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Zé Carlos Garcia apresenta “Escultura Cega” na galeria Marilia Razuk

“Palavra Eucalipt”, na mostra “Escultura Cega”, de Zé Carlos Garcia – Foto: Divulgação

A forte influência das alegorias das escolas de samba do carnaval do Rio de Janeiro, a paisagem do Nordeste, o hibridismo de matrizes diversas e a sustentabilidade permeiam as obras do aracajuense Zé Carlos Garcia, que acaba de completar 30 anos de atividade.

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A exposição “Escultura Cega”, em cartaz na Galeria Marilia Razuk, apresenta trabalhos inéditos do artista, com madeira oriunda de poda urbana, fragmentos de mobiliários antigos e manejo florestal, além de materiais como penas e pedras. A mostra fica em cartaz até o dia 6 de maio.

“A obra do Zé é um hibridismo de matrizes diversas, e não só culturais. Hibridismo entre o barroco e a cultura vernacular de artesãos, ou entre ancestralidades africanas e indígenas. Existem ali também cruzamentos de outras sorte, entre animais e objetos, quando vemos esculturas de madeira cujas partes lembram aves, ovos, trazem penas e, ao mesmo tempo, têm pés de mobiliário moderno. Ele preserva mistérios e ambiguidades, provoca dúvidas, mostra-se sintético, simples – principalmente as peças de parede que estarão nesta próxima exposição –, cheio de elementos ‘incompletos’ e, nisso, meio silencioso também”, analisa José Augusto Ribeiro, diretor de projetos especiais da Galeria Marilia Razuk.

“A escultura por si só é sempre cega. Ao mesmo tempo que algumas peças parecem de alguma forma observar, na verdade só quem vê é o espectador. E tudo o que este espectador vê, pode ser pura criação, algo que só é possível ser observado dentro do universo próprio de cada um. E cada uma dessas  leituras é efetivamente possível. Afinal, como somos um país miscigenado, cada escultura terá um pouco de quem a vê”, explica o artista.

“Procurei lançar mão de uma artesania elevada em máxima potência, usando principalmente machado, facas e goivas para a confecção das peças. Onde cada golpe, cada esforço físico feito, me desperta para saber o caminho que vou seguir no trabalho para que ele não fuja simplesmente em um automatismo psíquico. E é essa eterna luta – ou dança –  no fazer, que acabo encontrando o equilíbrio entre a forma e o pensamento”, complementa Garcia.

Um extenso trabalho de pesquisa com madeira  realizado na última década é refletido nas suas criações. O material proveniente de poda urbana foi recolhido junto ao serviço municipal de manutenção, que descarta troncos e peças de árvores, resultantes dos manejos ambientais das espécies plantadas nas ruas da cidade do Rio de Janeiro. O mobiliário garimpado também seria descartado.

SERVIÇO

“Escultura Cega”, de Zé Carlos Garcia

Local: R. Jerônimo da Veiga, 131 – Itaim Bibi, São Paulo – SP

Período expositivo: até 06 de maio

Horários de visitação: de segunda a sexta das 10:30 às 19h, sábados das 11h às 16h

Entrada gratuita

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