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Espetáculo expõe a urgência dos saberes ancestrais afro-indígenas

Peça estreia em São Paulo com entrada gratuita – Foto: José de Holanda

A Cia. Pé no Mundo estreia “Queñual – Trajetória e Criação”, em fevereiro, na cidade de São Paulo. O espetáculo é um ponto riscado de reflexões sobre a diáspora africana e a relação com os povos originários nas questões ambientais da América Latina. A entrada é franca.

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A companhia estreia no Teatro Paulo Eiró, em São Paulo, entre os dias 24 a 26 de fevereiro. Depois, passa pelos teatros Sérgio Cardoso, em 8 e 9 de março, Alfredo Mesquita, nos dias 10, 11 e 12 de março, finalizando no Flávio Império, 17 e 18 de março.

“Enquanto artistas negros, estamos partindo de nossas próprias vivências, observações e inquietações de mundos, para criar e contar novas histórias, horizontes e imaginários intimamente relacionados às noções de diásporas, cultura, identidade, identificação, resistência e pertencimento”, comenta o bailarino Roges Doglas.

“Queñual” é um texto-dança conduzido por dois personagens que se imaginam numa história contada por um mestre ancião. Nesta jornada, eles passam a se questionar o porquê de serem brasileiros os colocam distantes de noções de identidade sul-americana, latino-americana, amefricana.

A obra também acende o protagonismo das culturas afro-indígenas frente às soluções climáticas. “Para os nossos ancestrais, não havia diferenças entre seres humanos e natureza, é um corpo só, íntegro. Então, a natureza sempre foi respeitada, reverenciada e entendida como parte de nós. O cuidado com o meio ambiente tem que assumir a inteligência ancestral”, comentam Cláudia Nwabasili e Roges Doglas, idealizadores, diretores, coreógrafos e bailarinos da Cia. Pé no Mundo.

A peça é livremente inspirada pelo texto teatral homônimo, originalmente criado para a companhia, do dramaturgo Gabriel Cândido.

A trilha sonora é assinada por Gustavo Souza e executada pelos músicos Marcelo Monteiro e Estevan Sinkovitz, com participação especial da cantora Alessandra Leão. A cumbia, o guerra e o perré dos caboclinhos, o carimbó e as guitarradas são manifestações culturais que influenciaram o processo de criação coreográfica e que marcam forte presença musical no espetáculo.

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