A Casa Contemporânea apresenta a primeira individual da pintora, artista e pesquisadora Arlette Kalaigian, que reúne cerca de 40 trabalhos, com curadoria de Rejane Cintrão. A exposição “Onde o Rio Encontra o Mar” reúne pinturas, desenhos, esculturas e instalações realizados nos últimos seis anos de intensa produção. O vernissage acontece no dia 19 de novembro, das 11h às 17h, na galeria Casa Contemporânea – Rua Capitão Macedo 370, Vila Mariana, Vila Mariana, São Paulo.
Os trabalhos de “Onde o Rio Encontra o Mar” estão expostos em quatro salas: as séries “Corpo Paisagem”, “Das Cores ao Ocaso” e a pintura “Porto Suburbano” ocupam a sala à direita da entrada da casa e foram escolhidas por suas muitas tonalidades de azul, obtidos por meio da mistura de várias cores, nas quais imagens que sugerem corpos femininos, podem, também, serem vistas como paisagens. Nesta mesma sala, encontra-se a pintura “Chuva” (2016), a mais antiga na exposição. A área central da casa abriga os trabalhos em tons avermelhados, de diversas técnicas, instalados em torno da escada que liga o térreo ao andar superior, aludindo ao interior do nosso corpo.
Na sala à esquerda da entrada, encontram-se trabalhos em preto, branco e cinza, inspirados em pedras, elementos da natureza utilizados como marcos de territórios e na construção de casas desde os primórdios da humanidade, mas, também, como recurso terapêutico na cura espiritual. Delas, vem o título que a exposição toma emprestado: “Onde o Rio Encontra o Mar”, vislumbrado pela artista após uma recente viagem a Florianópolis. Importante destacarmos que os poéticos títulos das obras fazem parte do trabalho e não devem passar despercebidos.
A última sala, localizada no andar superior da casa, abriga as séries de pinturas sobre linho realizadas recentemente, “Que Solo Habitamos?”, “Nem tudo é o que parece ser”, e “Aprumo”. Na parede central, a pintura da série “Éntera” (2019), cujas formas ameboides que deram início a todas as outras instaladas na exposição, fecham ou reiniciam este ciclo de passagem pela vida e obra da artista. O trabalho mais recente está localizado no lado externo da casa, e é visto ao entrarmos ou sairmos dela, revelando, de forma muito pessoal e emocionante, seu corpo e sua vida.
A exposição é uma pequena seleção feita a partir de uma ampla e profícua pesquisa de Arlette sobre a manufatura dos pigmentos e dos materiais empregados em seus trabalhos ao longo dos últimos anos e que teve seu corpo como protagonista, e sua história como mulher brasileira descendente de armênios como pano de fundo. Todas essas questões são abordadas em seu trabalho poeticamente, quer pelos títulos, quer pelas formas e cores que ocupam o espaço da Casa Contemporânea, território da artista durante o período da exposição.