A Marcia Milhazes Companhia de Dança abre o mês de abril do Palco Carioca, dando sequência ao primeiro circuito do Festival Dança em Trânsito 2023. “Paz e Amor” terá duas únicas apresentações, nos dias 1º e 2 de abril, no Espaço Tápias, às 20h, na Barra da Tijuca.
O mundo se confronta com um momento exigente, incerto, provocado pela Covid-19. Dois solos que se comunicam e desejam falar de um local interno, invisível, o amor. Gestos que flutuam na busca de um silêncio barulhento da alma. A possibilidade de continuar sonhando e celebrando o sensível. Depoimentos. Uma declaração de amor e de esperança. Nós somos todos.
Paz e amor. Dois solos, uma mulher, Ana Amélia e um homem, Domenico Salvatore, trazem em suas escrituras de gestos, materiais criados durante o isolamento social e outros, e que, conduzem na tentativa de celebrar o sensível como uma das saídas para fortalecer a existência humana.
Todas as etapas de montagem; coreografia, concepção e direção, são da coreógrafa Marcia Milhazes. Composições criadas especialmente pelo músico Eduardo Antonello para piano, Jesse Ahman para cello, conversam com a genialidade de Villa-Lobos e poema de Dora Vasconcelos.
“Apresentamos a produção experimental coreográfica e dois vídeos: “Pássaros e Sonho de Primavera”, concebidos e montados via online (2020-21), durante o exigente confinamento social, causado pelo coronavírus, onde as pessoas se esconderam do invisível. Um outro formato de vida artística e afetiva, se apresentou para a voz da Marcia Milhazes Companhia de Dança, atravessando outros mundos do conhecimento, que hoje celebra os desafios, a persistência pela esperança na arte e nos laços humanos que nela residem, como força inspiradora de resistência – transformadora do ser” – ressalta Marcia, coreógrafa e diretora artística da companhia.
Em cena, a experiência no campo virtual e as narrativas poéticas de duas pessoas se cruzam, incorporando imagens afetivas, gestos carregados de fantasia, como paisagens imagéticas em movimento. O ser humano e virtual – sussurram histórias que colecionamos, envolvidas em territórios da memória e vestígios de sonhos pelo reencontro. Um relato sobre a valorização dos laços humanos que enunciam uma massa narrativa solitária, íntima, legítima destes tempos de incertezas.