Guilherme Magon está no elenco da série musical da Disney+ chamada “O Coro: Sucesso, Aqui Vou Eu”, escrita por Miguel Falabella, que também dirige e atua na série. A trama gira em torno de um grupo de jovens tentando conquistar seu próprio espaço no meio do teatro musical.
O ator vive o personagem Artur Manzo, diretor da companhia teatral, premiado, respeitado e conhecido em todo o País. Um diretor-celebridade que no início da série assume publicamente seu relacionamento com o cenógrafo da trupe, Fernando, o que o levou a se separar de Marita Bell, a estrela do grupo, com quem foi casado por anos e teve um filho.
Ele também participou da peça “Baixa Terapia”, uma comedia de sucesso com Antonio Fagundes e grande elenco, e vai encarar nova temporada. Agora, Magon está gravandoa minissérie “O Som e a Sílaba”, também de Miguel Falabella, e igualmente para o Disney+.
Na TV fez vários personagens, como na minissérie “Assédio” e “Hard”. No cinema fez os longas “Real – O Plano Por Trás da História”, de Rodrigo Bittencourt, “O Duelo”, de Marcos Jorge, e “A Rinha”, de Marcelo Galvão. Participou do elenco principal dos espetáculos da Broadway “Mamma Mia!”, “Cabaret”, “Tribos” e “Meu Amigo Charlie Brown”, além de “Hebe – O Musical”.
Cantar, dançar e interpretar são habilidades que estão em suas veias. Vale a pena assisti-lo em qualquer plataforma em que estiver em cartaz, e, com streaming, não são poucas as oportunidades.
Leia a seguir papo que RG levou com o ator.
Conte sobre seu personagem na série musical “O Coro: Sucesso, Aqui Vou Eu”.
Artur é um jovem e premiado diretor de teatro. Ao mesmo tempo que é maduro profissionalmente, é um tanto adolescente na vida pessoal. Ele segue seus impulsos para tudo o que faz e com isso pode machucar as pessoas à sua volta, especialmente as mais íntimas. No início da série vemos que ele acaba de assumir publicamente o namoro com Fernando Lino, o cenógrafo da companhia de teatro que dirige, independentemente de toda mídia saber que foi casado com Marita Bell – a estrela da companhia – com quem também teve um filho. E com as audições para a montagem do seu novo espetáculo virão novas possíveis paixões…
Como foi interpretar Artur Manzo?
A vida sempre traz um personagem que me faz olhar coisas que eu preciso olhar em mim mesmo. Sempre. O fato de Artur sempre fazer o que sente que quer fazer, independentemente da opinião dos outros – mesmo que isso lhe custe caro muitas vezes – foi algo muito importante para mim porque estava aprendendo a agir assim na minha própria vida. Ele tem um senso de segurança e uma autoconfiança que eu sabia que tinha, mas estavam escondidos. Por ter que encontrar esses aspectos em mim ao interpretá-lo, Artur agilizou o meu processo. Entre muitos outros.
Como se preparou para o papel?
Primeiro eu sempre tento extrair do texto tudo o que eu consigo, normalmente está tudo lá. Depois, com a preparação e elenco, eu vou atrás de referências. A observação das pessoas neste mundo é das coisas mais ricas, porque sempre tem alguém que vem à mente que te ajuda a compreender melhor o seu personagem. E filmes, séries e peças. Para Artur uma das inspirações foi o personagem Rodrigo interpretado por Gael Garcia Bernal na série “Sinfonia Insana”.
E a receptividade do público com seu personagem, como tem sido?
Por enquanto tem sido boa, até rolou uma shippada entre Artur e Maurício, um dos candidatos das audições com quem Artur tem um caso.
Sua vivência em musicais é extensa, como cuida da voz?
Eu comecei a cuidar da voz cantada com frequência de uns anos pra cá. Normalmente eu só estudava quando eu estava em algum musical, e os musicais sempre se alternaram com teatro “normal” para mim. Hoje eu faço fono e aula de canto toda semana, independentemente do tipo de peça ou série que estou fazendo.
Quais papéis de sua carreira destacaria?
Daniel, da peça “Tribos”, de Nina Raine. Ele era um esquizofrênico que começa a “perder” o irmão surdo para a comunidade surda. Um personagem com um mundo interno bem intenso e específico. E os vários personagens que interpreto no espetáculo “Os Arqueólogos”, de Vinicius Calderoni, que divide o palco comigo.
Já pensou em lançar um trabalho musical como cantor?
Ah, eu quero muito! Vai rolar… Acho que à medida em que eu vou crescendo e formando o artista que eu sou, isso deve fluir junto.
Você esteve na peça “Baixa Terapia”, de Anônio Fagundes, como é trabalhar com um ator, diretor e dramaturgo de peso como ele?
Essa é a segunda peça de temporada longa que tenho a honra de fazer com ele (a primeira foi “Tribos”, que citei aí em cima). Outra noite alguém da plateia me fez essa mesma pergunta isso durante o bate papo que fazemos ao final de todo espetáculo – algo que Fagundes faz há 40 anos. Eu respondi que é um aprendizado tão completo que é difícil de descrever. Ele é um dos maiores atores com quem você pode contracenar. Uma lenda viva mesmo, um patrimônio nacional. É um poço de referências. É também um cara que luta pelo teatro e pela legitimidade do ator e da arte desde sempre. Ele entende do mercado cultural como ninguém, produz seus projetos sem patrocínio e sabe se comunicar artisticamente com absolutamente todo tipo de público. E eu poderia dizer mais, acredite. Então posso dizer seguramente que ele é grande parte constituinte da minha formação como artista.
Fale sobre “O Som e a Sílaba”, também de Miguel Falabella, para o Disney+. Vocês estão gravando?
É uma minissérie na qual Alessandra Maestrini interpreta lindamente Sarah, uma personagem no espectro autista que tem inúmeras habilidades superdesenvolvidas, como a capacidade de cantar ópera como uma profissional e ler partituras. O projeto é extremamente delicado, bem-humorado, inspirador e passa longe de qualquer vitimismo em relação ao espectro. Muito pelo contrário. E sim, já começamos a gravar.
Qual seu personagem na série?
Eu faço John, irmão mais velho de Sarah, seu maior protetor e que a apoia no sonho de se tornar uma cantora lírica. Ela é seu maior amor. Sem a presença dos pais a uma certa altura, John assume a responsabilidade de cuidar da irmã para o resto da vida. Como ela tem uma boa sociabilidade e certa independência, o maior conflito de John é deixar a irmã voar sozinha.
O que vem pela frente, quais são os próximos projetos, tem teatro ou TV?
Vamos iniciar uma nova temporada de “Baixa Terapia” no Rio de Janeiro a partir de 13 de janeiro no Teatro Clara Nunes, no Shopping da Gávea. Na TV há possíveis novas temporadas de “O Coro” e, com certeza, o ano que vem será um ano em que o audiovisual tomará grande parte da minha agenda. Estou no momento de começar a consolidar a minha carreira na TV e no cinema.
Tem algum personagem que você sonha em fazer?
Nossa, tantos… Fazer um Coringa ia ser incrível.