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Sesc Copacabana recebe o espetáculo “Chega de Saudade!”

Foto: Ligia Jardim

“Chega de Saudade!” é o mais recente espetáculo da Aquela Cia, com direção de Marco André Nunes e texto de Pedro Kosovski. Neste novo trabalho, o grupo retoma (ficcionalmente) personagens, biografias e memórias da Bossa Nova, na emergência de um Rio de Janeiro do “amor, do sorriso e da flor”, dos anos 1950 e 1960, em uma versão somente com atrizes e atores negros.

No elenco estão Blackyva, Felipe Oládélè, Hugo Germano, Izac da Hora, Jessica Barbosa, Muato e Polly Marinho. A peça estreia no Rio de Janeiro, no Sesc Copacabana, no dia 9 de março (até 02 de abril), após realizar temporada de sucesso em São Paulo, no Sesc Consolação.

As canções-ícone do movimento conduzem a narrativa compondo um fluxo emocional que evoca e, ao mesmo tempo, atualiza o movimento musical, fazendo um paralelo entre o Rio de Janeiro cantado naquelas canções idílicas e como de fato é a cidade, na visão de um grupo de artistas com perspectivas distintas, aspirações e inspirações.

Foto: Ligia Jardim

O movimento criado nos anos 1950 por jovens brancos e de boas condições financeiras – que falavam de temas banais como o amor e tinham como cenário as praias do Rio de Janeiro – trouxe inovação à música brasileira e criou novas formas de batidas de violão e de harmonia. Na versão da Aquela Cia, personagens históricos como João Gilberto, Roberto Menescal, Sylvia Telles, Nara Leão e Carlos Lyra ganham versões encenadas por atores e atrizes negros. Ao mesmo tempo que, do seu modo, o coletivo presta uma homenagem à Bossa Nova já em seu título, o ponto de exclamação anuncia para onde caminha o espetáculo.

Foto: Ligia Jardim

O espetáculo se inicia com a recriação ficcional de um sarau no apartamento da jovem Nara Leão. Na segunda parte, os personagens/intérpretes se questionam como aqueles jovens dos anos 1950 veriam este futuro, tão distante do sonho de Brasil que eles cantaram. Na terceira parte, personagens, atrizes, atores, fantasmas e seres vivos em uma descida ao inferno onde se faz escutar o grito: Chega! Chega de saudade! Seria possível sustentar algum lirismo em tempos como os nossos?

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