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Algumas vozes femininas que estão movimentando a cultura no Brasil

Karinah – Foto: Pino Gomes

Karinah

Embora o feminismo esteja em todo lugar e não exista espaço que não deva ser ocupado, artistas precisam lidar com o abismo de oportunidades entre homens e mulheres no samba e no pagode. Estes gêneros musicais fazem sucesso, mas pouquíssimas mulheres conseguem o apoio da indústria musical. Aí nasce a luta de Karinah. A artista canta a força da mulher e sua liberdade, abrindo caminhos para a geração seguinte e é uma figura fundamental para a ampliação do espaço das mulheres em um ambiente historicamente dominado por homens.

Seu mais recente álbum visual, o “Karinah Por Elas”, conta com a participação de 27 mulheres (cantoras e musicistas) e foi idealizado para amplificar talentos femininos que estão iniciando a trajetória na música.

Aos poucos, ela vem quebrando diversos estereótipos e abrindo portas para a nova geração. Exemplo disso é que ela foi a única mulher no line up de dois dos principais festivais de samba e pagode do País, o Samba Barretos e Samba Prime, e no 11º Brazilian Festival, realizado no Snyder Park, em Fort Lauderdale, na Flórida.

MC Taya – Foto: Guilherme Sena

MC Taya

Nascida e criada no subúrbio carioca, MC Taya descobriu sua paixão por música ainda criança e dentro de casa. Mas, diferentemente do que a sociedade espera de uma mulher negra, suas referências transpõem as vertentes do funk ou do samba. Sua infância foi marcada por conexões com o discurso do rock através de bandas como Pink Floyd e Guns N’ Roses e Pitty era sua maior inspiração de cantora brasileira.

Taya é multiartista: é funkeira, rapper, comunicadora e foi uma das primeiras apostas do HERvolution, selo musical da KondZilla dedicado para artistas mulheres. Ela lançou o primeiro trabalho musical em 2019, a música “Preta Patrícia”, que atualmente possui mais de 55 mil views no Youtube. A música vai ao encontro do “Afropaty”, movimento que busca empoderar a mulher negra e ressaltar traços que, por muitos anos, foram marginalizados, como o cabelo crespo ou cacheado. Neste mês, ela irá lançar o primeiro EP da carreira, intitulado “Betty”, trazendo músicas sobre empoderamento e representatividade da mulher preta e misturando estilos que raramente são trabalhados juntos: funk, rap, rock e trap.

Maellen – Foto: Felipe Braga

Maellen

Cantora e gamer, Maellen teve que superar desafios em carreiras diferentes para conquistar seu espaço. Em 2018, quando começou a ser conhecida pelos gameplays do jogo Free Fire, ela se tornou a primeira mulher a participar de um campeonato oficial da desenvolvedora do mesmo, a Pro League.

Em um segmento de entretenimento com pouquíssimas mulheres, Maellen foi responsável por quebrar barreiras e alcançar conquistas na mesma medida que seus colegas homens. Com a carreira mais consolidada, Maellen decidiu se dedicar a outra paixão que veio bem antes dos games: a música.

Em setembro de 2021, assinou com a Universal Music, e em novembro lançou seu single de estreia, “Minha História”. Logo, passou a reparar na discrepância entre a quantidade de homens e mulheres na indústria, e nas diferenças em como são promovidos e exacerbados. Tendo como inspiração mulheres LGBTQ, Maellen nunca cogitou deixar de seguir seu sonho e hoje levanta a bandeira de representatividade como muitos outros grandes artistas que superaram as dificuldades impostas por serem quem são.

Além do machismo, Maellen também trava uma luta diária contra a lesbofobia. Aos 18 anos, foi expulsa de casa por sua mãe ao assumir que era lésbica e estava em um relacionamento.

A relação com a família ficou estremecida na época, mas aos poucos os laços foram se restabelecendo. A luta pelo direito de amar também envolve o combate ao preconceito enraizado e muitas vezes disfarçado, que a artista sente no dia a dia.

Negra Li – Fotot: Rodolfo Magalhães

Negra Li

Falar sobre rap no Brasil é também trazer a discussão da representatividade. Em um cenário majoritariamente composto por homens, Negra Li marca a história do gênero como uma das pioneiras no gênero, ao se tornar a primeira mulher rapper a assinar contrato com uma grande gravadora, a Universal Music.

Completando 25 anos de carreira em 2023, Negra Li vem cada vez mais reafirmando sua força e potência como mulher preta na música e em sua própria trajetória. Este ano, a cantora prepara o lançamento de seu quinto álbum de carreira, que tem como um dos singles “Era Uma Vez Liliane”.

A composição da própria artista em parceria com Vitão, Nave, Vulto e Bivolt, todos nomes da nova geração, traz um frescor ao trabalho da veterana e exalta sua força, passando a limpo sua trajetória, desde o início difícil na Brasilândia, zona Norte de São Paulo, com o grupo RZO, até sua consagração como uma potência da música brasileira.

Negra Li usa sua arte e a magnitude de sua voz para denunciar problemas sociais e promover reflexões. Também mãe solteira de dois filhos, ela utiliza de sua força e representatividade como exemplo para muitas gerações na música e fora dela.

Carol Biazin – Foto: Acid

Carol Biazin

Com uma forte base de fãs entre mulheres mais jovens, Carol Biazin representa uma das apostas do pop brasileiro. Com letras potentes e referências musicais de formas mais variadas, Carol tem destaque em trazer um som autêntico e narrar suas próprias vivências, por um olhar pessoal e poético.

Seu mais novo álbum “REVERSA” narra uma história de amor dividida em atos, porém, contada de trás para frente. Como gosta de se caracterizar, a cantora diz que “ama ser do contra”, seguindo de forma cada vez mais original na indústria musical.

Além de cantora e multi-instrumentista, uma de suas vertentes também é ser compositora. Em um meio majoritariamente dominado por homens na parte de produção e composição de grandes sucessos, Carol se destaca com suas canetadas, tendo escrito diversas letras do cenário pop brasileiro, como “Complicado”, de Vitão e Anitta, “Juntinho”, da Rouge, e cinco canções do álbum “Doce 22” de Luísa Sonza, como os sucessos “Penhasco”, “Melhor Sozinha :-)-:” e “Anaconda *o*~~~-”, com Mariah Angeliq.

Claudia Leitte – Foto: Nara Fassi

Claudia Leitte

Claudia Leitte tem 42 anos, é uma cantora e compositora brasileira, mulher, mãe e empresária. A artista conta com inúmeras canções, projetos e momentos inesquecíveis nestes 20 anos de sucesso na música.

Durante esse período, Claudia soma números de destaque e feitos memoráveis, como: a gravação do seu primeiro DVD solo, “Ao Vivo em Copacabana”, em 2008, em que Claudia reuniu aproximadamente 1 milhão de pessoas para assistir ao seu show. Com esse álbum, a cantora bateu diversos recordes musicais e conquistou uma legião de fãs e admiradores que acompanham a trajetória da artista até hoje. Além disso, sua participação icônica no Miss Universo 2011 e na Copa do Mundo de 2014 junto a Jennifer Lopez e Pitbull, com a canção “We are One”, marcou a história. Recentemente, esta canção, que Claudia também é uma das compositoras, consagrou à brasileira o seu primeiro o certificado de ouro da RIAA (Associação Americana da Indústria de Gravação), após ultrapassar a marca de mais de 500 mil cópias consumidas nos Estados Unidos.

Claudia também foi a primeira brasileira a cantar nos palcos da Disney, em abril deste ano, no Epcot International Flower & Garden Festival, dentro do Garden Rocks Concert Series. Em janeiro de 2023 a cantora realizou outro feito memorável, uma performance inédita no show do intervalo do jogo da NBA entre Orlando Magic e Indiana Pacers, em Orlando, nos Estados Unidos. Após artistas como Eminem, Snoop Dogg e Beyoncé realizarem apresentações no show do intervalo de jogos da famosa liga, chegou a vez de Claudia representar os brasileiros.

Desde o início de sua carreira, Claudia é uma mulher que toma suas próprias decisões e controla seu trabalho. Inspiração para milhares de pessoas, sendo sinônimo de versatilidade.

Claudia sempre quebrou barreiras com seu talento, alegria e carisma. A artista celebra seus 20 anos de carreira, comemorados em 2022, com muita resiliência.  Como empresária, entre outras ações, ela lançou a CIEL FOLIA, plataforma de vendas de ingressos de Carnaval.

Recentemente, Claudia divulgou sua marca, a YON, pertencente à VÊNUS, grupo de investimentos em novos empreendimentos o qual se tornou sócia. E chegou, desta vez, com um kit completo para skincare. A cantora idealizou a nova marca e seus produtos, participando ativamente de todos os processos de produção e testes.

A cantora também sempre foi engajada em causas sociais, sendo atualmente madrinha do projeto Beleza Escondida que tem como objetivo promover a ampliação de casas protetivas no Brasil para mulheres vítimas de violência. Há mais de três anos Claudia apoia o projeto e se envolve profundamente com o propósito. Ela promoveu, em 2019, uma ação sobre o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher em um show no Festival Eletriza, em São Paulo.

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