Por Leo Oliwer
Velson D’Souza no musical “Silvio Santos Vem Aí” – Foto: Reprodução/Instagram/@velson.dsouza
Foi jogando futebol e almejando ser um ídolo dos gramados que o jovem Velson D’Souza saiu de Ribeirão Preto rumo a São Paulo e fez grandes amigos no futebol, inclusive nomes que se tornaram um marco no esporte.
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Tudo mudou quando já era goleiro na liga portuguesa juniores, se acidentou e resolveu mudar de profissão. Aqui podemos encaixar uma boa e velha frase clichê: Perdemos um jogador, mas ganhamos um excelente ator.
Após longos 12 anos morando fora do país, Velson D’Souza faz um brilhante retorno ao SBT. Nos Estados Unidos, atuou em espetáculos do circuito off-Broadway, e também se aprimorou para dar aulas de atuação.
Com uma carreira cheia de passagens memoráveis, Velson tem seu destino cruzado com a família Abravanel. Já tinha uma relação próxima, mas foi no musical “Silvio Santos Vem Aí”, dirigido por Fernanda Chamma e Marília Toledo, que o ator, roteirista e também locutor cravou de vez sua importância ao lado de uma das famílias mais relevantes do entretenimento brasileiro. Cheio de novidades e feliz da vida por estar de volta, o artista conversou com RG e nos deu boas pistas de tudo que vem por aí.
Foto: Reprodução/Instagram/@velson.dsouza
RG – Vamos começar falando sobre seu retorno ao SBT, a nova novela e sua participação no Bake Off Brasil. Como se sente nesse novo momento?
Muitas expectativas, eu sempre tive vontade de retornar à emissora em algum momento da minha vida, eu tenho uma relação bem próxima desde sempre com a família Abravanel, então mesmo morando nos EUA eu sonhava em voltar e fazer uma novela no SBT, sobre o reality acredito que esteja no ar no final de fevereiro, foi algo super diferente, bastante divertido, eu me apaixonei pela confeitaria, eu só sabia até então fazer brigadeiro… (risos), foi muito bacana de verdade.
RG – Você iniciou profissionalmente sob os cuidados e produção de Cíntia Abravanel, o que te proporcionou uma base muito sólida. Como era essa relação?
Ela foi minha madrinha artisticamente, eu iniciei quando assisti uma peça do grupo TAPA, me apaixonei e fui buscar um curso, orientação, enfim, queria fazer teatro. Foi quando me deparei com pessoas do meio, mas não sabia exatamente quem elas eram. Eu conversava muito com o Tiago [Abravanel], passávamos horas juntos e só um bom tempo depois foi que ele comentou sobre ser filho da Cíntia Abravanel. Imediatamente fiz um link com os nomes e me dei conta de que eu era amigo do neto do Silvio Santos. Foi surreal. Na ocasião, a Cíntia me dava muitos conselhos, conversávamos bastante e eu absorvia tudo com atenção. Confesso que não saber de início quem eram eles, me deixou mais relaxado e menos apreensivo.
RG – Na nova novela “A Infância de Romeu e Julieta”, você dará vida ao Fred. O que pode nos contar sobre seu personagem?
Olha, não posso deixar escapar muita coisa (risos). Mas, vamos lá, o Fred é casado com a Glaucia (Karen Rios), ela é filha do Leandro (Guilherme Santana), Fred é tio do Romeu e será responsável pelo tom cômico da trama. Queria poder falar mais, pois está sendo tudo muito especial. Minha vida mudou completamente por conta desse novo trabalho.
RG – Essa novela vai abordar temas como inclusão e diversidade, sendo em uma narrativa infantil, como você encara esse desafio e qual o peso disso?
É maravilhoso saber que a novela vai abordar esses assuntos. Precisamos falar mais sobre isso sem estigmas, sabe? Devemos buscar cada vez mais normalizar essas situações. Quando recebi o texto, me surpreendi, achei fantástico. É muito importante a gente saber que crianças não fazem distinção, elas têm um olhar puro, direto e sincero.
Foto: Reprodução/Instagram/@velson.dsouza
RG – Voltando ao espetáculo onde você viveu Silvio Santos. Qual o seu olhar para um nome que nossa geração já conheceu consagrado?
Uau, essa é difícil! Bom, são duas visões, uma é a do garoto que adorava acordar cedo para ver os desenhos do SBT, que acompanhava as brincadeiras e quadros do Silvio Santos, e a outra é do ator que tinha um sonho e acabou pelas consequências da vida se tornando mais próximo tanto da família como dessa atmosfera toda que é o grupo Silvio Santos. Quando o conheci, foi inacreditável. Notei o quão sério ele é no trabalho, mas muito atencioso, generoso e super preocupado com as pessoas que o cercam, ele gosta muito de ouvir, de saber. É bem especial!
RG – Em “Silvio Santos Vem Aí”, muitos nomes icônicos são relembrados. Como você dividiu todas as relações entre esses artistas e o Silvio para poder transmitir uma afinidade nos palcos?
Passei a observar o Silvio Santos de outra forma, busquei muita informação em documentários e em relatos de pessoas próximas a ele. Sempre tomei cuidado para não criar um Silvio visto pelo olhar de terceiros. Ter contato com ele me ajudou bastante, usei muito de uma técnica que aprendi nos Estados Unidos, que é a de buscar colocar sua vida e suas relações na mesma perspectiva daquele personagem em questão.
RG – Estamos acostumados a ver imitações do Silvio muito caricatas, por onde você seguiu para não cair nessa proposta?
Essa era uma grande preocupação minha, não deixar caricato. Busquei não exagerar, sempre minimizar, pois esse é o grande trunfo dos humoristas, aumentar pontos da personalidade, seja gestual ou comportamental. Fui por essa linha, eu precisava fazer com que as pessoas acreditassem que eu era o Silvio Santos no palco.