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Nova temporada de DOM é de atiçar os nervos

Foto: Reprodução/IMDb

*Contém spoiler

A segunda temporada da série DOM que estreou nesta sexta-feira (17.03) é tão boa quanto a primeira, e é de atiçar os nervos. A convite da Amazon Prime Video, RG assistiu à nova temporada e adorou, ela vem tão quente quanto veio a anterior. Toda filmada durante a pandemia, e com as regras de higiene e proteção, a série, que passa também pela Amazônia e pelo Uruguai, está ótima forma e conta como Pedro Dom (personagem de Gabriel Leone) vai se safar, ou não, de seus perseguidores: a polícia.

Ele vai passar pela prisão, cenas ótimas gravadas em uma penitenciária desativada no Uruguai, e continua abusado, querendo dominar o que na verdade não domina, o vício na droga.

Foto: Reprodução/IMDb

Raquel Villar, que interpreta Jasmin, namorada de Pedro Dom, aparece grávida e comprometida em ter o bebê. Já ele, vive dias de espera na penitenciária. Perguntamos a ela se seria capaz de criar a filha que carrega na barriga sem a companhia de Pedro, que está preso. “Com certeza, o Brasil é um País de mulheres que criam seus filhos sozinhas. Ela não tem muito apoio, ela vem sem família, sem estrutura. Mas eu acho que ela está tomando decisões para se entender emocionalmente, acho que ela toma decisões na segunda temporada já pensando nisso. O Pedro pode dificultar um pouco as coisas, porque ele está em um momento muito difícil… Nem sei o quanto seria legal os dois ali tentando se entender com uma criança”, completa.

Perguntamos também como ela avalia a visão que as pessoas têm de sua personagem, que é uma criminosa, mas que o público torce pela dupla, Jasmin x DOM. “Eu acho que somos complexos, ninguém é uma coisa só. Acaba que a gente se identifica por meio de outras camadas de outras pessoas. Eu acho que isso é uma coisa que acontece com ela, que sai de São Gonçalo, está morando em outro lugar, e coisas que a levam para o crime.  Ela é uma menina sozinha tentando se estabelecer como mulher. Toma atitudes erradas, mas consegue refletir”, completa.

Já a Isabella Santoni, a Viviane da série, perguntamos como é participar de um projeto com sucesso mundial. “Para mim é um prazer gigante. Eu acreditava na séria, mas ser a série de língua não inglesa mais vista foi uma surpresa grande. Acho que tem essa questão de pai e filho, a relação com o vício, está sendo muito bem contada”, diz.

Tem uma cena em que Jasmin é sequestrada por um policial, mas para que a polícia pudesse encontrá-la, tem a ajuda de Viviane, que a entrega. “Acho que ela se arrepende de entregar a amiga que está grávida, e ela não sabia da gravidez. O único paradeiro que ela tem é o da Jasmin e ela negocia”, conta.

Perguntamos a ela se Viviane é uma cobra ou uma vítima. “Acho que ela é uma mulher sozinha, a gente não conhece muito do passado dela, aí nessa segunda temporada a gente vê um pouquinho, o pai dela e tal. Para mim, a Vivi quer ser reconhecida.”

Foto: Reprodução/IMDb

Segundo Malu Miranda, head de originais da Amazon no Brasil, o diretor Breno Silveira, morto em 2022, e que era o diretor de DOM, a série se manterá como foi concebida por ele, em três temporadas. “A serie foi concebida em três temporadas, e a terceira, em que DOM morre, está por vir. Você vê que a temporada está cada vez mais iminente, para o DOM e para quem o acompanha”, diz. “Nós respeitamos muito isso, que sempre foi vontade do Breno.”

De acordo com Malu, a segunda temporada teve suas dificuldades, porque foi gravada durante a pandemia. “Foi tudo gravado durante a pandemia, uma loucura, mas que deu certo. Tendo que ir para a Amazônia, Uruguai, tendo todos esses desafios de deslocamentos”.

Sobre o fato de a série ter explodido de audiência, inclusive mundialmente, durante a pandemia, Malu observa que as pessoas estavam em casa e queriam maratonar tudo, e que será interessante ver como o público vai se comportar nesta segunda temporada.

Foto: Reprodução/IMDb

Para Grabiel Leone, gravar algo tão dinâmico é intenso. “É muito intenso, porque todos os dias são picos de adrenalina, e passar por sentimentos e emoções das mais variadas. Acho que temos uma frequência e nessa nova temporada vem com algo a mais, mais frenética. Até porque filmamos em um presídio real, mas desativado, no Uruguai. Fizemos cenas muito reais lá dentro. Foi demais, é a primeira vez que eu tenho como seguir em frente com um personagem e uma história.”

Há uma cena na cadeia em que os detentos tentam escapar de lá por um túnel, e é de arrepiar. Para ele, a veracidade dos elementos compõe o capítulo perfeito, e Pedro Dom não deixa a desejar. Questionado sobre se durante a gravação houve algum desconforto real, ele diz: “Pois é, a cena da cadeia, por mais que a gente saiba que é fictícia, que tem microfone, câmeras, luzes e tudo o mais, acaba sendo algo muito real, que nos prende, não à toa que está ligado às emoções”.

E qual é a do Pedro? Porque ele meio que é adorado, mesmo sendo um bandido? “O Pedro era um cara absolutamente boa gente, um cara solar, mas que ao mesmo tempo era viciado em droga, tinha essa coisa pesada. Então, da mesma forma que muita gente se vê identificada nele como um cara boa gente, outros têm bode por ele ser bandido. Conseguimos criar um Pedro bem tridimensional. Ele não é só o bom moço, ele tem possibilidades diversas de você sentir o que vem através dele.”

Foto: Reprodução/IMDb

Para Flávio Tolezani, que interpreta Victor, pai de Pedro DOM, a responsabilidade de interpretar esse papel é enorme. “Além de ter uma importância enorme na história, muito baseado nessa relação pai e filho, é um cara que já chega meio com muitas cicatrizes. E aí, sim, colocar tudo em uma segunda temporada e em uma terceira, é muito complexo. O Victor é um cara muito fora da curva, isso já ficou claro na primeira temporada. Acho que muito se deve a isso, que é como mostrar esse cara que é impetuoso, impulsivo, tentando acertar…”

Se você ainda não assistiu DOM, está perdendo. A série é muito boa e conta com o exímio trabalho dos atores e da direção. Se gosta de adrenalina, pode apostar em DOM.

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