Igor Rodrigues realiza primeira mostra individual em galeria em São Paulo
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“Azul da Cor do Mar”, por Igor Rodrigues – Foto: Nicolau Almeida
Igor Rodrigues apresenta mostra individual na Galeria Frente a partir de 19 de novembro. Em um movimento inovador, e recente, que trouxe artistas contemporâneos à galeria, o artista assina a mostra “Coisas Acesas Por Dentro” que pontua a última exposição deste ano da galeria e tem curadoria de Carollina Lauriano. Essa é sua primeira mostra individual em uma galeria em São Paulo.
Uma exposição pautada pelo afeto na qual dezenas de obras inéditas são, segundo o artista, uma forma de expressão de algo que permeia seu íntimo, seu interior. “Essa exposição é sobre afeto, mas não se trata apenas da relação entre duas pessoas, mas, prioritariamente, sobre como fui construindo meus afetos ao longo da minha vida. Estou falando de mim, de única pessoa. O que me levou a esse caminho que me trouxe até aqui.”
Formado em psicologia, Igor Rodrigues é artista plástico autodidata – Foto: Maurício Borges
Desse modo, é compreensível que a exposição aconteça sempre na primeira pessoa, pois, segundo o artista, “estou falando do meu afeto, de como o contato com o outro foi, ao longo da minha trajetória, me construindo, pois entender quem eu sou me faz entender meu próprio afeto. Sem saber quem eu sou, não posso saber o que sinto e nem o que posso dar ao outro.”
Acerca do título da mostra, ele conta que a música ‘Lágrimas Negras’, de Gal Costa, foi a inspiração, pois tanto a música quanto o sentimento demonstram como o afeto influencia a pessoa que o sente. “Penso o afeto como aquilo que, de algum modo, te acende por dentro, seja no sentido positivo de ser algo bom, que faz bem, como no sentido negativo, pois o afeto é isso: ele te movimenta para alguma coisa, seja através do amor, seja através do ódio.”
Psicólogo de formação, mas autodidata nas artes plásticas, aos 27 anos e dono de uma apurada e potente técnica e com traços e cores marcantes, Rodrigues trabalha, também em sua arte, sobretudo, a ressignificação da centralidade da imagem do negro na sociedade, concorda a curadora Carollina Lauriano.
“A ideia de ressignificar as imagens que estão no mundo, a partir de uma perspectiva decolonial, é um dos pontos de suas criações. A gente tem uma história da arte que se centra em uma produção branca e todas essas imagens criadas revelam, principalmente, uma imagem branca como padrão. Então, está em pauta como ressignificar esses padrões e como perceber outras existências no mundo.”
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