Obras de Paulo Vivacqua – Foto: Divulgação
Anita Schwartz Galeria de Arte apresenta a partir desta terça-feira (06.09), das 17h às 21h, a exposição “Klangfarbenmelodie – Melodia de Timbres”, com obras de de Lenora de Barros, Rosana Palazyan, Waltercio Caldas, Augusto de Campos, Paulo Vivacqua, Yolanda Freyre, Cristiano Lenhardt e Antonio Manuel. A exposição reúne trabalhos de artistas que pesquisam, em variadas formas, as poéticas da ressonância como lugar de encontro, seja na intimidade do próprio ser ou no desejo de encontro com o outro. As obras manifestam um espaço para que as vibrações, em suas múltiplas potências, possam se somar entre si, ecoando novas palavras, sentidos e sonoridades.
Obra de Antonio Manuel – Foto: Divulgação
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A palavra “Klangfarbenmelodie” – melodia de som e cor (ou timbre) – foi criada em 1911 pelo genial compositor Arnold Schoenberg (Viena, 13 de setembro de 1874 – Los Angeles, 13 de julho de 1951), que revolucionou a música ao criar a atonalidade. Rompendo com o sistema harmônico, tonal, vigente até então,
Schoenberg deu autonomia a cada nota, que ficava livre, solta no espaço e no tempo, em uma linha serial, sem estar hierarquizada em uma harmonia.
Obra de Rosana Palazyan – Foto: Divulgação
Integrante do movimento da Segunda Escola de Viena, Schoenberg – ele mesmo um pintor e ensaísta – influenciou as artes visuais, como o pintor Wassily Kandinsky (1866-1944).
Frequentemente se associa a música criada por Schoenberg com o movimento artístico de meados do século 19, o “pontilhismo”, por causa das notas serem “pontos” no tempo e no espaço. Dentro da história da música, Schoenberg está relacionado ao expressionismo.
Obra de Waltercio Caldas – Foto: Elvira Gonzíles
A exposição “Melodia de Timbres” antecipa a celebração de 70 anos da publicação de “Poetamenos” (1953), de Augusto de Campos (1931), que visita o conceito de Schoenberg, e cria uma transcrição intersemiótica, desenvolvendo uma série de seis poemas plurilíngues e policromáticos. Estudiosos consideram essa série de poemas precursores do concretismo no Brasil, pois inaugura novas relações e procedimentos na construção e apresentação da poesia, propondo uma leitura de várias vozes e cores. O livro “Poetamenos”, com a construção de suas estruturas gráficas e espaciais dialoga com os demais artistas da exposição, apresentando possibilidades escrita, leitura e interpretação de obras plásticas como poemas.