NeneSurreal – Foto: Divulgação
Mulher negra, periférica, mãe, artista plástica e visual, artesã, educadora social, escultura, pintora, avó, lésbica e grafiteira. Essas são algumas formas de se referir a NeneSurreal, representante do grafitti de São Paulo desde os anos 1990.
Nascida em Diadema, um dos berços da cultura hip hop, sua fonte de inspiração são as mulheres que sofrem apagamento. É para e por elas, que Nene começou a ocupar as ruas como representante do graffiti nos anos 1990. Nos mais de 25 anos de carreira, também levou sua arte para espaços culturais de todo o Brasil, como Centro Cultural Branco do Brasil, Casa do Hip Hop, Festival Arte Negra (BH), entre outros; e internacionais, como o Festival Queer Wien Woch em Viena. Em 2016, venceu o Prêmio Sabotage, em 2018 foi homenageada pela ONG Ação Educativa, no Dia do Graffiti e em 2021, a Pinacoteca Municipal de Mauá adquiriu uma instalação composta por cinco esculturas da artista em seu acervo permanente.
Toda sua trajetória está presente no documentário “Surreal”, idealizado por Ketty Valencio e produzido pela Oxalá Produções, com lançamento gratuito e aberto ao público.
“O filme acompanha o movimento da NeneSurreal, mergulhando em seu cotidiano e em sua arte única e marcante. NeneSurreal se desloca da periferia para o centro, de São Paulo para Viena, da superação de suas dores pessoais para a luta coletiva, da arte para o empreendedorismo, do embate aos afetos; e inspira mulheres e jovens a resistir e realizar seus próprios sonhos”, conta Ketty.
No dia 11 de março, a produção é exibida na Fábrica de Cultura Jd. São Luís e conta com roda de conversa sobre “A Arte de Meninas y Mulheres Coloridas”, com Ordalina Cândido, pintora, educadora e uma das primeiras moradoras do bairro Jardim Inamar, em Diadema; e Auá Mendes, artista indígena Manauara do Povo Mura.
A roda será mediada pela mestre de cerimônia Dina Maia, educadora, atriz e bailarina; e se encerra com apresentação musical da rapper Preta Ary. O evento também marca o lançamento de uma empena gigante feita em parceria com Negana, AZ Brasil, Isa Brisa e Mara Mbhali. O desenho apresentado, tem sete pessoas pretas em uma roda em torno de uma cabaça, que entre tantos significados, aqui o conhecimento, a troca de saberes, a escuta, o momento no qual pessoas pretas repassam segredos e buscam conhecimento.
O segundo encontro acontece no dia 25 de março na Casa de Cultura da Vila Guilherme (Casarão) com roda de conversa, feira de afroempreendedoras e show do grupo Rap Plus Size.
Tanto o documentário, quanto a empena e os eventos de lançamento fazem parte de um projeto multidisciplinar que foi contemplado na 2ª edição do edital de apoio à cultura negra realizado pela Secretaria de Cultura de São Paulo.
Fábrica de Cultura Jd. São Luís – R. Antônio Ramos Rosa, 651, Jardim São Luís, São Paulo.
Dia 11 de março, às 15h.
Casarão – Praça Oscar da Silva, 110, Vila Guilherme, São Paulo.
Dia 25 de março às 15h