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Ivan Parente protagoniza “O Mágico de Oz” e compara musical às redes sociais

Ivan Parente caracterizado como O Mágico de Oz para musical – -Foto: Henrique Tarricone

Ao falar sobre a história dos musicais no Brasil, é difícil não falar sobre Ivan Parente. O ator, cantor, compositor, dublador e diretor – ufa! –, estava no início de tudo, participou da era de ouro dos musicais no País, no início dos anos 2000, com papéis em títulos como “Les Misérables”. “Eu sempre busquei histórias para contar que transformariam a vida das pessoas e que conversassem com a minha alma”, conta. É com essa missão em mente – e principalmente, no coração – que ele dá nova vida ao Mágico de Oz, incorporando o papel-título da peça em versão encantadora que fica em cartaz até 23 de outubro no Teatro Claro São Paulo.

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“O Mágico de Oz dessa versão é um pouco mais ágil e mais moderno. Um homem prático e que tem respostas simples para questões grandiosas do universo. Quando ele disserta sobre o coração, o cérebro e a coragem dos três amigos de Dorothy, ele traz uma nova perspectiva e faz com que esses elementos sejam incorporados nos dias atuais e através de exemplos improváveis”, explica.

De fato, o Mágico de Oz é uma história que sobreviveu ao teste do tempo. Apesar de ser centenária, seus ensinamentos seguem mais do que relevantes. “É uma obra que trata de assuntos muito importantes para que o ser humano não se perca. Dar valor às coisas simples, mesmo que os tempos sejam abundantes.”

Ivan Parente em O Mágico de Oz

Ivan Parente como Mágico de Oz e Bia Jordão como Dorothy – Foto: Henrique Tarricone

Parente enxerga, inclusive, um paralelo entre a evolução da trama e a mudança que as redes sociais provocaram ao invadir a vida da maioria em uma sociedade pós-moderna. “Dorothy vai pra Oz pra entender que sente saudade de casa. As redes sociais são Oz. Precisamos voltar para nossas vidas e para as nossas casas. Esse é um chamado urgente. Tem muita gente que ficou em Oz e se perdeu fora da estrada de tijolos amarelos.”

Na história, todos os personagens de O Mágico de Oz estão tentando encontrar uma forma de preencher algum vazio que lhes acomete. O espantalho quer um cérebro, o homem de lata procura um coração e o leão busca coragem. No fim, o que eles encontram pelo caminho acaba sendo ainda mais importante do que eles eram capazes de enxergar enquanto estavam com os olhos na linha de chegada. No estágio em que nossa sociedade se encontra atualmente, avalia o ator, a situação não é tão distante disso.

“Essa busca louca que estamos vivendo hoje fora do mundo real, com o mundo virtual. Precisamos valorizar e buscar mais formas de organizar nossas emoções, nossa mente e deixar o medo de lado. Sair de trás das telas dos celulares e viver nossas vidas com mais intensidade. Passa rápido.”

Ivan Parente – Foto: Osmar Lucas

Parente conhece bem a história. Não é a primeira vez que sobe ao palco para contá-la. Ele chegou a participar da primeira montagem do musical pela Cia Black & Red, que foi criada em 2003 por Billy Bond, ícone do teatro musical, justamente para colocar a peça de pé.

“Eu fui aprovado para fazer o Homem de Lata, meu primeiro protagonista. Um personagem cheio de emoções e que busca um coração. Foi a primeira vez que tive a oportunidade de construir uma personagem do zero”, relembra.

Em 2011, ele chegou a interpretar o Mágico de Oz em uma nova montagem da peça em breve temporada, mas dessa vez ele dá nova cara ao personagem. “Eu quero fazer um Mágico super hiper simpático – bem diferente dos dois mal-humorados que eu fiz nos últimos anos, Pedro de Lara em ‘Silvio Santos Vem Aí’ e Paulo Horácio em ‘Feliz Dia das Mães’. Ainda hoje eu me encontro com pessoas que me viram de Homem de Lata, de Pinocchio ou de Capitão Gancho e até hoje repetem bordões das personagens. Isso é o que eu quero como esse novo Mágico.”

“Quero trazer uma luz para o palco. Me divertir e novamente levar histórias que possam ser lembradas por gerações”, divide o ator. A luz dele, assim como a que O Mágico de Oz trouxe para tanta gente, com certeza seguirá brilhando.

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