No ar em “Cara e Coragem”, da TV Globo, Diogo Savala se prepara para um esperado retorno aos palcos em dois espetáculos inéditos – “Um Dia Feliz” e “A Morte e a Donzela”. O primeiro tem estreia prevista para fevereiro, no Rio de Janeiro, com texto e direção de João Cícero. Nele o ator irá contracenar com Lays Mattos em um romance que se passa na década de 1990.
“É uma história de amor entre Reinaldo, meu personagem, e Edileine, vivida pela Lays. Ele está com uma doença terminal e resolve tomar coragem para buscar o amor da sua infância. Só que ele sempre foi muito tímido, enquanto sua paixão é uma mulher extrovertida e de espírito livre”, detalha o ator.
A história de “A Morte e a Donzela”, de Ariel Dorfman, com direção de Eduardo Milewicz, se passa alguns anos após o fim da ditadura militar no Chile. Programada para 2020, a produção foi interrompida por causa da pandemia, e deve estar em cartaz em maio. “A protagonista é uma mulher que foi presa e torturada durante aquele período, e acaba reencontrando uma figura do passado, precisando aprender como lidar com isso. Eu faço exatamente esta figura, um médico que teria sido responsável pelas sessões de tortura”, explica.
Apesar das peças desenvolverem questões distintas, ambas trazem uma mensagem em comum; a conexão humana. “É sobre escutar e ter empatia com o próximo. Existem várias formas de violência e a origem de todas é a ausência de compaixão. Meu objetivo é levantar um espelho sobre nosso comportamento com o outro e causar uma reflexão. Através do amor é possível transformar e evoluir.”
Para Savala, um dos maiores desafios dessa retomada é levar o público de volta ao teatro, especialmente em um País que não tem esse hábito. “É muito importante desenvolver projetos de formação de plateia. Recentemente fizemos um sobre a vida do palhaço Carequinha, e levamos para diversas escolas da periferia. Para a maioria das crianças que assistiram foi o primeiro contato com o teatro. Acho que devemos encorajar esse hábito desde cedo.”
Depois de um bom tempo dedicado exclusivamente à televisão, Savala encara como um presente poder voltar para onde tudo começou.
“Foram quase dois anos desde a última vez em que estive no palco. O teatro é uma paixão minha desde a infância, foi onde tive meu primeiro contato com as artes. O berço do ator é o teatro, mal posso esperar para voltar.”
Sobre o final de Batata na trama das 19h da TV Globo, que termina em janeiro, Savala fala sobre o que o seu personagem aprendeu.
“O Batata passou por poucas e boas, muitas delas causadas por ele próprio e sua ambição. Agora ele está trabalhando como camelô, ao lado de Fernanda (Bruna Spinola) e a convivência com ela que está surtindo efeito, pois parece que ele está aprendendo a lição que nunca se deve “passar a perna” em ninguém para alcançar o que almeja”, conta.
Sobre os capítulo finais de “Cara e Coragem”, ele diz que tem expectativas sobre o desfecho da história do seu personagem. “Eu espero que ele fique bem e que compreenda com tudo que passou que a vida é muito mais do que ‘se dá bem’ a custo de tudo, passando até por cima das amizades. Acredito que ele possa voltar a se entender com Armandinho (Rodrigo Fagundes), de quem era muito amigo, além de ser seu ex-patrão. Torço muito por isso”, finaliza.