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Jorge de Sá, filho de Sandra Sá, planeja retorno à carreira artística

Foto: Lucas Carvalho

Nascido em berço artístico – ele é filho de Sandra Sá e do compositor Tom Saga, além de afilhado de CazuzaJorge de Sá investiu nos últimos anos no seu lado empreendedor. Mas em 2023 ele aposta no seu retorno ao entretenimento.

Ator, apresentador e empresário, Jorge é conhecido do público pela sua participação nas novelas “Malhação”, “A Lua Me Disse”, “Páginas da Vida”, “Em Família” e “Tempo de Amar”. Os fãs de basquete também vão lembrar dele como comentarista esportivo no SporTV.

Em 2018, fundou a DCEI (Departamento de Conexões Esportivas Internacionais), agência de intercâmbio esportiva, que já levou mais de 800 jovens atletas para jogar e estudar, com bolsa de estudos, nos Estados Unidos, Canadá e Europa. E ele ainda encontra tempo para empresariar a mãe.

Veja a seguir uma entrevista do ator ao RG falando sobre seus planos para 2023, a expansão dos negócios e como concilia a paixão pelos esportes com a veia artística.

RG – Desde pequeno você tem contato direto com o meio artístico. Como e quando decidiu que também gostaria de seguir carreira nesse meio?

Jorge de Sá – Acabou sendo um caminho natural e espontâneo, mas não era o meu sonho de criança. Desde os meus cinco anos eu coloquei na cabeça que queria ser jogador de basquete e jogar nos Estados Unidos. Consegui realizar e quando voltei ao Brasil, com 17 anos, foram surgindo convites para modelar e também atuar e eu peguei gosto pela coisa. Fiz oficina de atores da Globo, os papéis apareceram e acabei deixando de lado minha carreira no esporte para focar na atuação. Chegou um momento em que foi impossível conciliar os dois. Um caminho que encontrei para unir essas duas vocações foi a participação como comentarista esportivo de basquete no SporTV por três anos.

Foto: Lucas Carvalho

RG – Você nunca pensou em seguir carreira na música, como seus pais?

Jorge de Sá – Meus pais e meu padrinho são extremamente talentosos, eu cresci em um lar em que respirava música. Sempre gostei muito, mas nunca enxerguei como uma opção profissional para mim. Acho que o esporte falou mais alto desde sempre e acabei me dedicando a isso. Hoje tenho a proximidade com a música por meio do negócio, já que sou empresário da minha mãe. Como hobby, amo tocar bateria e costumo participar da banda das igrejas que frequento.

RG – Por que você decidiu deixar por um tempo de lado a carreira artística? E quais são as suas expectativas e planos para 2023 nesse sentido?

Jorge de Sá – Assim como a minha entrada no meio artístico, o afastamento também rolou de forma não planejada. Quando retomei o contato com os esportes, comentando basquete no SporTV, percebi que sentia muita falta disso e resolvi voltar minhas energias para fundar o Departamento de Conexões Esportivas Internacionais (DCEI). Agora que a empresa já está estabelecida, e depende menos de eu estar 100% focado nisso, gostaria de voltar a investir na minha carreira artística. Amo atuar e estou pronto novamente para tocar projetos bem legais neste ano!

Foto: Divulgação

RG – Ainda são poucos os galãs de novela ou protagonistas negros. Como você avalia essa questão? Acredita que houve avanço desde quando começou na atuação?

Jorge de Sá – Acho que melhorou mas que ainda é pouco. Hoje se dá mais espaço ao negro, mas ainda temos uma questão cultural que precisa ser superada. O estereótipo do galã ainda é do homem magro, alto, com olho claro, o que nem combina com a maior parte da população. A representatividade importa, o público se ver nas telas, e não só em papéis limitados ou preconceituosos. Inclusive, essa é uma causa que gostaria de fortalecer nos meus próximos papéis.

Foto: Lucas Carvalho

RG – Você já teve um bistrô, é empresário da Sandra Sá e fundou uma agência de intercâmbio para jovens atletas que desejam estudar e jogar no exterior. Como concilia tantas atividades ao mesmo tempo? E quais são os próximos planos no empreendedorismo?

Jorge de Sá – Com a empresa eu aprendi muitas ferramentas de marketing e redes sociais, que foram fundamentais para alavancar a presença da minha mãe nas redes, por exemplo. Acho que as coisas acabam se complementando e eu levo os aprendizados de uma área para outra, os erros e acertos. Cheguei agora em um ponto de equilíbrio e consigo abrir espaço na minha agenda e vida para voltar a atuação também, assumindo mais uma atividade. Sobre o empreendedorismo, 2023 promete! Já começamos o ano incluindo Portugal entre os países que enviamos jovens bolsistas do DCEI e a previsão é trazer parceiros do mercado asiático. A projeção é conseguir propostas no exterior para 500 alunos, ultrapassando R$ 6 milhões em bolsas de estudos.

RG – Você acha que existe um preconceito com artistas que também se destacam em outros meios?

Jorge de Sá – Com certeza. Eu sofri na pele esse preconceito quando resolvi apostar na minha empresa. Apesar de ter sido jogador de basquete profissional nos Estados Unidos, o pessoal me olhou torto quando iniciei esse projeto. Mas com o tempo essa implicância cai por terra, depois que você mostra o resultados. Acredito que se alguém possui talentos em várias áreas não há por que se limitar.

RG – Além do empreendedorismo e da atuação você também tem experiência no basquete, como jogador e comentarista. Qual delas é sua maior paixão?

Jorge de Sá – Eu amo os três e venho buscando projetos e oportunidades em que possa juntá-los para não precisar escolher (risos). Em momentos diferentes da minha vida foquei em um ou outro, mas agora me sinto preparado e com experiência suficiente para tocar tudo ao mesmo tempo. Um dos meus sonhos é apresentar um programa de esportes que lide com jovens, acho que seria a melhor forma de conciliar essas paixões.

Foto: Lucas Carvalho

RG – O serviço que você oferece na sua empresa surgiu de uma dificuldade que enfrentou na adolescência. Como foi o seu processo para conseguir estudar fora e quais as principais diferenças para os alunos que você leva hoje?

Jorge de Sá – Aos 12 anos eu pedi a minha mãe para fazer intercâmbio nos EUA e descobri que nossa família estava passando por dificuldades financeiras. Fiz de tudo um pouco para juntar o dinheiro necessário para o meu sonho, desde vender revistas na escola até guardar carro na rua, sem a minha mãe saber (risos). Com a graninha que levantei investi em 300 fitas VHS, com minhas habilidades no basquete, que foram enviadas para escolas nos Estados Unidos. Recebi uma proposta de bolsa na Admiral Farragut Academy, escola da Marinha americana localizada em St.Petersburg (Flórida), onde estudei por três anos. Por ter sentido essa dificuldade na pele coloquei na cabeça que iria ajudar outros jovens que, como eu, não poderiam arcar com os altos custos de uma agência de intercâmbio para realizar seus sonhos. O principal diferencial do DCEI é que garantimos pelo menos 30% de bolsa, além de todo o apoio físico e mental para esse jovem voar e aproveitar a oportunidade ao máximo. Já levei mais de 800 atletas para EUA, Canadá e Europa, ultrapassando os R$ 10 milhões em valor distribuído nas bolsas.

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