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Instalação interativa na Casa das Rosas promove experiência sensorial

Foto: Divulgação/Intermuseus

A partir de 27 de agosto, o público pode visitar uma das exposições que emocionaram milhares de pessoas em todo o mundo. Em cartaz na Casa das Rosas, instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, gerenciada pela Poiesis – a mostra “Caminhando Em Seus Sapatos” convida o público a se colocar no lugar de outras pessoas, conhecendo a sua história e especificidade das experiências e visões de mundo de cada indivíduo como parte de uma cultura democrática e pluralista.

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A instalação fica no jardim do museu, que será ocupado por uma grande caixa onde cada um escolhe uma caixa de sapatos real e, calçando-os, será direcionado para uma caminhada imersiva durante a qual escuta o depoimento da pessoa a quem o acessório pertenceu.

Para a edição brasileira, foram captados 26 depoimentos – produzidos pelo Intermuseus, com curadoria realizada com o Fundo Brasil de Direitos Humanos, o Instituto Alana e o Núcleo de Antropologia Urbana da USP e o programa Criamundi -, que refletem dilemas e questões representativas de pessoas de diferentes idades, origens, classes sociais, gêneros e etnias.

Dentro desse contexto, provoca o público a exercitar a empatia e sua conexão com os direitos humanos e o reconhecimento e respeito às diferenças. A instalação propõe a ressignificação de valores pessoais por meio de histórias e dilemas reais – incluindo-se perdas, superação, luto, amor, preconceitos, exclusões, desigualdade social -, que muitas vezes passam despercebidas no cotidiano do participante.

Dentre os depoimentos, surgem histórias como a de Adriana, jovem mulher que luta contra a gordofobia, assim como a de um pai de uma jovem transexual que relata a sua trajetória de sofrimento e aceitação diante do fato, e a de um refugiado político congolês que compartilha suas dificuldades e aflições em relação à família e seu processo de adaptação no Brasil, abordando temas como reinserção profissional, multiculturalismo e amizade.

Questões sobre maternidade, adoção e família são levantadas no depoimento de uma mãe que resolve adotar uma criança, como também adversidades enfrentadas por uma líder do movimento por moradia em São Paulo ou por uma mãe que perdeu o filho assassinado pela polícia, e por um ex-presidiário sobrevivente do Pavilhão 9 do Carandiru, também são reveladas nessa caminhada em direção a empatia e o sentimento de coletividade.

Segundo Andréa Buoro, do Intermuseus, “mais do que nunca o incentivo ao exercício da empatia nos parece imprescindível pois, ao provocar uma escuta atenta do outro, nos provoca a reconhecermos que somos parte de um universo maior, de nossa humanidade”.

“Este é o princípio dessa exposição que procura provocar o público a olhar o mundo a partir dos olhos (e sentimentos) de outras pessoas. É um convite a pensar de maneiras diversas a realidade em que vivemos para, cada vez mais, estabelecer o diálogo entre diferentes indivíduos, experiências de vida e grupos sociais diversos”, completa Andréa.

A exposição acontece na Casa das Rosas, de quarta a domingo, das 9h às 19h, com visitas agendadas pelo Sympla.

Às terças-feiras, o coletivo de educadoras “O Que Cabe Aqui?” irá circular com uma unidade móvel levando parte da instalação para escolas da cidade. Sucesso em sua última edição na capital paulista, montada no Parque Ibirapuera em 2017, a instalação recebeu 9 mil pessoas durante seu período de exposição.

Este é um projeto que conta com o benefício da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Patrocínio Grupo Carrefour Brasil, WTW, BrPartners e ICC, realização Empathy Museum e Intermuseus, apoio Casa das Rosas, Poiesis Gestão Cultural e Secretaria Especial de Cultura e Ministério do Turismo.

Jardim da Casa das Rosas – Av. Paulista, 37, Bela Vista, São Paulo. Até 25 de setembro.

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