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Casa Roberto Marinho recebe mostra que celebra amizade entre Miró e Calder

Joan Miró

Les Coquillages, 1969, de Joan Miró – Foto: Divulgação/Successió Miró/AUTVIS

Reunindo mais de 150 peças, o Instituto Casa Roberto Marinho recebe a exposição “Calder + Miró” a partir desta sexta-feira (19.08) no Rio de Janeiro. Com curadoria de Max Perlingeiro, a mostra apresenta diversas linguagens de expressão artística, entre pinturas, desenhos, gravuras, esculturas, móbiles, stabiles, maquetes, edições, fotografias, joias e têxteis – sendo alguns inéditos no Brasil.

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A mostra evidencia a ligação do artista norte-americano Alexander Calder (1898-1976) e do artista espanhol Joan Miró (1893-1983) com o Brasil e os desdobramentos na cena nacional. Integram a coletiva artistas consagrados e influenciados direta ou indiretamente pelas produções de ambos.

Entre eles, destacam-se nomes como Abraham Palatnik, Aluísio Carvão, Arthur Piza, Antonio Bandeira, Franz Weissmann, Hélio Oiticica, Ione Saldanha, Ivan Serpa, Luiz Sacilotto, Lygia Clark, Mary Vieira, Milton Dacosta, Mira Schendel, Oscar Niemeyer, Sérvulo Esmeraldo e Waldemar Cordeiro.

“Miró nunca veio ao Brasil, entretanto, sua amizade com o poeta pernambucano João Cabral de Melo Neto (1920-1999) é seu elo com nosso país desde que, em 1947, João Cabral chega à Barcelona como vice-cônsul”, informa o curador.

“Miró torna-se amigo do grande poeta e o recebe, semanalmente, em sua casa-ateliê. Entre os anos de 1948 e 1950, João Cabral escreve o livro Joan Miró; no ano seguinte, o pintor espanhol realiza uma série composta por duas xilogravuras e uma estampa exclusivas para esta obra. Publicado em 1950, Joan Miró é lançado em Barcelona”, revela Perlingeiro.

A cultuada amizade entre um dos maiores escultores modernos e um dos mais relevantes pintores surrealistas foi apresentada em inúmeras exposições e publicações. Embora originários de contexto distintos – Miró nasceu em Barcelona e Calder em Lawton, na Pensilvânia – os dois artistas desenvolvem uma relação de amizade e cumplicidade.

Eles se conhecem em 1928 em plena efervescência cultural da capital francesa, onde ambos viviam. Mesmo depois que Calder retorna aos Estados Unidos e a Segunda Guerra Mundial dificulta a comunicação, eles permanecem profundamente envolvidos até a morte do escultor em 1976.

A mostra fica em cartaz até 20 de novembro. Os ingressos custam R$ 10 e estão disponíveis neste site. Às quartas-feiras, a entrada é franca.

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