A bailarina profissional e influenciadora digital Ramana Borba, de 21 anos, vem se destacando cada vez mais no meio artístico e é uma referência para os adolescentes e GenZ. Prova disso, é que em 2022, a cantora norte-americana Beyoncé reconheceu o talento de Ramana e a incluiu em dos projetos especiais com fãs do mundo todo em seu novo single “Break My Soul”.
No mesmo ano, a bailarina ganhou o Prêmio Potências na categoria Tiktoker do Ano. Por meio de todo seu talento e carisma, ela usa a arte para se expressar e representar as mulheres negras e brasileiras, trazendo cada vez mais visibilidade e inspiração para essas jovens.
Seu posicionamento foi reconhecido pela plataforma YouTube, que a convidou para participar do Fundo Vozes Negras, cujo objetivo é capacitar mais de 130 criadores de conteúdo, celebrando o orgulho negro e a trajetória de cada um desses creators.
Suas habilidades como bailarina são reconhecidas em várias partes, graças a seu alcance de mais de 1 milhão de seguidores no Instagram e seus quase 6 milhões no TikTok, que contribuíram para sua notoriedade no segmento. Agora, ela se prepara para encarar um novo desafio: a atuação.
Leia a seguir o papo que RG teve com Ramana.
Onde nasceu e onde vive?
Sou uma gaúcha carioca, risos. Eu nasci no Rio Grande do Sul, mas me mudei para o Rio de Janeiro por causa da minha carreira. Pode parecer clichê, mas a dança me escolheu e sempre esteve presente na minha vida, desde que eu era pequena. Lembro-me que ia para o meu quarto assistir aos shows dos artistas e dançava escondida, pois era muito tímida.
O que estudou?
Comecei a dançar aos 13 anos, e também foi nesse período que criei o meu canal no YouTube. Aos 16 anos, passei a dançar de maneira profissional e me aprofundar em estudos e técnicas. Estudei em muitas academias diferentes, fui testando quais funcionam para mim e também qual é a minha identidade dentro da dança, esse foi um processo muito importante para essa minha identificação. Mas eu fiz aulas desde jazz até hip hop e, nessa trajetória, percebi que a minha dança era voltada para o Femme (feminino) como heels e jazz funk.
Atualmente você é uma das grandes referências na dança da sua geração. Como foi esse processo?
Comecei com o YouTube, mas durante a pandemia a minha irmã mais nova falou que deveria criar uma conta no TikTok por ser uma plataforma bem forte nesse segmento. Já o Instagram foi um processo diferente, eu tinha uma conta desde os meus 13 anos, só que não dava tanta atenção para ele quanto para meu perfil no YouTube, foi uma rede que eu aprendi a mexer e me identificar conforme fui me encontrando dentro da dança e entendendo esse meu lado profissional.
Sua ascensão foi rápida nas redes sociais?
Hoje, meus canais estão bem consolidados. Tenho mais de 1 milhão de seguidores no Instagram e no YouTube, já o meu perfil no TikTok tem quase 6 milhões de seguidores. Não conquistei esse público da noite para o dia, foi algo gradativo e como fruto do meu trabalho diário de postar minha arte e também dos jobs que fiz. Meu primeiro videoclipe foi para a Iza com “Pesadão”, participei também de clipes com Ludmilla, Projota, Pedro Sampaio, Felipe Ret e outros artistas.
Como é ter mais de 1 milhão de seguidores no Instagram e 6 milhões no TikTok? O que isso representa?
Para mim representa que quando – no começo – eu assistia vídeos de dança aqui no Brasil, e de alguma forma eu tinha a sensação de que não me sentia representada naquilo e que tinha algo faltando porque não tinha nenhum canal de grande expressão de dança com uma protagonista negra, eu decidi, se não tinha, eu seria. Isso é uma das grandes respostas e que não só eu me senti assim, e sim, várias outras pessoas que me acompanham até hoje. Eu não gosto de ser definida por números porque muitas vezes as pessoas resumem um influenciador digital que só correm atrás de números – de fato tem pessoas no meio que pensam assim. Porém, quando tem um trabalho que envolve arte a sua missão é passar um legado, uma mensagem, é mudar de vida e, de fato, eu sempre busco e quero que as pessoas que me seguem se sintam empoderadas, que elas vejam no meu conteúdo uma forma que a arte é uma linguagem universal, a dança no geral, porque você pode estar falando com várias pessoas sem precisar falar nada, entende? A linguagem corporal é isso. E que as pessoas valorizem, respeitem, os dançarinos brasileiros (essa é uma das minhas missões, sabe?). Isso tudo é muito importante e não pode ser resumido por números: Como ela é uma influenciadora grande, sabe? E sim, de fato, quero ser uma artista grande para o legado que quero deixar para os meus seguidores.
Isso implica mais responsabilidade nas postagens?
Com certeza! O papel do influenciador é de influenciar vidas, precisamos ter consciência que os seguidores não são só números e sim pessoas que estão ali para escutar o que você fala, vende e se posiciona. Eu tento ao máximo ter cuidado e responsabilidade com aqueles que me seguem, busco entregar conteúdos que os respeitem e influenciam para o bem.
Como avalia o mercado de dança atualmente?
O mercado precisa ser valorizado, principalmente os profissionais da dança. A coreografia e a dança têm um poder muito grande de alavancar uma música, “Single Ladies” é um ótimo exemplo disso, todo mundo queria fazer a dança e fazem até hoje. Aqui no Brasil, esse comportamento já mudou bastante, mas ainda tem como evoluir para que o profissional seja reconhecido pelo seu esforço e trabalho.
Acha que as oportunidades na dança hoje são mais equivalentes para branco e negros?
Essa perspectiva é muito singular dentro de cada modalidade e é um problema social como um todo, sempre será uma pauta em questão independentemente da profissão. Eu não posso falar sobre os desafios de um bailarino negro cujo o nicho é balé clássico, com certeza, é mais difícil. Meu nicho é muito mais para o comercial e posso dizer que melhorou bastante, pois cada vez mais os artistas e marcas buscam por profissionais que gerem essa representatividade.
Atualmente você é influencer, certo? Quais são os próximos projetos?
Sim, sou influenciadora digital e dançarina. Atualmente, estou focando meus esforços para atuação, inclusive já recebi alguns convites. Eu gosto muito de me desafiar e com a atuação não será diferente, estou estudando para desenvolver minhas habilidades e técnicas.
Como foi ser convidada para participar do Fundo Vozes Negras?
O Fundo Vozes Negras é um projeto do YouTube para incentivar criadores de conteúdo que são negros e foi algo incrível. Esse reconhecimento da plataforma é algo muito importante e especial para mim, além de todas as aulas e trocas que tivemos.
Qual a importância desse convite para você?
É algo muito importante, pois a plataforma reconhece meu trabalho e incentiva não só a mim, mas outros criadores de conteúdo que estão ali diariamente produzindo conteúdos para o canal. Também é um termômetro que temos para saber se nosso conteúdo está sendo entregue, se está performando e o que podemos aprimorar. Ter essas trocas e feedbacks com as plataformas ajuda muito no nosso desempenho.