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Para ficar de olho: Jhona Burjack, modelo internacional e promessa da Globo

Jhona Burjack é Javé em “Todas as Flores”, sucesso do Globoplay – e esse é só o começo – Foto: Jeff Segenreich

Jhona Burjack, de 27 anos, vem encantando os espectadores de novelas desde que estreou nas telinhas em “Éramos Seis”, da Globo, em 2019. Atualmente, interpreta Javé em “Todas as Flores”, sucesso do Globoplay. Ele começou sua carreira artística como modelo, rapidamente conseguindo destaque nas passarelas internacionais. Com seu visual marcante, jeito doce e dedicação admirável, promete consolidar de vez sua carreira como ator.

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Sua trajetória como modelo fora do Brasil já é extensa. Ele morou em Milão, Istambul e na Inglaterra, onde ficou três anos e deu o pontapé em seu lado ator, participando de diversos testes de elenco, inclusive para uma produção da Disney, “Aladdin”. O maior empurrão veio a partir de um comercial com ninguém mais ninguém menos que a atriz Rossy de Palma, musa de Almodóvar. A partir do trabalho, foi notado por produtores de elenco brasileiros e entrou na Globo.

Foto: Jeff Segenreich

Mas, antes mesmo disso, tudo começou com amor – palavra que define sua trajetória até aqui e está presente em tudo que ele faz. Apaixonado convicto – pela arte, pelas pessoas e pela vida – Burjack namora há 13 anos a modelo Gabriela Pires, que conheceu na escola. Foi a partir dela que ele adentrou o mercado da moda. “Um dia, ela me levou para a agência porque queria se despedir, não queria mais essa carreira, não se sentia segura. Quando cheguei, o dono me viu, se encantou com o meu perfil, tiraram fotos minhas e enviaram para uma agência de Milão”, relembra. “Eu era todo travado, não tinha experiência nenhuma, sempre fui menino da roça, de ficar no mato.”

Natural de Brasília e criado em Gama, cidade-satélite do Distrito Federal, ele cresceu com mais intimidade com a tranquilidade do campo do que com o glamour e visibilidade que vêm com a vida em frente às câmeras.

“Antes de ser desse meio artístico, eu era um menino deslumbrado. Sempre gostei de estar na roça, no meio do mato, nunca me importei com internet, celular, essa coisa da modernidade, e eu era muito simples, muito amoroso com a família, e até hoje sou”, conta.

Jhona Burjack – Foto: Jeff Segenreich

Ele divide essa personalidade humilde e prestativa com o personagem Javé, para quem deu muito de si. “Emprestei 70% de mim para ele. É um menino que eu adoro, me sinto muito bem de fazer, um menino feliz, e muito inocente. Por essa inocência, as pessoas começam a tomar vantagem sobre ele, e ele vem crescendo, ficando mais confiante, forte. É exatamente como foi na minha trajetória. Sempre fui muito explorado por ter um pouco dessa inocência e, conforme fui viajando, fui adquirindo confiança e pegando um pouco mais de malícia, e o Javé está desse jeito agora.”

Leia abaixo a conversa completa de Jhona com RG, onde ele ainda divide suas dicas de autocuidado e compartilha sua relação com a nudez na arte, algo frequente em seus trabalhos. “Não tenho tabu nenhum. Acho muito lindo quem tem coragem de fazer, quem tem essa liberdade.”

RG – Como você começou sua carreira artística, primeiro como modelo, primeiro como ator? Conte um pouco sobre essa trajetória.

Comecei minha carreira artística como modelo. Conheci minha namorada Gabriela [Pires], a gente estudou junto há mais de 12 anos, ela era modelo na época do ensino médio, e ela teve uma oportunidade de viajar para Paris para conhecer a moda e ela não quis porque estava junto comigo e não queria terminar.

Aí um dia ela me levou para a agência e lá ela queria se despedir deles porque não queria mais essa carreira, não se sentia segura de estar sozinha, viajar, e eu estava junto com ela. Quando cheguei o dono me viu, se encantou com o meu perfil, disse que tinha um potencial grande, tiraram umas fotos minhas, as fotos ficaram bem legais, eu todo travado, não tinha experiência nenhuma, sempre fui menino da roça, de ficar no mato. Passou um mês, eles enviaram as fotos para uma agência de Milão, a agência me aprovou junto com a Gabriela.

Fomos para Milão pela primeira vez, vivemos um ano e pouco, foi bem difícil. Eu tinha muita dificuldade para me adaptar com a língua, com a cultura, com isso de ser modelo, que eu não tinha noção nenhuma. Fui morar em Istambul, depois fui para a Inglaterra, fiquei três anos e esse tempo foi muito especial para mim. Sprendi muita coisa, pude fazer alguns testes para alguns filmes e surgiu esse entendimento que eu podia ser ator, cheguei a fazer teste para o “Aladdin”, da Disney. Fui uma opção forte, o diretor disse que eu podia investir na carreira de ator, que meu teste foi ótimo, mas por conta do inglês eles preferiram escolher outra pessoa que tinha experiência na língua, e isso me encheu de sonhos.

Fiz um trabalho com a Rossy de Palma, uma grande atriz espanhola, fizemos um curta para Jean Paul Gaultier e fez um sucesso danado. Por acaso, o Chico Accioly, diretor de produção de elenco, me viu, descobriu que eu era brasileiro, começou a me seguir no Instagram. Me convidou para fazer um teste para a Globo, fiz um teste para a novela “Amor de Mãe”, que foi um sucesso apesar de eu estar muito nervoso, não rolou, passou um ano fiz outro teste para “Éramos Seis” com o mesmo diretor Carlos Araújo, ele gostou muito e me convidou para fazer parte do elenco.

RG – Você fez faculdade de artes cênicas?

Não fiz ainda, pretendo fazer ano que vem, quero muito estudar, me graduar, mas antes de fazer essa faculdade eu pretendo muito fazer outros cursos de atuação, pretendo ano que vem fazer um curso em Nova York e outro na Espanha. Não pretendo largar os estudos de artes cênicas nunca, todo ator tem que estar sempre fazendo, é um estudo eterno. Quero me aprofundar, eu gosto da profissão, me identifico, tenho muito respeito e amor, quero aprender mais sobre as técnicas, como começou essa arte e como posso ser um grande artista.

RG – Como tem sido gravar “Todas As Flores”?

Tem sido um sonho porque é muito bom fazer parte desse elenco, poder aprender junto desses grandes atores, todos os dias têm sido um ensinamento gigante. Toda a equipe é muito maravilhosa, foi a mesma equipe que eu tive na minha primeira novela, “Éramos seis”, e eles são família, uma união muito grande, um carinho muito grande um pelo outro, o backstage recheado de muito carinho, afeto. É um ensinamento gigante, a faculdade que eu não tive.

Foto: Jeff Segenreich

RG – Me conta sobre seu personagem, no que você se identifica com ele?

Me identifico muito com javé, ele é um menino muito bom, simples, amoroso, família, veio de uma família grande, a família em que eu cresci também era assim, moramos todos na mesma casa, avo, tios, primos, irmãos, agregados, como é a casa do seu Darci.

Antes de ser desse meio artístico, eu era deslumbrado. Sempre gostei de estar na roça, no meio do mato, nunca me importei com internet, celular, essa coisa da modernidade, e eu era muito simples, muito amoroso com a família e até hoje sou. A doçura do Javé eu emprestei um pouco para ele. E depois tem a descoberta de ser modelo, me identifico muito porque quando eu comecei eu lembro exatamente como foi, como eu sentia, como eu olhava para as coisas, poder morar fora, aquilo foi muito marcante na minha vida.

Eu tenho emprestado muito isso para o javé, essa coisa de poder estar descobrindo um novo universo. A moda é muito cheia de surpresas, sempre quem começa trabalhando na moda como modelo fica muito encantado com as descobertas, as pessoas novas, a criatividade que as pessoas usam nas roupas, e depois poder estar viajando, descobrindo o mundo.

Eu ficava sempre muito encantado e queria poder dar o melhor de mim e o Javé também está dando o melhor dele no concurso, querendo vencer, mesmo sendo tímido, sem saber dançar, duro desfilando, fazendo foto, sempre está atento para aprender e de coração aberto para poder mostrar trabalho, poder fazer com que as pessoas vejam que ele está ali se esforçando e eu era muito assim na moda.

Emprestei 70% de mim para ele, é um menino que eu adoro, me sinto muito bem de fazer, um menino feliz, e muito inocente. Por essa inocência, as pessoas começam a tomar vantagem sobre ele, sobretudo a prima, e ele vem crescendo, ficando mais confiante, forte e é exatamente como foi na minha trajetória. Sempre fui muito explorado por ter um pouco dessa inocência e, conforme fui viajando, fui adquirindo confiança e pegando um pouco mais de malicia e o Javé esta desse jeito agora.

RG – Como você encara a nudez na arte? Porque tem cenas de sexo na novela, como é isso pra você?

Eu vejo a nudez na arte como uma coisa supernormal, supernatural, e é muito lindo, espontâneo também, a nudez para mim não é um tabu. Sempre fiz muitos trabalhos de nu artístico e sempre gostei muito de me ver nas fotos. Acho muito lindo quem tem coragem de fazer, quem tem essa liberdade.

Quando tive que fazer a cena de sexo na novela, fiquei nervoso, é claro, mas foi muito espontâneo para mim, fiquei mais preocupado com minha parceira de cena, mas ela também levou na espontaneidade e fez lindo. A gente ficou nervoso bem antes quando descobriu a cena e ficamos estudando juntos, mas criamos intimidade um com o outro, nos tornamos grandes amigos.

Vejo nu artístico como uma coisa muito linda, do nosso dia a dia, do que somos, a nossa natureza, não tenho tabu nenhum, claro que sempre fazendo de forma não tão agressiva, não tão vulgar, o nu artístico para mim é sempre muito belo.

RG – O que você pretende fazer como ator ainda, quais os próximos planos? Acha que vai largar as passarelas?

Quando eu acabar a novela, quero viajar para fora, para os Estados Unidos. Quero fazer cursos lá, tenho muita vontade de, quem sabe, pegar um projeto internacional, em que eu possa falar outra língua. Aqui, ainda pretendo fazer mais novelas, filmes, teatros. Agora que estou me descobrindo na profissão, tenho muito para caminhar, para aprender. Não pretendo largar a passarela, vou para Milão cumprir alguns trabalhos e vou fazer a semana de moda na temporada de inverno, pretendo fazer desfiles da Armani e logo depois pretendo ir para Nova York estudar e ficar ali baseado.

RG – Como é sua rotina de autocuidado?

Eu sou um amante do esporte, pratico vários esportes, como ciclismo, corrida, futebol, natação. Sou extremamente apaixonado pelo esporte, não consigo viver sem. É como meu ritual de começar o dia. Acordo cedo, vou correr, fazer alguma coisa que eu me sinta equilibrado, possa pensar, me conectar com o divino. O esporte me traz isso, é como se fosse uma meditação, é o que me traz segurança, equilíbrio e que me ajuda no autocontrole, autocuidado.

E manter alimentação balanceada. Procuro sempre comer bem, mas de final de semana gosto de comer fast food, chuto o balde como todo mundo (risos). E também eu acho que a meditação, estar na praia, num lugar de natureza te cura. Tem me ajudado muito o refúgio da natureza, poder me concentrar, buscar o divino através da natureza.

A busca por alguém que te complete te ajuda também no equilíbrio da vida e graças a Deus isso eu tenho, minha namorada, e isso me ajuda muito também a manter o pé no chão, me manter equilibrado. Esse é meu autocuidado.

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