Foto: Chris Jackson/Getty Images
O príncipe Harry parece não medir as palavras no livro “Spare”, que chegará às livrarias no dia 10 de janeiro. Na autobiografia, ele compartilha detalhes sobre a turbulenta relação com o irmão, William, e seu pai, o rei Charles III, além de vários outros episódios de sua vida, como a guerra do Afeganistão.
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A obra já foi publicada na Espanha antes da data mundial oficial e alguns trechos em específico chamam a atenção. Selecionamos as principais revelações:
Capa do livro “Spare”, do príncipe Harry – Foto: divulgação
O PRÍNCIPE WILLIAM ATACOU HARRY FISICAMENTE
Segundo Harry, em 2019, ele se envolveu em uma briga com William, que teria puxado o irmão pelo colarinho da camisa, arrancado seu colar e jogado ele no chão. O motivo da discussão seria Meghan Markle, a quem William chamou de “rude, briguenta e difícil”.
“Ele abaixou o copo d’água, me xingou de outro nome e veio até mim. Tudo aconteceu tão rápido. Muito rápido. Ele me agarrou pelo colarinho, rasgou meu colar e me jogou no chão. Caí na tigela do cachorro, que rachou nas minhas costas, os pedaços me cortando. Fiquei ali por um momento, atordoado, depois me levantei e disse a ele para sair”, afirma Harry. William teria pedido para ele não falar sobre a briga para Meghan, mas ela teria percebido “arranhões” e “hematomas” nas costas do marido e ficado “terrivelmente triste”.
As recorrentes discussões entre os irmãos, inclusive, fizeram o rei Charles implorar para que eles parassem de brigar durante o funeral do príncipe Philip em abril de 2021. Ele teria dito: “Por favor, rapazes. Não tornem meus últimos anos um sofrimento”.
HARRY E WILLIAM FORAM CONVENCIDOS A NÃO INVESTIGAR A MORTE DA PRINCESA DIANA
Harry ainda afirma que ele e William queriam pedir uma investigação sobre a morte de sua mãe, mas foram dissuadidos. Ele conta que refez o trajeto do carro de Diana quando o acidente aconteceu e percebeu que era um túnel curto e simples. Segundo ele, a conclusão de que um motorista bêbado foi a única causa da morte é “simplista” e “absurda”. “A menos que os paparazzi o estivessem seguindo e atrapalhassem sua visão”, diz. Ele questiona por que os paparazzi não foram presos.
“Que outra razão poderia haver além de corrupção e encobrimentos estarem na ordem do dia?”, escreve. Ele afirma que ele e seu irmão queriam emitir um comunicado pedindo a reabertura da investigação e convocar uma coletiva de imprensa. “Aqueles que tinham o poder de decisão nos dissuadiram.”
O REI CHARLES CHAMAVA HARRY DE FILHO “EXTRA” QUANDO ELE ERA RECÉM-NASCIDO
O príncipe William era o herdeiro, enquanto Harry era considerado o filho “extra” por seu pai. Segundo Harry, ele era “a sombra, o apoio, o plano B”. O filho mais novo do rei acredita ainda que foi trazido ao mundo “caso algo acontecesse”.
Ele conta ter ouvido, aos 20 anos, que seu pai teria dito à mãe no dia de seu nascimento: “Maravilhoso! Agora você me deu um herdeiro e um sobressalente – meu trabalho está feito”.
KATE E WILLIAM FALARAM PARA HARRY USAR O UNIFORME NAZISTA EM 2005
Harry afirma que ligou para William e Kate perguntando se ele deveria usar uniforme de piloto ou nazista, e eles votaram no segundo. Ambos teriam “uivado de tanto rir” quando Harry provou a roupa.
Ele também escreve que, quando foi criticado por se referir a um cadete do exército paquistanês como “paqui” (ele aparentemente escreve a palavra sem asteriscos), não sabia que era um insulto e pensou que era semelhante a chamar um americano de “Yankee”, relata o jornal “Times”.
HARRY MATOU 25 MEMBROS DO TALIBÃ NA GUERRA DO AFEGANISTÃO
O príncipe revela que matou 25 combatentes do Talibã durante sua segunda viagem ao Afeganistão. “Me pareceu essencial não ter medo desse número. Então, meu número é 25. Não é um número que me enche de satisfação, mas também não me envergonha”, escreveu, segundo a tradução do jornal “Times” a partir da edição espanhola do livro.
Harry conta que, para conseguir matar, não enxergava os integrantes do grupo extremista como pessoas, e sim como “peças de xadrez removidas do tabuleiro” e “homens maus eliminados”.
HARRY E WILLIAM PEDIRAM PARA QUE CHARLES NÃO SE CASASSE COM CAMILLA
Harry e William disseram ao pai que não iriam atrapalhar seu relacionamento com Camilla, mas imploraram para que ele não se casasse com ela. William sentiu “uma culpa tremenda” pela “outra mulher” sobre a qual ele “há muito nutria suspeitas”. William ficou “confuso” e “atormentado” e, quando as suas suspeitas se confirmaram, sentiu-se “culpado” por não ter dito ou feito algo mais cedo, segundo trechos publicados pelo Page Six.
Conhecer Camilla Parker Bowles pela primeira vez foi como uma “injeção”, segundo Harry. “Feche os olhos e você nem sentirá isso”, escreveu, de acordo com o “Times”. Ele também afirmou que Camilla parecia “entediada” durante o encontro, atribuindo isso ao fato de que ele era o filho “extra”, e não o herdeiro mais importante.