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Bala Desejo lança clipe de “Dourado Dourado”; leia entrevista e assista ao clipe

Foto: Divulgação

Dora Morelenbaum, Julia Mestre, Lucas Nunes e Zé Ibarra. Essa é a formação da banda Bala Desejo, que vem brilhando na cena da música com sua qualidade e inovação despretenciosa. Nesta sexta-feira (27.01), eles lançam o clipe de “Dourado Dourado”, do premiado álbum “Sim Sim Sim”, ganhador do Grammy Latino 2022 na categoria Melhor Álbum Pop em Português.

Banda Desejo está com a agenda cheia e com compromissos importantes para 2023, como uma  possível turnê na Europa e nos Estados Unidos. Por aqui, nos dias 3 e 4 de fevereiro, eles vão abrir os shows de Chico Buarque, no Rio de Janeiro, cujos ingressos já estão esgotados para o espetáculo “Que Tal Um Samba”, em que o artista canta com Monica Salmaso.

Em papo com RG via Zoom, eles falaram sobre essa experiência de abrir shows de Chico, que ainda não conhecem pessoalmente, mas têm em seu trabalho muita referência do largo acervo musical do artista. Ademais, vão viajar como show do disco “Sim Sim Sim” e trocar ao máximo com outros artistas.

Com o sucesso da turnê do disco, o quarteto que mescla uma série de referências de estilos – MPB, reggae, chula, salsa, rock, frevo etc. – em letras carregadas de vivacidade, marcou presença nos principais e concorridos festivais como: Primavera Sound, na Espanha, e o Rock in Rio, no Rio de Janeiro. É atração confirmada no Festival Roskilde, na Dinamarca.

Como nasce a banda?

Julia Mestre – Somos amigos desde a época da adolescência. Posso dizer que Dora, Lucas e Zé são minas principais influências, também porque já fazíamos nossas trocas musicais desde quando éramos mais novos. Lucas e Zé vinham com a banda Dônica, e eu e Dora já havíamos lançado um disco antes do Bala Desejo, e sempre houve uma troca bem forte entre nós, com participações etc., então o Bala Desejo já existia mesmo antes de ser uma banda. Durante a quarentena, convidei os três para passarem um tempo em casa, um tempo indeterminado, para que pudéssemos trabalhar juntos naquele momento de pandemia. Naquela época, estavam fazendo lives e nós fizemos com a nossa “madrinha, Teresa Cristina, ela nos dava o tema da noite e estudávamos para fazer a apresentação. Foi muito bom para a gente e para quem estava assistindo, era uma energia que contagiava. Nós percebemos que as pessoas que viam queriam ver mais daqueles quatro que estavam se apresentando, mais juntos do que separados, existia um pedido muito forte para que aparecêssemos sempre juntos. Até que acabaram surgindo alguns convites, entre eles o do Coala Festival, que acabou não acontecendo também por conta da pandemia. E apareceu um convite para gravarmos um disco. Nós fizemos mais imersões para compor as músicas do álbum e o nome Bala Desejo foi a última coisa a fecharmos. Nós queríamos chamar muitos músicos que a gente admira e que bebemos muito da fonte, para poder levantar esse disco.

E quanto tempo vocês moraram juntos?

Dora Morelenbaum – Eu estava aqui até fazendo essas contas. Porque, na verdade, nós moramos um mês juntos em um primeiro momento, depois não tínhamos mais como ficar na casa da Julia, e íamos e voltávamos. Depois em um outro momento nós tínhamos que compor músicas para um longa-metragem. Aí a gente voltou a morar juntos para compor as músicas disco, então, sei lá, acho que a gente está morando juntos até hoje (risos). Foi uma imersão em todos os sentidos, quando a gente foi gravar nós voltamos a morar juntos.

Julia Mestre – Foi uma experiência incrível. Até outro dia a gente perguntou como estaríamos hoje se não fosse o Bala Desejo? Será que estaríamos tão próximos assim ou fazendo esse trabalho, não fosse a banda?

Qual a expectativa com lançamento do clipe de “Dourado Dourado”, um ano depois de receberem o Grammy por “Sim Sim Sim”? E por que em Super 8?

Julia Mestre – A expectativa, na verdade, é uma comemoração. Um ano do disco, passou muito rápido, nós vivemos muitas coisas nesse arco de um ano, fizemos muitos shows. Quando a gente quis fazer esse clipe de “Dourado Dourado”, a ideia foi trazer todas essas experiências que passamos nesse um ano com o Bala. Minas Gerais é um lugar muito importante para nós, fomos para lá para compor. Tem Santa Teresa, nós passamos por lá para gravar. É uma grande festa, é um momento que queremos compartilhar com o público.

Dora Morelenbaum – Além de ser um clipe comemorativo, a gente fez como uma homenagem por todos os lugares por onde passamos. Levar as pessoas para esses lugares. Também o lance do Super 8, na época tudo era digital, tirando o fato de estarmos juntos na mesma casa. Então a gente queria mostrar um pouco mais da fisicalidade da coisa. O Super 8 remete um pouco a essa memória, acho que vem de lá de trás quando a gente estava compondo o disco. E tem a presença ilustre da kombi do Bala desejo, aliás, é a primeira vez que a kombi aparece.

Foto: Divulgação

E vem mais clipe pela frente?

Dora Morelenbaum – Com certeza. Vem clipe e muitos outros projetos. Nós queremos desdobrar o álbum ainda. Quando a gente gravou nosso desejo era estender ao máximo a durabilidade dessas músicas. Não queríamos que fosse uma efemeridade das canções. O Bala ainda tem muito a se desdobrar e aos poucos a gente vai soltando coisinhas.

E tem a música “Passarinha” que está na novela “Travessia”, da TV Globo, como foi isso para vocês?

Dora Morelembaum – Acho que foi maravilhoso ver a nossas música contando outras histórias.

Julia Mestre – E mais ainda acompanhando uma pessoa que a gente admira tanto, que é a Lucy Alves, que é uma grande compositora, é musicista, atriz… Então “Passarinha” acompanhar essa personagem é de muita honra para nós.

Vocês vão abrir shows de Chico Buarque?

Dora Morelenbaum – Pois é… É uma oportunidade maravilhosa para a gente, e uma honra enorme. Primeiro que é muito raro ter show do Chico, então quando ele faz é sempre muito especial. E abrir um show do Chico Buarque, não me lembro, ao menos de forma recente, de alguém ter aberto o show dele. Também o nosso álbum tem muitas referências e reverências a ele e à obra dele, a esse espírito cronista do Chico, as histórias e narrativas dele são grande  inspirações para as nossas músicas. Fazer parte dessa história do Chico vai ser bem, bem bonito.

E vocês já se encontram com o Chico Buarque?

Dora Morelenbaum – Vai ser a primeira vez que nos encontramos com ele. Eu nem sabia, que ele sabia, que existia o Bala Desejo (risos). Então estou contente que ele saiba. Ele até propôs uma música para a gente cantar, que não sabemos ainda se vamos cantar ou não, mas acho que ele identificou um pouco da gente no trabalho dele, acho que é mais por aí.

Quais são os próximos projetos?

Dora Morelenbaum – Acho que esse ano vai ser muito especial, tanto quanto foi 2022, porque a gente quer ainda desdobrar muito o Bala. O show a gente criou em cima do palco, foi uma correria gostosa, então tem muito a fazer ainda, atualizar esse show. E muitas cidades para onde ainda não fomos e queremos levar o “Sim Sim Sim”, queremos ir para o maior número possível de cidades, no Brasil e na América Latina também, além de Europa e Estados Unidos possivelmente. Tem-se aberto várias portas para o Bala, nesse sentido, e de trocas com artistas. A gente tem um projeto também que é o baile do Bala, e o baile é sempre uma explosão maravilhosa. Além disso tem os nossos projetos individuais, cada um de nós está correndo com as produções.

Julia Mestre – A gente aprendeu muito com o Bala Desejo, né? E vamos aprender muito mais.

E como vocês conciliam os projetos individuais com o Bala?

Julia Mestre É tudo desejo, tudo vontade.

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