Prédio da Pinacoteca Contemporânea – Foto: Christina Ruffato
A Pinacoteca de São Paulo, museu da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, celebra a abertura do novo edifício, a Pinacoteca Contemporânea, no dia 4 de março, com duas exposições inaugurais: “Quase Coloquial”, da artista sul-coreana Haegue Yang, e “Chão da praça: obras do acervo da Pinacoteca”. Uma programação especial com diversas atrações musicais marca o dia. Também no dia 4 de março a mostra “Chico da Silva e o ateliê do Pirambu” ocupa o principal espaço expositivo da Pinacoteca Luz.
Obra de Haegue Yang – Foto: Divulgação
O projeto, assinado pelo escritório Arquitetos Associados em parceria com Silvio Oksman, foi pensado para ser integrado ao centenário Parque da Luz e aos bairros do Bom Retiro e da Luz. A construção da Pinacoteca Contemporânea foi possível graças a uma composição de recursos entre o Governo do Estado de São Paulo, que investiu R$ 55 milhões, e de patrocinadores privados captados pela Organização Social Associação Pinacoteca Arte e Cultura – APAC, que acompanharam as obras desde sua fase inicial. A Família Gouvêa Telles foi a investidora de R$ 30 milhões, sem uso de lei de incentivo.
Obra de Haegue Yang – Foto: Divulgação
Com potencial para receber até 1 milhão de visitantes por ano, o edifício conta com uma grande praça pública coberta, com 1.339,2 m², dois ateliês para atividades educativas, a loja do museu e um pavilhão onde está localizada a Galeria Praça, com 200 m², que recebe a exposição “Haegue Yang: Quase Coloquial”. Com 1.000 m², a Grande Galeria, situada no subsolo, recebe a mostra “Chão da Praça: obras do acervo da Pinacoteca”. Um mezanino com vista para o parque da Luz, onde está localizada a cafeteria, complementa o projeto do edifício, criando um ambiente que cumpre os requisitos fundamentais para um museu do séc. 21, ao mesmo tempo em que é amigável, inclusivo e acessível. No prédio está também a Biblioteca da Pinacoteca de São Paulo e o Centro de Documentação do Museu.
Exposição na Pinacoteca Contemporânea – Foto: Divulgação
“Localizado ao redor de uma grande praça, aberto ao parque e à livre circulação do público, o edifício da Pinacoteca Contemporânea promove o encontro e o diálogo, de forma acessível e inclusiva, fomentando a diversidade, a educação e a sustentabilidade. O novo espaço complementa os outros dois edifícios da Pinacoteca através de uma arquitetura permeável e acolhedora, e reflete o espírito de integração social presente em todos os programas desenvolvidos pelo museu, favorecendo a experimentação da arte contemporânea”, explica Jochen Volz, diretor-geral do museu.
Com uma programação integrada entre os prédios, em 2023 a Pinacoteca de São Paulo seguirá apresentando uma consistente pesquisa em torno de nomes históricos e contemporâneos da arte brasileira em diálogo com renomados artistas internacionais, dando visibilidade para uma multiplicidade de linguagens, temas e produções.
Prédio da Pinacoteca Contemporânea – Foto: Christina Ruffato
Sobre as exposições
Pinacoteca Contemporânea
O ano começa com a abertura da Pina Contemporânea, recebendo as mostras inaugurais do novo espaço, “Quase Coloquial”, de Haegue Yang e Chão da Praça: obras do acervo da Pinacoteca. Primeira grande mostra da artista sul-coreana Haegue Yang na América Latina, “Quase Coloquial” tem curadoria de Jochen Volz e inaugura a Galeria Praça, na Pinacoteca Contemporânea. A exposição consiste em cinco grupos de trabalhos baseados em larga pesquisa conceitual da artista reconhecida pela prática que passa por esculturas, instalações, obra em papel, fotografia e vídeo. Investigando o estudo coletivo sobre forma, funcionalidade e racionalidade, a artista dialoga com a história da cultura brasileira em obras como “Cantos Empilhados” (2022) e a colagem “Estrangeiro Coloquial” (2021), trabalho desenvolvido especialmente para esta exposição.
Exposição na Pinacoteca Contemporânea – Foto: Divulgação
Com coordenação curatorial de Ana Maria Maia, curadora-chefe da Pinacoteca, e Yuri Quevedo, a mostra “Chão da Praça: obras do acervo da Pinacoteca”, reúne cerca de 60 obras do acervo de arte contemporânea, em montagem pautada pelo desejo de falar sobre narrativas de atravessamento, vizinhanças e transcendências. Apresentando artistas diversos, pertencentes a diferentes gerações, perfis identitários, regiões do país e circuitos de produção, obras como “Parede da memória” (1994-2015), de Rosana Paulino, “Máscara de ritual Tukano I”, de Duhigó, e “Estrutura dissipativa / Gangorra” (2013), de Rommulo Vieira Conceição, podem ser vistas na Grande Galeria.
Na performance “Modificação e apropriação de uma identidade autônoma” (1980), de Gretta Sarfatty (Atenas – Grécia, 1954), o deslocamento individual de uma mulher destitui as camadas de um cubo confeccionado para abarcar (e, nesta medida, comportar) seu corpo e sua subjetividade. Esta performance será apresentada na abertura da exposição. Nesta ocasião, não é a própria Gretta que se apresentará, mas a também artista Val Souza, convidada a interpretar o roteiro histórico, trazendo-o para seu corpo e sua experiência.
Pinacoteca Luz
A Pina Luz recebe, a partir do dia 4 de março, a maior exposição individual já realizada sobre o artista Chico da Silva (1910-1985), reunindo coleções públicas e particulares em um recorte que vai de 1943 a 1984. “Chico da Silva e o ateliê do Pirambu” ocupa a principal galeria expositiva da Pinacoteca Luz e convida o público a conhecer o legado do artista que foi um dos responsáveis por transformar o cenário artístico cearense a partir da década de 1940, com suas composições fabulares repletas de monstros mitológicos, animais fantásticos e outros personagens. Com curadoria de Thierry de Freitas, a mostra apresenta 124 trabalhos.