Boate Qualquer”, que é um samba em que eu uso sintetizador, então ao mesmo tempo em que nós gravamos todos os instrumentos orgânicos, como as percussões, o tamborim, os sopros, usamos computadores. A gente fez essa mistura porque queríamos que parecesse contemporâneo. Em nenhum momento minha ideia foi retornar para o passado, não, foi beber do passado para criar um novo futuro, é mais ou menos nesse movimento que o meu disco caminha. Ele vai para vários lugares, tem até um pezinho em João Gomes, em algum momento. Tem também um pouquinho de Axé que foi uma coisa muito presente na minha infância. Eu sou uma criança de 1990 então não faltou me lambuzar em Axé music.

Quantas músicas vai ter o álbum?

São 11 faixas inéditas, contando com “Menino”.

E você compôs todas elas?

Sou compositor de dez faixas, e uma das músicas eu ganhei de presente, foi a única que eu aceitei, porque eu achei que tinha a ver com o disco. Ela está comigo desde 2019, essa composição, então é como se ela fosse minha também.

Quais são os próximos projetos?

Continuar com os lançamentos, vai vir outra música solo, e logo depois eu já quero trazer o disco. Minha ideia não é ficar trabalhando muito picado. O disco está praticamente pronto, está indo para mixagem agora, depois é só o granuladinho final para a gente fechar e entregar para as pessoas. A ideia é que o disco esteja nas plataformas para todo mundo logo menos.

Foto: Fernando Mendes

Vem show pela frente?

Acho que daqui dois meses. Eu preciso preparar esse show ainda, porque como eu disse, é um outro recomeço, e eu quero que o show esteja à altura do disco, que fiz com tanto empenho e carinho… A gente chegou a gravar até orquestra para esse trabalho, para você ter uma ideia. Nós fizemos uma apresentação recente em que cantei quatro músicas do meu novo disco, e senti que rolou muita química, o que me deixou realizado enquanto cantor. Então é isso, dois meses a gente cai na estrada com esse show para arrebentar.

Foto: Fernando Mendes

Você vai fazer clipe de quantas músicas?

Olha, se deixar, eu gravo clipe para todas, mas eu acho que faço mais um ou dois videoclipes, embora conteúdo visual haja para todas as faixas, inclusive para faixa-título do disco, que vai ser um miniclipe.

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