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Filme de Lorran Dias estreia neste mês no Rio de Janeiro

Lorran Dias – Foto: Lucas Affonso

“Entre a Colônia e as Estrelas” é um filme sobre as diferenças e as possibilidades de conviver com elas. Feito na Colônia Juliano Moreira, a ficção questiona a razão e o moral conservador por meio da emoção e do desejo de estar junto. A obra é realização da TV Coragem e distribuição da Fistaile e terá três datas de lançamento: no Festival do Rio (11.10); no Encontro de Cinema Negro Zózimo Bulbul (22.10) e no Festival Escuta IMS (13.11). “Entre a Colônia e as Estrelas” é a segunda produção da “Trilogia do Impossível”, iniciada com “Perpétuo” (2018).

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O média-metragem tem no elenco nomes como Timbuca Hai, Ana Flávia Cavalcanti, Lorre Motta e Sol Miranda. A protagonista Estelar, que trabalha em um hospital psiquiátrico, tem visões do passado. Durante uma crise hídrica no estado, recebe Kalil – seu irmão mais novo – para morar em sua casa. Em meio às divergências políticas e identitárias entre ambos, Estelar inicia uma saga para rever suas posições conservadoras.

“Entre a Colônia e as Estrelas” dá continuidade a uma percepção da ficção como uma ferramenta de enfrentamento do impossível. “Não é um filme sobre loucura. Eu queria, através do cinema, trazer este lugar – tão atravessado por esse histórico das instituições psiquiátricas e da luta antimanicomial – através de uma ficção que questionasse as razões impregnadas na sociedade e que muitas vezes nos separam e nos enfraquecem. Como, por exemplo, as razões que formam o conservadorismo no Brasil”, analisa o diretor e roteirista da obra, Lorran Dias.

Ele trabalhou na Colônia Juliano Moreira em 2018, no Museu Bispo do Rosário de Arte Contemporânea, e uma das motivações para realizar o filme lá é pela construção artística do local e por ser uma região riquíssima de experimentação. 

A realização do filme trabalhou em cooperação com artistas, moradores e instituições locais, que foram convidadas a participarem do filme e pensarem sobre os seus próprios espaços. Sobre este aspecto, Dias ressalta: “Eu construo formas narrativas onde a paisagem que está inserida no filme, não é apenas um lugar, um cenário. A paisagem nos meus filmes é um personagem, ela conta a história junto com as pessoas. A memória afetiva dessas pessoas e desses espaços se tornam parte da dramaturgia”, conclui o diretor da obra.

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