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Neste mês, a Mostra Tiradentes-SP volta a ocupar o Cinesesc em São Paulo. De 23 a 29 de março, o público da capital paulista poderá conferir a exibição de 27 filmes, a maioria inéditos em São Paulo, e que fizeram parte da programação da 26ª Mostra de Cinema de Tiradentes, realizada em janeiro. A 11ª Mostra Tiradentes-SP será norteada pela temática “Cinema Mutirão”, abordada na edição mineira, dando sequência e ampliando a reflexão com discussões e novas perspectivas.
“A força do cinema brasileiro contemporâneo pode ser conhecida nas edições anuais da Mostra Tiradentes-SP que, em 2023, celebra 11 anos na capital paulista com o propósito de ampliar novos olhares, vozes e exibir um panorama múltiplo da produção audiovisual no Brasil. Todas as sessões ganham debates após a exibição dos filmes com a presença de realizadores, provocando reflexão sobre as imagens e histórias do cinema como resposta ao seu tempo histórico. Graças à parceria com o Sesc São Paulo, o cinema brasileiro ganha mais espaço e dimensão na cidade, e o público, a oportunidade de conhecer filmes que muitas vezes não chegam ao circuito comercial”, destaca Raquel Hallak, diretora da Universo Produção e coordenadora geral da Mostra Tiradentes-SP
Com 11 longas e 16 curtas, a mostra traz um recorte pungente da 26ª Mostra Tiradentes, que exibiu 134 produções, e levou um público estimado de 35 mil pessoas para a cidade mineira e atingindo mais de 250 mil acessos na plataforma do evento. Entre os destaque da edição paulistana estão os seis premiados: “As Linhas da Minha Mão” (Melhor Longa da Mostra Aurora), de João Dumans, que será exibido na abertura do evento, no dia 23, às 20h; “O Canto das Amapolas” (Prêmio Carlos Reichenbach – Mostra Olhos Livres), de Paula Gaitán; “Remendo”, de Roger Ghil (Melhor Curta Mostra Foco e Prêmio Canal Brasil); “Cervejas no Escuro” (Prêmio Helena Ignez para a atriz Edna Maria), de Thiago A. Neves; “A Filha do Palhaço” (Melhor Longa Júri Popular), de Pedro Diogenes; e “Nossa Mãe Era Atriz” (Melhor Curta Júri Popular), de André Novais Oliveira e Renato Novaes.
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Documentário experimental, “As Linhas da Minha Mão” foi rodado em 2021 com baixíssimo orçamento. O longa é o resultado do encontro entre o diretor João Dumans e a atriz Viviane Ferreira, autora do livro “Casa Breve: Uma Atriz Louca em Três Atos”, que, além de protagonista, assina o roteiro ao lado de Dumans. Após a sessão de abertura, Viviane participa de bate-papo com o público junto ao ator Leandro Acácio e com mediação do curador Francis Vogner dos Reis.
Marcada pela diversidade, a seleção da mostra combina novos talentos na direção cinematográfica com nomes já conhecidos de Tiradentes, como é caso de Helena Ignez, com “A Alegria é a Prova dos Nove”, filme que conta com o veterano Ney Matogrosso no elenco e que teve sua premiére em arrebatadora sessão em Tiradentes; e Leonel Costa, com seu novo trabalho, “Alegorias”, longa com uma história bem brasileira que também teve emocionante estreia na cidade mineira. Dentre os estreantes, destacam-se nomes com estreita relação com o teatro, caso de João Maia Peixoto, com seu inventivo “Xamã Punk”; e Márcio Abreu, com “Febre”, que conta com o ator Paulo André, do Grupo Galpão, no elenco.
Curtas
Programada especialmente para a 11ª Mostra Tiradentes-SP, a Mostra Vertentes de curtas reúne quatro filmes marcados pelo fazer cinematográfico como ação social, histórica e política, ou com intenções mais diretamente atentas a esses aspectos das vidas real e ficcional de diferentes personagens. São documentários produzidos em São Paulo que demonstram a força do cinema contemporâneo paulista: “Arrimo”, de Rogério Borges; “Através da Cidade Invisível”, de Paulo Grangeiro; “Onde a Gente se Encontra”, de Talita Virgínia; e “O Que nos Espera”, de Bruno Xavier e Chico Bahia, este último sobre Padre Júlio Lancellotti.
Além da exibição de curtas e longas, a mostra contará também com bate-papos com a presença de diretores após as sessões, garantindo maior interatividade com o público. Ao todo, serão 15 debates com realizadores, e um encontro especial: o tradicional debate “Cinema da Vela”, com o tema “Cinema Mutirão: Laboratórios e Cinema de Grupo de São Paulo”. Em pauta, o cinema paulista contemporâneo e sua relação com os processos de criação coletiva de outras artes e modos de vida. Os debatedores serão os cineastas Helena Ignez, Leonel Costa e Filipe dos Santos Barrocas e a mediação fica a cargo do crítico de cinema João Paulo Campos.