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Waldo Piano fala de seu personagem, motorista de app boa praça e pai solo, em “Vai na Fé”

Foto: Oséias Barbosa

O ator Waldo Piano completa 25 anos de carreira em seu melhor momento. Atualmente no ar em “Vai na Fé”, trama das 19h da TV Globo, na pele do seu primeiro personagem na televisão, o motorista de aplicativo Joel, amigo de juventude de Carlão (Che Moais), marido de Sol (Sheron Menezzes).

“O Joel é um homem maduro, morador do bairro de Piedade, Rio de Janeiro, e evangélico. Ele é pai solo de Bryan (Felipe Rodrigues) que cria com a sua mãe, Neyde. Seu filho foi abandonado ainda bebê e ficou por sua conta, e da avó, criá-lo. O Joel é um homem cristão genuíno, de coração bom e leve, pronto a se doar pelo outro”, explica Piano.

O ator de 47 anos fala de como usou características de sua vida para compor o seu personagem na novela das 19h. “Minha preparação foi buscando minhas raízes, cresci frequentando a Igreja Evangélica dos subúrbios com minha mãe, onde aprendi sobre o amor a Deus, o amor fraternal, família, louvor e adoração. O Joel tem muito de mim e principalmente do meu pai, que foi motorista de ônibus a vida inteira, que tem aquele jeitão todo e foi quem me inspirou para compor este homem batalhador e bom de coração com os vizinhos e irmãos da igreja”, diz.

O paraense de Igarapé-Açu está no Rio de Janeiro há cinco anos, onde mora no bairro de Curicica, bem próximo aos estúdios Globo, isso tem sido muito bom para ele e para a rotina das gravações.

“Entrei em ‘Vai na Fé’ através do vídeo teste que fiz antes da pandemia. A rotina começou leve, mas cresceu assim que a novela estreou. Hoje estou em um ritmo de trabalho constante, graças ao sucesso da novela logo nos primeiros capítulos. Torcendo para que Joel cresça ainda mais”, ressalta.

Foto: Oséias Barbosa

Piano fala dos bastidores da sua primeira novela de TV. Fui super bem recebido por essa casa linda que é o sonho de qualquer artista. Desde a produção, direção, atores etc. Todos muito receptivos, carinhosos e respeitadores.”

Além de “Vai na fé”, Piano está em outra produção dos estúdios Globo. O ator faz o porteiro Adailton no sucesso do Globoplay “Todas as Flores”.

“Foi bem engraçada a história do início dessa dobradinha de gravações. Logo que avisaram que eu consegui o papel em “Vai na Fé” foi no final das gravações de “Todas as Flores”. Teria somente mais um dia de gravação da produção, porém houve uma troca de datas e tive que tirar a caracterização do Adailton, meu personagem na história do Globoplay, antes de fazer minha cena final. Porém as produções conseguiram fazer um esquema legal e gravei ambas (risos)”, explica

Antes de ganhar destaque nas tramas globais, Piano fez muitos trabalhos na televisão. “Iniciei com publicidade, fiz cinema, e então, vieram as participações nas novelas e séries. Na Globo fiz participações em ‘Malhação’, ‘Amor de Mãe’, ‘Bom Sucesso’, ‘Um Lugar ao Sol’ e ‘Nos Tempos do Imperador’, ‘Jesus’ e ‘Gênesis’ na Record TV, além das séries ‘Sob Pressão’ e ‘Impuros’.”

Ainda em 2023, o ator vai estar em “Musa Música”, série do Globoplay, onde fará Cícero, e voltará aos palcos com o espetáculo “Avental todo sujo de ovo”, da Cia PopularVersatil. “O teatro é minha raiz, cresci fazendo teatro. E, na volta da pandemia, após um longo período longe dos palcos, fui presenteado pela Cia PopularVersatil, com esse personagem incrível e desafiador. A história fala do amor em família e de como vencer todos as diferenças em nome do amor. E viver o Antero é um desafio maravilhoso perante a sociedade, como ator e como ser humano”, conta.

Piano tem uma história ampla atrelada às artes, além de atuar, também canta, é desenhista e artista plástico. “Nasci em uma família cheia de talentos. Minha mãe era pedagoga e regente de coral evangélico, meu pai e tios músicos, isso desenvolveu minha arte cênica nas peças de teatro nas escolas e igrejas, e a música também com o canto coral. Cresci nesse meio e tudo o que era preciso pra fazer as peças, os musicais, as cantatas, a cenografia e composições, eu busquei aprender e desenvolver nos meus projetos. Além disso, sou também desenhista e artista plástico.”

Foto: Oséias Barbosa

O canto fez com que ele fosse descoberto no interior por um nome muito importante do cinema nacional que o impulsionou a seguir a carreira de ator.

“Canto desde criança, lembro-me de estar cantando nos ensaios de coral com minha mãe, eventos na igreja e escola. Quando adolescente participei de bandas, grupo vocal, canto solo, quarteto vocal e coro lírico. Foi em uma apresentação do Festival de Ópera, que ocorre anualmente em Belém, onde eu era o primeiro tenor no Coro Lírico do Theatro da Paz, onde tive um encontro que mudou minha. Na época o diretor Fernando Meirelles estava na cidade para dirigir a ópera “Os pescadores de pérolas”, ele fez uma junção de ópera e cinema, trechos da história, que eram produzidos em forma de cinema, eram exibidos durante a ópera no telão que descia em meio às cenas. Neste espetáculo apenas cantores atores fizeram as cenas cinematográficas, já que no coro eram mais de 60 cantores, e eu fui um dos destaques. Ouvi dele que “eu era um ator que faz tudo com a alma, por isso deveria tentar mais trabalhos no Rio”. Foi uma dica que levei para a vida, vim para o Rio, fiz cursos de atuação para TV e, desde então, comecei a fazer testes. Hoje estou aqui e sou muito agradecido a ele.”

Foto: Oséias Barbosa

Além de dar expediente em “Vai na Fé”, Piano dá aulas de canto, coach vocal, além de ministrar uma oficina de cenografia. “Tenho o Canal MAPFilmes, com oficinas de interpretação para o audiovisual, viajamos pelo Brasil por lugares onde essa arte não chega, realizando sonhos e entregando um bom material de vídeo para os alunos que não poderiam ter. Além disso, tenho alunos particulares que fazem aula de canto e coach vocal, também ministro oficina de cenografia com material reciclável”, finaliza.

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