Top

Belizário Galeria exibe mostra coletiva que visa interrogar o lugar do corpo

Obra de Stella Margaritta – Foto: Divulgação

A Belizário Galeria exibe a mostra coletiva “Escrever Outros Corpos – Criar Outras Margens”, com Estêvão Parreiras, Laura Gorski, Marcelo Solá, Raquel Nava, Stella Margarita e Sara Não Tem Nome + Juliana Franco, Rafael Abdala, Victor Galvão, composta por 32 trabalhos que “apresentam múltiplos desafios e fricções que visam a interrogar o lugar do corpo”, define a curadora da mostra Bianca Dias.

De acordo com o conceito curatorial pelo qual optou Bianca, os diversos trabalhos, com técnicas distintas suportes múltiplos, “visam a investigar o corpo em um movimento que vai desde a pulsação visual e onírica, passando pela dimensão da animalidade e do feminino. O corpo será pensado além de si, ocupando o espaço circundante e interagindo com outros corpos e os seus prolongamentos”.

Obra de Marcelo Solá – Foto: Divulgação

Os desenhos de Estevão Parreiras, com traços exatos e formas estruturantes, transmitem sua forma de comunicação com o mundo, uma vez que para o artista, desenhar é como escrever. “O desenho é a maneira pela qual Estevão habita seu próprio corpo e o mundo. No universo de seus desenhos, as paisagens surgem estrangeiras e como emissárias de outro mundo, paradoxalmente impregnadas de uma realidade ambígua”, diz a curadora. 

Já nos traços de Laura Gorski, o corpo ocupa o centro do trabalho. “A partir de técnicas diversas com pigmentos, texturas e espessuras distintas, a artista inclui no seu trabalho a transfiguração do visível através da relação com a terra e seus frutos e ecos”, diz Bianca.

As obras de Marcelo Solá agrupam arquiteturas fantásticas e bichos que, através do desenho e da serigrafia, são aplicados numa sistemática sem fim. Animais e formas arquitetônicas muito singulares se embaralham e conduzem a espaços atemporais. Os trabalhos de Raquel Nava, compostos por objetos do cotidiano e partes de animais, dialogam com a pintura e se desdobram em experiências diversas, sinalizando o interesse por questões corpóreas e de natureza material. Já para Stella Margarita, sua pintura “se ancora numa tentativa de fuga às margens da representação, encontrando ritmo em plena queda. A dimensão do acontecimento surge nas entranhas do inconsciente e, por isso, fascina, encanta e causa certa perplexidade”, explica a curadora.

Obra de Sara não tem Nome – Foto: Matte Paper

Fechando a seleção curatorial, um coletivo experimental entre quatro artistas – Juliana Franco, Rafael Abdala, Sara Não Tem Nome e Victor Galvão – criam a série de fotografias “Apneia”, onde na série de obras densas e monocromáticas possui um último registro imagético com uma sutil abertura para a “cor”, ainda que sutil, do mesmo corpo capturado em movimento suspenso.

“O diálogo que acontece nesta exposição se dá por vibração e contágio. Em uma zona fronteiriça – um espaço tão visível quanto invisível – o conjunto de obras forja um corpo que produz devires em potencial”, finaliza Bianca.

Belizário Galeria – Rua Dr. Virgílio de Carvalho, 491, Pinheiros, SP.

Mais de Cultura