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LAB Fantasma põe rap como headliner no Festival Novabrasil

Foto: Divulgação

Nas décadas de 1960 e 1970, a Música Popular Brasileira foi símbolo de luta e de resistência e, não à toa, serviu de base para a construção da identidade do povo brasileiro. Passado mais de meio século, o gênero ainda se faz relevante, mas outros movimentos passaram a ter o peso de guiar o comportamento, fazer resistência, contestar e ter a capacidade de moldar a identidade do verdadeiro Brasil atual.

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Hoje, o rap é esse agente de transformação. E é isso que a Laboratório Fantasma quer evidenciar no Festival Novabrasil, que acontece nos dias 15 e 16 de outubro, no Sambódromo do Anhembi, em São Paulo. O evento é realizado pela rádio Novabrasil FM, que tem a MPB como enfoque principal. A apresentação da LAB Fantasma fecha a programação do primeiro dia do evento, 15 de outubro, sábado, tendo um peso ainda maior ao ter o rap pela primeira vez no evento e como headliner da programação.

A LAB preparou um espetáculo especial com a participação de artistas do seu casting  (Emicida, Rael, Drik Barbosa e Evandro Fióti), sendo o objetivo mostrar a importância da ancestralidade da cultura negra por meio de um show com forte influência dos gêneros que compõem a diáspora negra, como soul, funk e samba. Tudo isso costurado pela estética do rap. Haverá ainda as participações especiais da banda Tuyo, Marissol Mwaba e o ícone do samba e pagode Salgadinho (ex-integrante do grupo Katinguelê). Os ingressos estão disponíveis aqui.

“No mesmo período em que os festivais de MPB se estabeleciam no País, crescia, dentro das periferias, um movimento forte de estilo de vida influenciado pela disco music, pelo funk e pela soul music. Artistas como Wilson Simonal, Tim Maia, Cassiano e Gerson King Combo, por exemplo, se tornaram precursores dessa empreitada responsável por contribuir na luta contra o racismo e elevar a autoestima da população negra brasileira. Dado momento, houve uma tentativa de evitar que a música negra norte-americana influenciasse o cenário brasileiro. Mas estamos ligados pela árvore da diáspora africana; somo negros em diáspora e a música negra alimenta nossa alma e nos conecta com nossos ancestrais”, comenta Evandro Fióti, CEO da Laboratório Fantasma. “Esses nomes, junto dos bailes, abriram caminho para que a cultura hip hop fosse criada e se difundisse. Então é simbólico que nós, enquanto um dos principais representantes do gênero na atualidade, nos posicionemos de forma a celebrar aqueles que vieram antes e exaltar a produção atual. E é isso que vamos levar para o palco do festival. Vai ser importante poder ver as letras de pagode dos anos 1990, que foram fonte de inspiração e contribuíram para a nossa própria autoestima, serem reverenciadas no palco do festival. Isso comprova que a cultura afro-brasileira é versátil, pop e plural”, completa.

O espetáculo tem como inspiração e conceito dos festivais de MPB que, além de terem sido importante instrumento de denúncia e crítica ao regime ditatorial, também contribuíram para revelar grandes compositores e intérpretes da nossa música, tais como Elis Regina, Chico Buarque, Caetano Veloso e Gilberto Gil. O show da LAB parte de uma contundente mensagem política, depois mescla momentos importantes com ode ao amor e ressalta a importância do amor próprio, do autoconhecimento e da atenção com a saúde emocional – ainda mais no momento atual da sociedade, no qual pessoas negras, principalmente, foram afetadas e houve um aprofundamento das desigualdades no País.

Para isso, a LAB Fantasma criou um espetáculo inédito para o Festival Novabrasil. Com direção artística de Fióti, que também assina a direção musical ao lado de Julio Fejuca, o show traz uma banda  de músicos experientes que vêm, por meio da LAB Fantasma, contribuindo para evolução estética e musical da música rap no Brasil. O grupo é formado por Fejuca (guitarra, violão e Produção musical), Muka (Bateria), Carlos Café (percussão), Rodrigo Santos (Baixo) e Bruno Dupré (Guitarra).

O show se inicia com um tributo a Martin Luther King, de Wilson Simonal, e passa por clássicos do cancioneiro nacional, como “Coleção”, de Cassiano;  e “Apesar de Você”, de Chico Buarque.  Emicida, Rael, Drik Barbosa e Fióti apresentarão também faixas que são marcos na carreira deles e na música popular brasileira contemporânea, a exemplo de “AmarElo”, de Emicida; e “Envolvidão”, de Rael. A banda Tuyo, formada por Lio, Lay e Machado, fará uma participação especial. Outras presenças confirmadas são as de Marissol Mwaba e Salgadinho, em um momento especial, que promete emocionar o público. Ao fazer uma homenagem a um dos gêneros mais discriminados dos anos 1990, o pagode, a LAB Fantasma tem o objetivo de reverenciar a importância desse gênero na MPB.

Além da apresentação da LAB Fantasma, no dia 15 de outubro, sábado, também sobem ao palco do festival: Gilsons com Liniker; Jorge Aragão; Adriana Calcanhotto com RubelZeca Baleiro com Juliana Linhares e Vinícius Cantuária; e Baby do Brasil com Pepeu Gomes. Já no dia 16 de outubro, domingo, o festival recebe Bala Desejo com Duda BeatVanessa da Mata com Marina SenaDiogo Nogueira convida CrioloElba RamalhoFrejat e Nando Reis.

Sambódromo do Anhembi – Portões 27 e 28  – Av. Olavo Fontoura, 1.209, Santana, São Paulo.  Ingressos https://www.festivalnovabrasil.com.br/.

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