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SescTV estreia em novembro a série “Sons do Refúgio”

Foto: Divulgação

A história da formação social do Brasil contém profundos laços com os fluxos de imigração ao país. Se o êxodo humano não é, necessariamente, fruto da liberdade, essa marcha possibilitou o nascimento de uma nação rica e transformadora, processo que é abordado pela série Sons do Refúgio”, que estreia no SescTV  em novembro, todas as quartas, às 21h.

O programa, em formato de documentário, mostra a vida de imigrantes e exilados que descobriram no Brasil um abrigo para a expressão de sua arte, com destaque, em particular, na música. A cada episódio um artista ou banda de diferentes regiões do planeta narra a história de seu deslocamento, do acolhimento, mas também sobre seus traumas gerados pela hostilidade e o preconceito.

Os três episódios a serem apresentados, sempre com classificação livre – “Anaïs Sylla”, “Grupo Maobé” e “Ruth Mariana”, contam com a direção de Pablo Franscischelli e direção musical de Beto Villares.

O primeiro episódio a ir ao ar no dia 16 de novembro, “Anaïs Sylla”, conta a trajetória de uma francesa com ascendência senegalesa que se desenvolveu como cantora e compositora no Brasil. Anaïs se formou antropóloga e mergulhou em seus estudos na diáspora africana, fato que influenciou sua carreira musical. A artista escolheu o Brasil como residência por conta dos estudos e pelo interesse na musicalidade brasileira. Seu trabalho evidencia a mistura das três culturas formadoras de sua vida, a francesa, a senegalesa e a brasileira. No episódio, Anaïs grava em estúdio, com a direção musical de Pedro Villares, a música “Mai”, um exemplo de sua mistura plural e itinerante.

Foto: Divulgação

Em 23 de novembro é a vez do Grupo Maobé encantar os telespectadores com sua musicalidade ancestral. O grupo, formado no Tongo que hoje vive no Capão Redondo, Zona Sul de São Paulo, se apaixonou pelo Brasil graças ao futebol e às novelas brasileiras. Maobé, segundo seus integrantes, significa “não olhe para trás” e traduz a resistência do povo do Tongo à colonização francesa. Resistência esta que também foi utilizada pelos integrantes do coletivo musical para mudar de seu país natal para o Brasil, enfrentando as dificuldades geradas pelo preconceito e os desafios na procura por emprego, entre outras questões, em nome da adaptação a uma nova realidade. Maobé insere na sua musicalidade a herança de seu país de origem ao mesmo tempo em que conta histórias de superação nas apresentações.

O episódio final do mês de novembro será lançado no dia 30 de novembro. “Ruth Mariana” é a história de uma angolana que, com apenas alguns meses de vida, teve que cruzar a fronteira com o Congo junto com sua mãe para escapar de uma guerra civil. Anos mais tarde, em sua adolescência, Ruth Mariana teve que fugir sozinha pelo interior das florestas congolesas para retornar a Luanda. Por meio da fé e da música ela conseguiu sobreviver a uma nova guerra civil que vitimou milhares de congoleses. Em 2015, para fugir de uma grave crise econômica, Ruth Mariana, grávida e já com mais dois filhos, decide aportar no Brasil para realizar seu sonho de se tornar atriz e cantora. O episódio conta a história  de vida de Ruth, que sobrevive entre seu trabalho formal, a vida de mãe solteira de três crianças e seu sonho de viver do canto e da carreira de atriz profissional. No episódio, ela gravou em estúdio a música “Mulheres”.

Foto: Divulgação

“Sons do Refúgio” conta as histórias de resistência, dor, superação e problemas e enfrentamento de pessoas que desejam muito mais do que a indiferença que encontram em um novo país. Os episódios da série são lançados sempre às quartas-feiras, às 21h, com reapresentações às quintas-feiras (10h); sextas (15h30); sábados (19h); domingos (17h) e segundas (23h).

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