Foto: Marcio Farias
É calcada na humanidade que Eli Ferreira elaborou e vem desenvolvendo Laura, sua personagem em “Mar do Sertão”. Aos 30 anos de idade e em sua terceira novela no elenco fixo, a atriz que já contabiliza quase 12 anos de carreira busca entender os motivos que levam sua personagem a tomar certas atitudes na trama das 18h.
Na pele de uma economista objetiva, competente e bem-sucedida profissionalmente, Eli vem tendo a oportunidade de experimentar camadas na construção e vivência de sua personagem. “Laura é uma jovem mulher moderna, que ocupa um alto cargo na empresa como diretora financeira. É o braço direito do CEO, uma profissional competente que resolve tudo o que é preciso. É forte, competente, inteligente, a típica mulher preta que é cobrada e acredita ter que dar conta de tudo. Muito profissional, mas perdidamente apaixonada pelo seu chefe, José Mendes (Sérgio Guizé), ela vai se sentir usada de alguma forma, e subestimada como profissional e como mulher. Isso a fará agir a favor apenas de seus interesses profissionais, mas muito ferida”, diz a atriz, natural de Belford Roxo (RJ).
Foto: Marcio Farias
Com a personagem em plena efervescência, desdobrando camadas que a inclinam às mudanças da obra aberta, não faltam motivos pra Eli celebrar. “Laura ainda não se revelou de fato vilã, né? Está sendo incrível! Acho que, principalmente, porque é uma novela que se passa em uma cidade fictícia do Nordeste brasileiro. Então traz a comida, a cultura, os sotaques, além de vários artistas nordestinos por todo elenco. É um público que consome e quer se ver ali e isso traz repercussão.”
Apesar da nova fase da personagem, Eli consegue ter pontos de identificação com Laura. “A objetividade dela tem muito de mim. Sou muito direta e, quando por algum motivo não posso ser, fico muito angustiada. Ter objetivos me move, assim como acontece com Laura. Assim como a paixão pelo que faz. Laura gosta do que faz, faz com prazer e competência”, pondera a atriz, que esteve antes na TV Globo nas novelas “Tempo de Amar” e “Órfãos da Terra”. Atualmente, nas plataformas de streaming seu trabalho pode ser visto ainda nas séries “Sentença” (Amazon Prime) e “Santo” (Netflix).
Foto: Marcio Farias
O que pouca gente sabe é que, além de atuar, Eli atua profissionalmente como locutora. “Sou a voz das chamadas oficiais das Olimpíadas de Tokyo (2021). E também sou produtora. Mas, profissionalmente, só produzi teatro enquanto estava na E.T.E. Martins Penna, e participei de alguns eventos. E sou uma futura empresária”, antecipa a atriz, cuja paixão pela arte começou cedo. “Na igreja, estava sempre no núcleo de coreografias, canto… Neste quesito, a igreja foi fundamental para esse primeiro contato, como é até hoje para as pessoas que vem de regiões mais simples e/ou esquecidas pelo estado”, pontua.
Foto: Marcio Farias
Mas o início profissional se deu como modelo. “Fazia trabalhos esporádicos, participei de alguns concursos de beleza, e foi isso que me possibilitou pegar a grana de um dos prêmios e investir num ensaio fotográfico para começar a trabalhar. Entrei em uma agência de publicidade e fiz diversos comercias, nem sei quantos (risos)! Também trabalhei com recepção de eventos, o que me ajudava a custear meus estudos e os gastos com alimentação e passagens, pois morava em Belford Roxo, longe demais de onde acontecem os trabalhos. Eu passava mais tempo na rua do que em casa, mas isso me ajudou a colaborar nas contas da família”, relembra a atriz, com o orgulho e a certeza de que tudo valeu a pena.