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Musical celebra a vida do primeiro palhaço negro do Brasil

Foto: Paulo Aragon

Estreia dia 7 de outubro o musical “Benjamin, O Palhaço Negro” que celebra a vida e obra de Benjamin de Oliveira, o primeiro palhaço negro do Brasil. A produção faz curta temporada, até 16 de outubro, com sessões às sextas e sábados, às 19h30, e domingos, às 18h, no Teatro Cesgranrio.

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Dirigido por Tauã Delmiro, o musical foi construído de forma colaborativa a partir do roteiro criado por Rebeca Bittencourt. A dramaturgia do espetáculo é permeada por canções originais criadas especificamente para a produção, contando com trilhas exclusivas feitas pelo artista James Lau. Já direção musical é composta por Nakiska Muniz e Peterson Ferreira.

“Benjamin, O Palhaço Negro” conta a vida e obra de Benjamin, nascido no final do século 19, que mesmo com desafios em sua trajetória, se concretizou um artista múltiplo dos palcos, picadeiros e cinema.

“A ideia de levar o espetáculo para os palcos surgiu dos meus questionamentos sobre a falta de pessoas pretas no palco, de histórias pretas sendo contadas pelo nosso olhar. Na época eu tinha 16 anos, era um jovem da zona norte com vontade de realizar e protagonizar histórias no meio do teatro musical, então resolvi pesquisar sobre pessoas pretas importantes para nossa cultura. Ele foi um homem extremamente importante para a história do teatro e ele é muito pouco lembrado hoje em dia. Acho que precisamos revisitar e reverenciar as histórias dos muitos artistas pretos que contribuíram para construir a cena teatral como ela é hoje”, destaca Isaac Belfort, idealizador da produção.

Foto: Paulo Aragon

O espetáculo, produzido pela Belfort Produções em parceria com a Produtora Alada, é interpretado por seis jovens artistas pretos que dão vida a inúmeros personagens que permearam a história de Benjamin. A narrativa dialoga com a vivência dos atores e atrizes em cena e, através da identificação, reflete sobre racismo e apagamento de narrativas pretas na arte.

“Desde sua concepção, o espetáculo tem como propósito resgatar a figura de um artista preto para contribuir no processo de reafirmação da autoestima da comunidade. No entanto, durante os ensaios, os atores e atrizes se identificaram tanto com a história dele, que optaram por tornar a obra uma plataforma para colocar em diálogo suas próprias trajetórias. Esse trabalho foi construído de modo colaborativo, temos nele não só a narrativa do Benjamin, mas também de todas as pessoas pretas que compõem o elenco. As nossas dores e belezas dialogam com as dele e com a de muitas outras pessoas pretas. Acredito que termos colocado um pouco das nossas vivências na sua vida contribuiu muito para que o espetáculo seja capaz de abranger essas questões, ao mesmo tempo que será capaz de emocionar os mais diversos grupos de pessoas”, conta Belfort.

Foto: Paulo Aragon

O produtor, que também está no elenco do musical, ainda fala sobre a mensagem que querem levar ao público com a produção.

“Quero que as pessoas conheçam a história dele, através das nossas artes e, além disso, reconheçam que todo preto sofre de apagamento e não reconhecimento, por seja qual for o motivo”, finaliza Belfort.

Foto: Divulgação

Teatro Cesgranrio – Rua Santa Alexandrina, 1.011, Rio Comprido, Rio de Janeiro. Os ingressos para “Benjamin, O Palhaço Negro” estão à venda na Sympla.

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