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Fotógrafa Maureen Bisilliat revê obra de Pierre Verger em exposição

“Bumba Meu Boi” (Recife, Brasil, 1947), por Pierre Verger

A Galeria Marcelo Guarnieri apresenta, entre 19 de novembro de 2022 e 28 de janeiro de 2023 a exposição “Ver a vida com Verger por Maureen Bisilliat”, que promove um encontro entre a obra da britânica Maureen Bisilliat e do francês Pierre Verger, dois fotógrafos que, através do olhar estrangeiro, contribuíram para a formação de um imaginário afirmativo da cultura popular brasileira.

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A mostra reúne uma seleção feita por Bisilliat de fotografias realizadas por Verger entre as décadas de 1930 e 1950 e fotografias de sua série “Perspectivas” (2021), elaborada a partir de um trabalho de imersão no seu arquivo. A mostra também inaugura o novo espaço da Galeria Marcelo Guarnieri, que a partir de 19 de novembro funcionará no número 1054 da Alameda Franca. O catálogo da exposição, publicado pela Editora Vento Leste, será lançado durante a abertura.

Em “Perspectivas” (2021), Maureen Bisilliat resgata fotografias dos ensaios “Pele preta”, “Sertões”, “Caranguejeiras” e “A João Guimarães Rosa” para imprimi-las em novas configurações. A fotógrafa coloca em perspectiva o tempo passado, da captura da imagem, e o tempo presente, de suas intervenções, utilizando-se dos contrastes entre luz e sombra, mecanismo estrutural da fotografia, para refletir sobre a opacidade do tempo presente.

Nas fotografias de Pierre Verger selecionadas por Maureen Bisilliat é possível observar uma predominância de retratos, cenas de trabalho e de celebrações. São situações de igual interesse para Bisilliat, nas quais é possível conhecer a cultura de uma população por meio de seus movimentos de corpo e expressões faciais, vestimenta, costumes, instrumentos musicais e arquitetura.

Os trabalhos retratados em suas obras, por exemplo, são aqueles comumente executados por pessoas racializadas; trabalhos informais que podem remontar às tradições sertanejas e da pesca ou mesmo do âmbito da construção civil, realizados de maneira coletiva por exigirem grande esforço físico.

Tanto para Pierre Verger como para Maureen Bisilliat, essas fotografias tinham o objetivo não só de apresentar Brasis muitas vezes desconhecidos para o próprio Brasil dos grandes centros – no caso de Verger, Áfricas e Ásias para o resto do mundo – como também de reconhecer a importância de tais atividades na preservação de tradições culturais.

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