Cultura

Sidney Kuanza fala sobre “Rensga Hits!”, cinema e “teatro negro”

Share

Foto: Caio Oviedo

Ator, diretor, dramaturgo, apresentador e professor. São diversas as faces de Sidney Kuanza, um dos destaques da nova série da Globoplay, “Rensga Hits!”. Na série ele faz parte da dupla Théo e Thamires (Jeniffer Dias), cantores que fizeram sucesso quando criança, e agora precisam encarar as consequências da fama.

SIGA O RG NO INSTAGRAM

“Nesta primeira temporada acompanhamos um pouco o cotidiano e o backstage dos irmãos, e sua relação com Helena (Fabiana Karla), empresária e mãe. Eles fizeram carreira quando jovens, e agora buscam se manter nas paradas de sucesso, mas a relação é estremecida quando descobrimos que o Théo ganha mais do que a irmã, então tem essa denúncia do machismo estrutural também”, diz o ator.

Sidney Kuanza e Jeniffer Dias nos bastidores de “Rensga Hits!” – Foto: Divulgação

Excêntrico e vaidoso, seu personagem é o clássico tipo de garoto problema, mimado, que vive em festas, rodeado de mulheres e luxos. Apesar disso, Kuanza não o considera um vilão, mas um reflexo de uma sociedade imperfeita, que idolatra a figura antes da pessoa.

“Vejo ele como fruto de um sistema histórico que oprime as mulheres até hoje, reproduzindo certos comportamentos que não são aceitáveis. Porém acredito que o Théo tem um bom coração, e apesar de errar bastante, pode aprender a ser uma pessoa melhor. Todos temos luzes e trevas dentro de nós, e acho que a educação tem um papel importante nessa salvação.”

Sidney Kuanza e Alice Wegmann nos bastidores de “Rensga Hits!” – Foto: Divulgação

Com uma educação bem diferente, pautada em viéses sociais, o ator comenta como foi se preparar para o papel, e quais as principais semelhanças e diferenças para sua contraparte nas telinhas. “Tirando o amor pela música e a paixão pela arte, somos indivíduos opostos. Enquanto ele tem um perfil mais extrovertido, sou um cara mais tímido. E tem também a questão da criação. Desde cedo aprendi as desigualdades vividas entre homens e mulheres, e a necessidade de sermos um agente dessa agenda, enquanto o Théo cresceu em um universo que, infelizmente, não explora esses problemas”, comenta.

Acostumado a produtos audiovisuais mais adultos, ele conta como é se aventurar no gênero teen, e como as gravações o proporcionaram a conhecer novos públicos e culturas. “Isso na carreira do ator é extremamente prazeroso, poder conhecer e desbravar outros mundos. Filmamos em Goiânia, e além de sentir a verdadeira atmosfera local, isso contribuiu para enriquecer nosso trabalho. Vivenciar essa cultura foi bem especial, e essa pegada mais pop nos faz dialogar com um número maior de pessoas.”

Foto: Caio Oviedo

Ainda no streaming, ele estará em “O Meu Sangue Ferve Por Você”, filme que conta a história de amor de Sidney Magal e sua ex-mulher, Magali. Nos cinemas, irá protagonizar “Lima Barreto ao Terceiro Dia”, dirigido por Luís Antônio Pilar, baseado na vida do escritor. Com previsão de estreia para o segundo semestre de 2022, o longa celebra a vida do escritor carioca de mesmo nome.

“Divido este papel com o Luís Miranda. Faço o Lima Barreto durante a juventude, até seus 25 anos, e depois ele assume a interpretação na sua fase adulta até sua morte. É uma obra linda que coroa um dos maiores pensadores da nossa história”, afirma.

Entre a televisão e o teatro, Sidney é um dos fundadores da Cia os Crespos, coletivo teatral que busca aproximar a comunidade negra das artes. Lá, ele realiza um processo denominado “teatro negro”, que utiliza o teatro como ferramenta política para pensar os processos de abolição e emancipação dessa população.

Foto: Caio Oviedo

“Nosso trabalho está ligado a realização de peças, inscrição de dramaturgia, formação de plateia e profissionais negros dentro das artes cênicas. Trazemos a luta contra o racismo para os palcos, inserindo essa comunidade dentro um meio que ainda somos minoria.”

A luta racial é um dos principais pontos da carreira e vida pessoal do ator, sendo argumento para seu documentário “Negro em Paisagem”, materialização de uma extensa pesquisa realizada sobre o tema durante sete anos. “Investigo a história da violência policial no País, como ela surge e se instaura como uma política do estado contra a juventude negra. É um filme sobre o genocídio dessa população, uma situação emergencial que precisa ser repensada urgentemente”, finaliza.

últimas notícias

  • Cultura

Natiruts anuncia despedida da banda com turnê pelo Brasil

Após 28 anos, Natiruts anunciou o encerramento da banda com turnê de despedida, nomeada como "Leve com Você". O grupo,…

26.02.2024
  • Cultura

“O Diabo Veste Prada”: Anne Hathaway, Meryl Streep e Emily Blunt se reúnem no SAG Awards 2024

Para matar a saudade, o SAG Awards 2024 uniu novamente Meryl Streep, Emily Blunt e Anne Hathaway após 18 anos…

24.02.2024
  • Moda

Seis looks icônicos de Sofia Richie durante gestação

Sofia Richie Grainge anunciou que está grávida de seu primeiro filho com o marido, Elliot Grainge. A notícia foi divulgada…

22.02.2024
  • Cultura

Roger Federer ganhará documentário dirigido por Asif Kapadia

A Amazon Prime Video fará a produção de um documentário sobre um dos maiores tenistas da história: Roger Federer. De…

19.02.2024
  • Cultura

BAFTA 2024: “Oppenheimer” é o grande ganhador; veja todos os premiados

Uma noite de glória no BAFTA, premiação de cinema britânica conhecida como um "termômetro" para o Oscar. O filme “Oppenheimer”…

18.02.2024
  • Gossip

Bruno Mars inaugura “The Pinky Ring”, seu bar em Las Vegas

Bruno Mars acaba de abrir um novo lounge de coquetéis, nomeado como "The Pinky Ring", no prestigiado Bellagio Resort &…

16.02.2024